sábado, 21 de novembro de 2009

Lula: “se for por simpatia, ela (Dilma) já está eleita”



Lula: Dilma demonstrou competência e tem grande chance eleitoral


O presidente Lula abriu ontem (20) sua agenda em Salvador (BA) com uma entrevista marcada, sobretudo, por elogios à ministra e pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Disse que Dilma é uma “extraordinária candidata, com perspectivas enormes de ganhar as eleições” e que “se for por simpatia, ela já está eleita”, porque “tem adversário muito menos simpático”.

Entrevistado por profissionais de duas emissoras de rádio – um deles o ex-prefeito de Salvador Mário Kersetz -, Lula reagiu a críticas que lhe fizeram, nas últimas semanas, líderes oposicionistas, o compositor e cantor Caetano Veloso e representantes da Igreja Católica. E reagiu também às pressões por mudanças na Previdência, como a extinção do fator previdenciário e a concessão, aos aposentados que ganham acima de um salário mínimo, de aumento real equivalente ao índice de crescimento do Produto Interno Bruto.

“Não posso aceitar a hipocrisia do ano eleitoral. Não posso aceitar. Acho inadmissível que as pessoas tentem tirar proveito do ano eleitoral e prometer coisas que sabem que não podem cumprir”.

"É importante todo mundo saber que quero a Dilma como candidata, estou trabalhando para isso, porque trabalho com a Dilma há oito anos e sei da competência gerencial e política dela. Ela iria apenas colocar o estilo dela no governo e fazer as coisas novas que não conseguimos fazer."

Lula disse também que se a simpatia for importante para ganhar as eleições, a ministra não sai perdendo.

"Tem adversário dela que é muito menos simpático do que ela, então, se for por simpatia, ela já está eleita", disse ele após afirmar que muitos alegam que Dilma não tem a simpatia e a desenvoltura necessárias para enfrentar uma campanha eleitoral.

Lula também avaliou o potencial que tem de transferir votos para os candidatos que apoia. Para ele, é mais difícil transferir votos para cargos como os de vereador e prefeito, por se tratar de políticos que estão mais próximos das pessoas em seus bairros e cidades. Já no caso de presidente da República, o presidente avalia que seu apoio teria mais peso.

"Acho que o governo tem possibilidade de repassar muito voto, claro que tudo isso é relativo, porque vai depender muito da performance da nossa candidata, do desempenho dela durante a campanha, nos debates", disse.

Leia, abaixo, as principais declarações de Lula às rádios Metrópole e Excelsior.

Sobre Dilma:
“É importante todo mundo saber que eu quero a Dilma como candidata, estou trabalhando para isso, porque trabalho com a Dilma há oito anos, sei da competência gerencial da Dilma, sei da competência política da Dilma, sei da competência de organização da Dilma, e ela está muito entrosada com tudo o que nós fizemos. Portanto, a Dilma eleita, ela iria apenas colocar o estilo dela no governo e fazer as coisas novas que nós não conseguimos fazer.”

Sobre a possibilidade de transferir votos:
“Eu acho que o governo tem possibilidade de repassar muito voto. Obviamente que tudo isso é relativo porque vai depender muito, muito, muito, muito da performance da nossa candidata, do desempenho dela nos debates, do desempenho dela durante a campanha.

Sobre a simpatia e as chances da candidata:
De vez em quando as pessoas falam: “Ah, mas a Dilma não é muito simpática”. Bom, tem adversário dela que é muito menos simpático do que ela. Então, se for por simpatia, ela já está eleita. Eu acho que nós temos uma extraordinária candidata, com perspectivas enormes de ganhar as eleições e de fazer um governo que seja um passo adiante daquilo que nós fizemos.”

Sobre o maior adversário:
“É difícil medir qual o (maior) adversário. Se eu olhar as pesquisas hoje, é o Serra. Mas é muito difícil a gente imaginar se elas vão estar assim em agosto ou setembro do ano que vem. Quem vier, nós vamos combater da forma mais democrática possível, fazer a eleição mais limpa do mundo.

Sobre terceiro mandato:
“Certamente, se eu fosse eles (oposicionistas), teria pedido o terceiro mandato. Se fosse o lado de lá que estivesse na situação que eu estou, eles teriam levantado a tese do terceiro mandato. (…) Mas eu acho que, se a gente começa a colocar na cabeça “eu sou imprescindível, eu sou insubstituível”, começa a nascer um pequeno ditador. Como eu acredito no exercício da democracia na sua total plenitude e como eu acredito na alternância de poder como forma de você consagrar as instituições democráticas, eu fiz questão de convencer, inclusive o meu partido, a parar com a brincadeira de terceiro mandato. Porque, se vale para mim terceiro mandato, vale para outro. Amanhã você tem o terceiro mandato; depois você gosta, você quer o quarto; depois você gosta, você quer o quinto; depois você gosta, você quer o sexto, e isso não é bom para o Brasil. Eu acho que oito anos é de bom tamanho para um democrata.”

Sobre o reajuste dos aposentados e o fim do fator previdenciário
“Eu propus uma conversa com as centrais sindicais para ver se a gente consegue propor um acordo para ser votado no Congresso. Na hora em que eles tiverem uma proposta, nós mandaremos para o Congresso. O que eu não posso, em sã consciência, é aprovar alguma coisa que seja, como diria o (o ex-ministro Rogério) Magri, “incumprível”, porque todo mundo sabe que a gente só pode pagar a quantidade exata de dinheiro que recolhe, aquilo que tem no cofre. Se na casa da gente, na bodega da gente, na família da gente, a gente gastar mais do que ganha, você pode gastar um mês, dois meses, pode tomar dinheiro emprestado e gastar o quarto mês, mas chega um dia em que você quebra. Então, é com essa consciência que eu quero lidar com os aposentados. Eles sabem que não houve nenhum momento em que a gente deu a eles menos que a inflação. Eles receberam a correção salarial. Os trabalhadores de salário-mínimo sabem que estão tendo reajuste acima da inflação. E essa era a ideia básica, ou seja, dar reajuste a mais para os trabalhadores que ganham salário-mínimo, para elevar o salário-mínimo. Ora, não é possível a gente fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Então, eu penso que os companheiros vão ter que fazer uma reflexão profunda. Eu sou um homem de diálogo, sou amigo de todos eles, não quero criar nenhum prejuízo a ninguém, mas também não posso aceitar a hipocrisia do ano eleitoral. Não posso aceitar. Acho inadmissível que as pessoas tentem tirar proveito do ano eleitoral e prometer coisas que sabem que não podem cumprir. Isso a gente pode fazer quando não tem responsabilidade. Então, eu vou esperar. Eu acredito num bom acordo. Acredito que é possível a gente fazer isso.”

Sobre a recente declaração de que Jesus Cristo, se governasse o Brasil, se aliaria a Judas:
“Eu e qualquer outro que estiver na Presidência tem que lidar com quem tem mandato. Você tem que estabelecer acordos políticos com os partidos existentes. Você não inventa partido político, você não inventa eleitos, é o povo que elege. Ora, então, você tem uma lógica matemática dentro do Senado e dentro da Câmara, que você estabelece aliança política. Eu não tive nenhum problema de defender o Sarney, porque acho que muitas das acusações que estavam sendo feitas contra o Sarney não tinham sequer procedência, não tinham substância. Era bater por bater. Quem faz política neste país sabe. Agora, o que eles queriam, na verdade? Tirar o Sarney para colocar o Marconi Perillo (PSDB-GO). Ora, meu Deus do céu! Eu não tenho o direito de ser inocente. Eu sei o que eles queriam e, portanto, eu não vacilei e não vacilo porque não deixo um companheiro no meio do caminho. Eu acho que o grande problema da política brasileira é a covardia. Se a pessoa está sendo acusada, tem procedência, tem prova e foi constatado, puna-se a pessoa. Agora, o que você não pode é ganhar no tapetão. E eles tentaram ganhar no tapetão no Senado, porque queriam ter uma fatia de poder. Não tinham a Câmara, queriam ter o Senado. Então, eu tomei a atitude de fazer as alianças com quem tem voto, para poder votar no governo. Eu, talvez, tenha errado em ter utilizado o nome de Jesus Cristo, mas foi a coisa mais popular que eu encontrei para o povo entender, e acho que o povo entendeu. Agora, também, precisa parar essa bobagem de alguns acharem que são donos de Jesus Cristo, que só eles podem falar em nome de Jesus Cristo. Eu não tenho que pedir licença para ninguém para gostar de Deus, para gostar de Jesus Cristo. Jesus Cristo é uma obra divina pública. Não é propriedade de ninguém.”

Sobre Caetano Veloso, que o classificou como analfabeto e grosseiro:
“Eu acho que, como cantor e como artista, ele é excepcional. Agora, como político, o Caetano nunca esteve do nosso lado. Então, eu não tenho o que reclamar porque ele gosta ou não gosta de mim, porque ele acha isso ou aquilo de mim. Eu disse noutro dia que me vinguei do Caetano: no dia em que ele disse isso, cheguei em casa, peguei um CD do Chico Buarque, o Chico Político, ouvi duas vezes e lavei a minha alma. Liguei para a dona Canô (mãe de Caetano) porque vi na imprensa que ela estava preocupada, que ela estava chateada, e eu tenho uma relação com a dona Canô de filho para mãe, gosto dela. Então, eu liguei para ela para deixá-la despreocupada, que eu não tinha mágoa, que eu não tinha ressentimento, e que isso não muda nada na minha vida, ou seja, eu continuo gostando do Caetano como cantor e ele, certamente, continua não gostando de mim como político. Então, Caetano viva a vida dele, eu vivo a minha, ele vota em quem ele quiser, eu voto em quem eu quiser, e a luta continua.”

Fonte: Brasília Confidencial

Copiado do Portal Vermelho


sexta-feira, 20 de novembro de 2009

“ Chocante e ilógico” o voto proferido por Gilmar Mendes no caso Battisti

Da Agência Carta Maior


Decisão do STF foi chocante e ilógica, diz Celso Bandeira de Mello

O voto do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, desempatando a votação no caso Battisti a favor da extradição e defendendo que o presidente da República deveria se curvar a ela abriu uma polêmica no meio jurídico. Em entrevista à Carta Maior, o professor Celso Antônio Bandeira de Mello classifica a postura do presidente do STF, Gilmar Mendes, de chocante e ilógica. "O princípio que está por trás do habeas corpus e da extradição, ou no caso da prisão perpétua, é o mesmo: favorecer a liberdade quando o tribunal está dividido. Neste sentido, a decisão do STF é chocante e fere a lógica mais comezinha", diz o jurista.


O voto do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, desempatando a votação no caso Battisti a favor da extradição e defendendo que o presidente da República deveria se curvar a ela abriu uma polêmica no meio jurídico. Na avaliação de Pedro Estevam Serrano, professor de Direitos Constitucional da PUC-SP, caso o STF tivesse decidido pela não extradição de Cesare Battisti, essa decisão sim seria vinculativa, uma vez que, neste caso, não estariam cumpridos os requisitos legais para o ato. “Ao decidir pela extradição, além da decisão judicial, coloca-se a necessidade de uma decisão política sobre o assunto por parte do chefe do Executivo. Se a proposta de obrigar o presidente da República a cumprir a decisão do STF fosse aprovada (acabou derrotada por 5 votos a 4), o Judiciário estaria ingressando indevidamente na esfera do poder Executivo”.

Serrano respeita a decisão da maioria do Supremo que optou pela extradição, mas diverge dela. “A definição do que vem a ser um crime político tem uma dimensão de discricionariedade, que cabe ao ministro da Justiça decidir. Há um espaço intangível aí. Neste sentido concordo com o parecer do professor Celso Antonio Bandeira de Mello, para quem o Judiciário foi além de seu papel, ingressando na esfera própria da discricionariedade”. Celso Bandeira de Mello divulgou um parecer sobre o caso Battisti após seu nome ter sido citado pelo relator do caso, o ministro Cezar Peluso. Em seu voto, Peluso citou o trecho de um livro do jurista na tentativa de fundamentar a tese de que o ato de concessão de refúgio pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, poderia ser modificado pelo STF. Neste parecer, ele defende o contrário do que disse Peluso, ou seja que o ato de concessão de refúgio não poderia ser avaliado pelo Supremo.

Em entrevista à Carta Maior, o professor Celso Antonio Bandeira de Mello avalia a decisão do STF e defende a correção da decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro, que concedeu refúgio a Cesare Battisti. O jurista classificou como “chocante e ilógico” o voto proferido pelo presidente do Supremo, Gilmar Mendes.

Carta Maior: Qual a sua avaliação sobre a decisão final do Supremo Tribunal Federal no caso Battisti?

Celso Antônio Bandeira de Mello: Considero que a solução foi surpreendente, do ponto de vista técnico-jurídico. E creio que isso é perceptível mesmo para quem não tenha conhecimentos jurídicos. O regimento interno do STF estabelece que, em caso de empate, em uma questão que envolve privação de liberdade, o presidente não se declara. Há um princípio em favor da liberdade que considera que, houve uma tal divisão de votos, que o presidente não deve votar.

O habeas corpus é um instrumento protetor da liberdade, do direito de ir e vir. Se consideramos que a liberdade deve prevalecer quando o tribunal está dividido, o que dizer quando a ameaça à liberdade é muito maior? No direito brasileiro, nenhuma pena pode ultrapassar 30 anos. Já a Itália tem a prisão perpétua, que é a privação de liberdade mais radical. Se em casos menos radicais do que esse, a nossa norma jurídica é em favor da liberdade, como fazer no caso da prisão perpétua? O princípio que está por trás do habeas corpus e da extradição, ou no caso da prisão perpétua, é o mesmo: favorecer a liberdade quando o tribunal está dividido. Neste sentido, a decisão do STF é chocante e fere a lógica mais comezinha. É chocante e ilógica, ofendendo um princípio jurídico elementar.

Carta Maior: E sobre a decisão quanto à natureza da decisão do presidente da República sobre o caso, frente à decisão do STF, qual sua opinião?

Celso Antônio Bandeira de Mello: Não vou me pronunciar sobre essa questão, pois não a estudei nem nunca me manifestei sobre ela, apesar de alguns jornais terem me atribuído, de forma leviana, uma posição a respeito. Chegaram a dizer eu fui contratado para falar a respeito. Não fui contratado e não recebi nenhum centavo para elaborar o parecer que fiz. Fiz em apreço à liberdade. Respeito o ponto de vista contrário, afinal o direito não é nenhuma matemática. E é exatamente isso que justifica a existência do princípio da discricionariedade, que contempla o fato de que, dentro das regras do direito, alguns possam pensar de uma forma ou de outra.

Foi por isso que, em meu parecer, manifestei a posição de que não cabia ao STF rever o ato do ministro da Justiça. A intelecção do ministro no caso foi bastante razoável.

Trinta anos depois, juízes e autoridades italianas ainda manifestam muito ódio em torno do caso. Ofenderam o ministro da Justiça brasileiro (“ele disse umas cretinices”) e o presidente chamando-o de “cato-comunista”. Isso é de uma grosseria impensável. Falaram em boicotar produtos brasileiros e o turismo no Brasil, caso a decisão no caso Battisti fosse contrária aos seus interesses. Isso é inaceitável. Disseram ainda que o Brasil é um “país de bailarinas”, uma descortesia monumental, grosseria inominável. Afirmações melodramáticas e ridículas que só depõem contra seus autores e a favor da decisão do ministro da Justiça brasileiro. Se, trinta anos depois, esse é o clima, imagine o que era quando Battisti foi julgado e que risco ele corre hoje se for extraditado. Por isso, a decisão do ministro da Justiça foi correta quanto ao refúgio.

Cabe agora ao presidente da República decidir. Se eu estivesse na pele dele, depois de tanta pressão e insultos por parte de autoridades italianas, eu não cederia. Ninguém disse aqui, por exemplo, que o parlamento italiano é mais conhecido pela Cicciolina. Ninguém disse também que o sr. Berlusconi é mais conhecido por seu apreço por jovenzinhas do que por sua intuição política. Nenhum parlamentar ou autoridade brasileira disse isso. Se dissesse, estaria tomado por uma fúria total. Seria uma grande grosseria. O que dizer, então, de um prisioneiro que é objeto de tamanha sanha?

Serra e deputados receberam doações de empresas responsáveis pela construção do Rodoanel


Segundo dados do TSE, Serra recebeu mais de 1 milhão de reais de empresas responsáveis pela construção das obras do Rodoanel



17/11/2009


Desirèe Luíse
Radioagência NP


A OAS Engenharia e a Carioca compõem com a Mendes Jr. o consórcio responsável pelo lote onde houve o acidente do Rodoanel – obra que está sendo construída em torno da região metropolitana de São Paulo. Na sexta-feira (13), vigas caíram em Embu (Grande São Paulo) ferindo três pessoas. A OAS Engenharia e a Carioca também ajudaram a eleger em 2006 o governador José Serra (PSDB) e outros onze deputados estaduais.

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Serra recebeu R$ 1 milhão da construtora OAS e outros R$ 100 mil da Carioca. Entre os deputados, cinco são do PSDB, que receberam juntos R$ 360 mil das duas construtoras. Outros quatro são do PT, que ficaram com R$ 280 mil. Os deputados Milton Leite Filho (DEM) e Jorge Caruso (PMDB) completam a lista de políticos ajudados pelas empresas.

Após o acidente, deputados petistas querem aprovar uma CPI do Rodoanel na Assembleia Legislativa. O objetivo é apurar a responsabilidade das empreiteiras no acidente. Já o governador Serra disse que o consórcio responsável pelas obras terá de indenizar as três vítimas feridas se for comprovada falha.


A OAS participa da construção da Linha 4-amarela do metrô, onde a futura estação Pinheiros desabou em 2007, deixando sete mortos.


Do Brasil de Fato

Serra e o chefão da Veja

Serra visita o chefão da revista Veja


Por Altamiro Borges


O jornal O Estado de S.Paulo noticiou nesta semana que o governador José Serra, que trava uma guerra fratricida para ser o presidenciável tucano, fez uma visita de cortesia ao amigo Roberto Civita, o chefão da revista Veja. Não há maiores detalhes sobre o encontro, como sempre dos mais sigilosos. Mas dá para se imaginar o que rolou na conversa amistosa... e coisa boa não foi!

Talvez o grão-tucano tenha implorado o apoio na batalha sucessória da Editora Abril, a poderosa corporação midiática que edita a Veja – principal palanque da oposição direitista e hidrófoba ao governo Lula. Conhecido por suas táticas sujas e desleais, talvez José Serra também tenha repassado mais algumas intrigas contra seus adversários, seja Dilma Rosseff ou mesmo o tucano Aécio Neves.

Generosa ajuda financeira

Já Roberto Civita talvez tenha aproveitado a cordial visita para agradecer a generosa ajuda que o governo paulista tem dado à sua editora. Nos últimos anos, José Serra assinou vários contratos de compra de publicações do Grupo Abril, a maioria deles sem licitação pública. Num dos mais recentes, os cofres do Estado foram saqueados na aquisição de 220 mil assinaturas da revista Nova Escola, o que injetou R$ 3,7 bilhões nos cofres da famíglia Civita.

Esta generosa ajuda, feita com dinheiro público, está sendo questionada pelo Ministério Público Estadual. Em setembro, ele acolheu representação do deputado Ivan Valente (PSOL) e abriu o inquérito civil número 249 para apurar as irregularidades nos contratos firmados entre os amigos Serra e Roberto Civita. Segundo levantamento do parlamentar, “cada vez mais, esta editora ocupa espaço nas escolas de São Paulo. Isto totaliza, hoje, cerca de R$ 10 milhões de recursos públicos destinados a esta instituição privada, considerando apenas o segundo semestre de 2008”.

Relações promíscuas com os tucanos

Além da bondade financeira, o presidenciável tucano está cada vez mais afiado com o discurso neoliberal da famíglia Civita. Para espantar os fantasmas do passado, ele assumiu de vez a sua postura autoritária e elitista – bem ao gosto dos editores golpistas da Veja. Talvez, Serra tente conquistar a simpatia que goza outro serviçal tucano, o ex-presidente FHC. No artigo “O jogo do milhão”, publicado na revista Carta Capital de março de 2002, o jornalista Bob Fernandes, revelou a que nível chega essa promiscuidade. Vale a pena reproduzir um trecho da elucidativa matéria:

“Para que se entenda qual é a relação entre poderes constituídos no Brasil, vale uma rápida visita ao gabinete de Civita, no 24º andar do número 7.221, Marginal Pinheiros, São Paulo. O edifício é dos tais inteligentes. Monumental, debruça-se sobre o fétido Rio Pinheiros, uma espécie de divisa entre o primeiro e o quarto mundos: a favela do Jaguaré não muito distante da Abril, a meio caminho da Editora Globo... A mesa de Civita fica diante do aparador. Sobre ele, fotos. A mulher, os filhos, a família. Além dos Civita, mais uma, só mais uma foto. De Fernando Henrique Cardoso.

“Por mais de uma vez, a mais de um amigo, Civita explicou: ‘Pensam que a Abril apóia o programa de governo do Fernando Henrique. A questão está mal colocada. Não é a Abril que apóia o programa do Fernando Henrique. É o Fernando Henrique quem apóia o programa de governo da Abril”.


http://altamiroborges.blogspot.com/

O reconhecimento mundial de que o Brasil saiu maior da crise

Estudo do Ipea constata que atuação social foi a grande vantagem do Brasil na crise


Jornal de Brasília - 20/11/2009


O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou hoje (19) análise técnica com um balanço sobre a crise financeira internacional, deflagrada em setembro de 2008, e seus possíveis desdobramentos. O trabalho, feito por pesquisadores do Ipea, destaca o reconhecimento mundial de que o Brasil saiu maior do episódio.

Ao divulgar o trabalho, o pesquisador Milko Matijascic, integrante do grupo técnico que o elaborou, disse que o Brasil reagiu à crise de maneira exemplar, principalmente porque deu prioridade a ações de cunho social, como a garantia de crédito pessoal por meio dos bancos públicos e a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), sobretudo para material de construção.

“O Brasil venceu as etapas mais difíceis da crise”, afirmou Matijascic. Ele reconheceu, entretanto, que “a fatura ainda não está ganha”, porque é possível que ainda haja reflexos da crise com impacto negativo para os países emergentes, em especial, por causa da deflação provocada nos Estados Unidos, no Japão, na China e em parte da União Europeia.

Na deflação, ocorre uma redução do nível geral de preços de um país e a moeda em circulação ganha valor relativamente às mercadorias, serviços e moedas estrangeiras. Isso é quase sempre lesivo à promoção de um nível mais sólido de atividade econômica, diz o Ipea. Em outras palavras, prejudica os países exportadores, pois os preços de seus produtos perdem competitividade.

Matijascic salientou que o Brasil é visto lá fora como exemplo de recuperação sustentada, tendo hoje uma situação mais cômoda, do ponto de vista macroeconômico, do que a maioria dos países. Ele enfatizou, contudo, que não se pode "deixar de monitorar a situação de turbulência ainda vivida pelos países desenvolvidos”.

O estudo do Ipea ressalta a existência de uma nova ordem econômica mundial pós-crise, com consolidação do Grupo dos 20 (G20) como foro privilegiado, no qual o Brasil, a China e a Índia passam a ser ouvidos de forma direta e a ter influência decisiva. Com isso, o outrora fechado grupo dos oito países mais desenvolvidos (G8) deverá ser naturalmente ampliado.

O Brasil terá um papel chave nas discussões climáticas em Copenhague

ONU: Brasil será líder em Copenhague


"Brasil é chave em Copenhague"


O Globo - 20/11/2009

Secretário-geral da reunião climática da ONU, Yvo de Boer, diz que país será líder


COPENHAGUE. Para Yvo de Boer, o Brasil terá um papel chave nas discussões climáticas em Copenhague como líder do bloco dos países em desenvolvimento e autor de iniciativas concretas para a redução das emissões de gases-estufa. O secretário-geral da Convenção de Mudanças Climáticas da ONU acredita, no entanto, que as negociações entre representantes de 192 países em busca de um acordo serão complicadas. “As posições e os interesses de cada um são muito diferentes”, disse.

Graça Magalhães-Ruether Enviada especial

O GLOBO: Quais são as chances de sucesso de Copenhague depois que os EUA e a China anunciaram que não querem assumir um compromisso de metas já em dezembro? YVO DE BOER: Eu acho lamentável, mas não significa que os dois estejam fora das negociações, nem que não possamos conseguir bons resultados, como o plano proposto por Lars Rasmussen. O primeiro-ministro dinamarquês propôs um acordo em duas etapas.

Não é o ideal, mas é o melhor que podemos fazer. Precisamos ser pragmáticos. E eu acho que teremos assim mesmo um resultado muito bom. O acordo não é uma coisa que já esteja pronta, como muita gente pensa.

Tudo vai ser ainda negociado. Vai ser difícil, mas acho que precisamos nos esforçar.

Não podemos arcar com um fracasso em Copenhague, já que isso teria graves consequências para o clima.

Não seria muito mais fácil um acordo entre os 20 países que têm mais emissões? DE BOER: Isso seria impraticável. Um acordo em que todos se comprometem já é dificil.

Precisamos mesmo de um acordo global que inclua todos os itens importantes.

Mas o senhor acha possível um consenso entre 192 países tão diferentes? DE BOER: Eu sei que é difícil. Kioto também foi muito difícil, mas no final conseguimos.

Há países que estão em extrema dificuldade econômica, há outros que são pequenas ilhas que se veem como as primeiras vítimas do efeito estufa porque estão ameaçados de desaparecer. Há outros países em desenvolvimento, como a Índia, que têm interesse no crescimento econômico. E há os países ricos, que têm medo de levar desvantagens econômicas. Os interesses são muito diferentes.

Mas através de negociações podemos conseguir posições comuns.

Todas as discussões têm como objetivo limitar o aumento da temperatura da Terra a dois graus Celsius. Para as pequenas ilhas, porém, isso já é demais. O que pode ser oferecido a essas nações? DE BOER: Esse será um dos temaschave do acordo. Acho que os países ricos têm consciência do problema e estão dispostos a ajudar os que serão as maiores vítimas de um aumento da temperatura.

Qual a importância do Brasil na reunião? DE BOER: Acho que o Brasil é um país-chave nas negociações, liderando o grupo dos países em desenvolvimento. Nesse aspecto, vejo como muito positivo o plano para redução de emissões em até 39% nas áreas de florestas e indústria. Também acredito que o Brasil, como o país que tem a Amazônia, pode oferecer soluções para desmatamento. Em resumo, acho que o Brasil é central nas negociações de Copenhague.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Kennedy Alencar entrevista o presidente Luiz Inácio Lula da Silva



CLIQUE AQUI PARA VER A ENTREVISTA



Nascido em 1945, em Caetés, o presidente Lula teve uma infância humilde e mudou-se para o Guarujá, litoral de São Paulo, ainda criança. Aos 14 conseguiu uma vaga para o curso de torneiro mecânico, e em São Bernardo do Campo filiou-se ao Sindicato dos Metalúrgicos, em 1968. Foi sob sua liderança que as greves trabalhistas voltaram a acontecer. Fundador do PT, perdeu três eleições, até que em 2002 foi eleito presidente. Reeleito em 2006, é hoje um dos homens mais poderosos do mundo.


http://www.redetv.com.br/portal/Video.aspx?113,24,68125,Jornalismo,E-Noticia,Kennedy-Alencar-entrevista-o-presidente-Luiz-Inacio-Lula-da-Silv

Se o PT governasse o Estado de São Paulo

“79 irregularidades graves apontadas pelo TCU" no Rodoanel não é o suficiente para estar na primeira página do Globo”



Se o PT governasse o Estado de São Paulo, como governou a capital, o desabamento do viaduto do Rodoanel do Serra e o fato de que o TCU apontou "79 irregularidades graves" seriam assunto de primeira página durante duas semanas, pelo menos.


Entretanto, O Globo é um dos principais veículos das Organizações Serra e, desse modo, o desabamento do viaduto do Rodoanel do Serra e as 79 irregularidades foram para a página 4.

Na primeira página, o desabamento só apareceu no sábado e mesmo assim com um espaço mínimo - quase imperceptível - com o ridículo título "SP: Vigas caem sobre carros no Rodoanel", remetendo para a página 14, região onde poucos têm fôlego para chegar.


O governo do Estado de São Paulo, juntamente com a prefeitura da capital, promovem, diariamente, um dos maiores apagões de trânsito do planeta e isso nunca é assunto nos veículos das Organizações Serra.


Passará a ser assunto se o próximo governador for do PT ou de aliado.


Além disso, nada de fotos porque fotos podem mostrar aquilo que o texto esconde: a gravidade do acidente, ainda que não tenha tido vítimas fatais. Entre no Google e coloque lá "desabamento viaduto Rodoanel" e constatará que não há imagens sobre o acidente.


Praticamente, só existe esta foto do acidente, que utilizo em todos os posts sobre o assunto.


Como diz o Bóris Casoy - mas não para os apagões do Serra ou do Kassab - "É uma vergonha!"




Postado por Augusto da Fonseca no FBI - Festival de Besteiras na Imprensa