sábado, 5 de setembro de 2009

José Alencar: um grande exemplo



O vice-presidente da República, José Alencar, de 77 anos, concedeu uma entrevista à revista Veja enquanto passava pela primeira sessão de químio. É o 11º tratamento ao qual ele se submete na tentativa de controlar o sarcoma, um câncer agressivo e recidivo, diagnosticado pela primeira vez em 2006. Durante a entrevista ele chorou duas vezes. Ao falar de seus pais e da humildade, a virtude que, segundo ele, a doença lhe ensinou.


Confira a entrevista:


- Como o senhor está se sentindo?

Está tudo ótimo: pressão, temperatura, coração e memória. Tenho apetite, inclusive – só não como torresmo porque não me servem. O meu problema é o tumor. Tenho consciência de que o quadro é, no mínimo, dificílimo – para não dizer impossível, sob o ponto de vista médico. Mas, como para Deus nada é impossível, estou entregue em Suas mãos.

- Desde quando o senhor sabe que, do ponto de vista médico, sua doença é incurável?
Os médicos chegaram a essa conclusão há uns dois anos e logo me contaram. E não poderia ser diferente, pois sempre pedi para estar plenamente informado. A informação me tranquiliza. Ela me dá armas para lutar. Sinto a obrigação de ser absolutamente transparente quando me refiro à doença em público – ninguém tem nada a ver com o câncer do José Alencar, mas com o câncer do vice-presidente, sim. Um homem público com cargo eletivo não se pertence.

- O senhor costuma usar o futebol como metáfora para explicar a sua luta contra a doença. Certa vez, disse que estava ganhando de 1 a 0. De outra, que estava empatado. E, agora, qual é o placar?

Olha, depois de todas as cirurgias pelas quais passei nos últimos anos, agora me sinto debilitado para viver o momento mais prazeroso de uma partida: vibrar quando faço um gol. Não tenho mais forças para subir no alambrado e festejar.

- Como a doença alterou a sua rotina?
Mineiro costuma avaliar uma determinada situação dizendo que "o trem está bom ou ruim". O trem está ficando feio para o meu lado. Minha vida começou a mudar nos últimos meses. Ando cansado. O tratamento que eu fiz nos Estados Unidos me deu essa canseira. Ando um pouco e já me canso. Outro fato que mudou drasticamente minha rotina foi a colostomia (desvio do intestino para uma saída aberta na lateral da barriga, onde são colocadas bolsas plásticas), herança da última cirurgia, em julho. Faço o máximo de esforço para trabalhar normalmente. O trabalho me dá a sensação de cumprir com meu dever. Mas, às vezes, preciso de ajuda. Tenho a minha mulher, Mariza, e a Jaciara (enfermeira da Presidência da República) para me auxiliarem com a colostomia. Quando, por algum motivo, elas não podem me acompanhar, recorro a outros dois enfermeiros, o Márcio e o Dirceu. Sou atendido por eles no próprio gabinete. Se estou em uma reunião, por exemplo, digo que vou ao banheiro, chamo um deles e o que tem de ser feito é feito e pronto. Sem drama nenhum.

- O senhor não passa por momentos de angústia?
Você deveria me perguntar se eu sei o que é angústia. Eu lhe responderia o seguinte: desconheço esse sentimento. Nunca tive isso. Desde pequeno sou assim, e não é a doença que vai mudar isso.

- O agravamento da doença lhe trouxe algum tipo de reflexão?
A doença me ensinou a ser mais humilde. Especialmente, depois da colostomia. A todo momento, peço a Deus para me conceder a graça da humildade. E Ele tem sido generoso comigo. Eu precisava disso em minha vida. Sempre fui um atrevido. Se não o fosse, não teria construído o que construí e não teria entrado na política.

- É penoso para o senhor praticar a humildade?
Não, porque a humildade se desenvolve naturalmente no sofrimento. Sou obrigado a me adaptar a uma realidade em que dependo de outras pessoas para executar tarefas básicas. Pouco adianta eu ficar nervoso com determinadas limitações. Uma das lições da humildade foi perceber que existem pessoas muito mais elevadas do que eu, como os profissionais de saúde que cuidam de mim. Isso vale tanto para os médicos Paulo Hoff, Roberto Kalil, Raul Cutait e Miguel Srougi quanto para os enfermeiros e auxiliares de enfermagem anônimos que me assistem. Cheguei à conclusão de que o que eu faço profissionalmente tem menos importância do que o que eles fazem. Isso porque meu trabalho quase não tem efeito direto sobre o próximo. Pensando bem, o sofrimento é enriquecedor.

- Essa sua consideração não seria uma forma de se preparar para a morte?
Provavelmente, sim. Quando eu era menino, tinha uma professora que repetia a seguinte oração: "Livrai-nos da morte repentina". O que significa isso? Significa que a morte consciente é melhor do que a repentina. Ela nos dá a oportunidade de refletir.

- O senhor tem medo da morte?
Estou preparado para a morte como nunca estive nos últimos tempos. A morte para mim hoje seria um prêmio. Tornei-me uma pessoa muito melhor. Isso não significa que tenha desistido de lutar pela vida. A luta é um princípio cristão, inclusive. Vivo dia após dia de forma plena. Até porque nem o melhor médico do mundo é capaz de prever o dia da morte de seu paciente. Isso cabe a Deus, exclusivamente.

- O senhor se deu conta da comoção nacional que tem provocado?
Não há fortuna no mundo capaz de retribuir o carinho dos brasileiros. Sou um privilegiado. Você não imagina a quantidade de manifestações afetuosas que tenho recebido. Um dia desses me disseram que, ao morrer, iria encontrar meu pai, falecido há mais de cinquenta anos. Aquilo me emocionou profundamente. Se for para me encontrar com mamãe e papai, quero morrer agora. A esperança de encontrar pessoas queridas é um alento muito grande – e uma grande razão para não ter medo do momento da morte.

- O senhor se tornou mais devoto com a doença?

Sou de família católica, mas nunca fui de ir à missa. Nem agora faço isso. Quando a coisa aperta, rezo o pai-nosso. Ultimamente, tenho rezado umas duas, três vezes ao dia.

- Se recebesse a notícia de que foi curado, o que faria primeiro?
Abraçaria a Mariza e diria: "Muito obrigado por ter cuidado tão bem de mim".

MST e as ações criminosas da revista Veja

Foto: Marcha estadual MST

De Altamiro Borges

Sexta-feira, 4 de Setembro de 2009

Os editores da revista Veja são de um cinismo depravado. Na edição desta semana, este panfleto da direita colonizada estampou mais uma capa com ataques ao MST. A manchete provocadora: “Abrimos o cofre do M$T”. A foto montagem: um boné da organização com dólares e reais. A chamada: “Como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra desvia dinheiro público e verbas estrangeiras para cometer seus crimes”. Na “reporcagem” interna, nenhuma entrevista com lideranças dos sem-terra e nenhuma visita às escolas e assentamentos produtivos do MST.

Como arapongas ilegais, ela se jacta de que “teve acesso às movimentações bancárias de quatro entidades ligadas aos sem-terra. Elas revelam como o governo e organizações internacionais acabam financiando as atividades criminosas do movimento”. As quatro entidades – Associação Nacional de Cooperação Agrícola (Anca), Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária (Concrab), Centro de Formação e Pesquisas Contestado (Cepatec) e Instituto Técnico de Estudos Agrários e Cooperativismo (Itac) – “receberam 43 milhões de reais em convênios com o governo entre 2003 e 2007”, resmunga a revista da Editora Abril, que sempre saqueou os cofres públicos.

Uma “reporcagem” interesseira

O novo ataque ao MST não é gratuito. Ele ocorre poucos dias após a jornada nacional de luta por mais verbas para a reforma agrária e pela atualização dos índices de produtividade, usados como parâmetros legais para a desapropriação de terras. Diante da sinalização do governo Lula de que atenderia as justas reivindicações, a revista Veja resolveu sair em defesa dos latifundiários e dos barões do agronegócio. Não há nenhuma investigação jornalística sobre as premiadas iniciativas educativas e sociais do MST. Apenas opiniões preconceituosas para criminalizar o movimento. Seu objetivo é asfixiar financeiramente o MST, fragilizando a heróica luta pela reforma agrária.

Daí a “reporcagem” esbravejar, num tom fascistóide, que “o MST é movido por dinheiro, muito dinheiro, captado basicamente dos cofres públicos e junto às entidades internacionais. Ao ocupar ministérios, invadir fazendas, patrocinar um confronto com a polícia, o MST o faz com dinheiro de impostos pagos pelos brasileiros e com o auxílio de estrangeiros que não deveriam se imiscuir em assuntos do país”. A matéria também serve de palanque para o tucano José Serra. “Aliados históricos do PT, os sem-terra encontraram no governo Lula uma fonte inesgotável de recursos para subsidiar suas atividades”. E ainda estimula intrigas. “O governo Lula agora experimenta o gosto da chantagem de uma organização bandida que cresceu sob seus auspícios”.

Resposta corajosa do MST

O MST já respondeu com altivez às provocações. “Não há nenhuma novidade na postura política e ideológica desses veículos, que fazem parte da classe dominante e defendem os interesses do capital financeiro, dos bancos, do agronegócio e do latifúndio, virando de costas para os problemas estruturais da sociedade e para as dificuldades do povo brasileiro. Desesperados, tentam requentar velhas teses de que o movimento vive à custa de dinheiro público. Aliás, esses ataques vêm justamente de empresas que vivem de propaganda e de recursos públicos ou que são suspeitas de benefícios em licitações do governo de São Paulo, como a Editora Abril”.

Quanto aos ataques, a nota é elucidativa. “Em relação às entidades que atuam nos assentamentos de reforma agrária, que são centenas trabalhando em todo o país, defendemos a legitimidade dos convênios com os governos federal e estaduais e acreditamos na lisura do trabalho realizado. Essas entidades estão devidamente habilitadas nos órgãos públicos, são fiscalizadas e, inclusive, sofrem perseguições políticas do TCU (Tribunal de Contas da União), controlado atualmente por filiados do PSDB e DEM. Elas desenvolvem projetos de assistência técnica, alfabetização de adultos, capacitação, educação e saúde em assentamentos rurais, que são um direito dos assentados e um dever do Estado, de acordo com a Constituição”.

Um negócio de 719 milhões de reais

Em mais este ataque colérico, a revista Veja prova que é imoral e cínica. Tudo que publica serve a objetivos políticos precisos, mas embalados na manipulação jornalística. De fato, muita coisa precisa ser investigada no país. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a mídia tornou-se uma urgência. No caso da Editora Abril, que condena o “auxílio de estrangeiros que se imiscuem em assuntos do país”, seria útil averiguar sua própria origem, quando o empresário estadunidense Victor Civita se mudou para São Paulo, em 1949, trazendo na bagagem um sinistro acordo com a Disney. Não é para menos que muitos o acusaram de “agente do império” e de servidor da CIA.

Quanto aos recursos públicos, seria necessário apurar as compras milionárias do governo tucano de José Serra das publicações da Abril. O Ministério Público Federal inclusive já abriu processo para investigar o caso suspeito. No embalo, poderia averiguar as recentes denúncias do jornalista Carlos Lopes, editor do jornal Hora do Povo. No artigo intitulado “O assalto do grupo Abril aos cofres públicos na venda de livros do MEC”, com base em dados do Portal da Transparência, ele mostra que “nos últimos cinco anos, o Ministério da Educação repassou ao grupo Abril a quantia de R$ 719.630.139,55 para compra de livros didáticos. Foi o maior repasse de recursos públicos destinados a livros didáticos dentre todos os grupos editoriais do país”.

A urgência da CPI da mídia

“Nenhum outro recebeu, nesse período, tanto dinheiro do MEC. Desde 2004, o grupo da Veja ficou com mais de um quinto dos recursos (22,45%) do MEC para compra de livros didáticos... O espantoso é que até 2004 o grupo Civita não atuava no setor de livros didáticos. Neste ano, o grupo adquiriu duas editoras – a Ática e a Scipione. Por que essa súbita decisão de passar a explorar os cofres públicos com uma inundação de livros didáticos? Evidentemente, porque existe muito dinheiro nos cofres públicos... O MEC, infelizmente, está adotando uma política de fornecer dinheiro público para que o Civita sustente o seu panfleto – a revista Veja”.

“Exatamente essa malta, cínica e pendurada no dinheiro público, acusa o MST de ter recebido, de 2003 a 2007, R$ 47 milhões em alguns convênios com o governo federal... Já o Civita recebeu só do MEC, entre 2004 e 2008, R$ 719 milhões, isto é, 17 vezes mais do que o MST – e não foi para trabalhar, mas para empurrar livros didáticos duvidosos, e a preço de ouro”, critica Carlos Lopes. Como se observa, uma CPI da mídia é urgente.


quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Blog do Planalto


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CCJ do Senado aprova reforma eleitoral

Agência Brasil

Brasília - Os líderes dos partidos no Senado fecharam hoje (2) um acordo sobre as alterações que serão feitas ao texto da reforma eleitoral aprovada pela Câmara. Aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) a matéria deve ser deliberada ainda hoje pelo plenário para que as mudanças possam ser apreciadas até o dia 30 de setembro pelos deputados com o objetivo de entrar em vigor já nas eleições de 2010.

Ao mesmo tempo em que possibilita a propaganda paga nos sites de notícias, na internet, o texto aprovado pelos senadores restringe a permissão apenas a candidatos à Presidência da República. Por outro lado, os relatores Marco Maciel (DEM-PE) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ampliaram de 12 para 24 o número de inserções de propagandas políticas dos partidos tanto na internet quanto na mídia impressa.

Em outra emenda, é estabelecida a obrigatoriedade da veiculação da propaganda partidária eleitoral às rádios comunitárias.

O Senado também derrubou duas medidas aprovadas pela Câmara: a obrigatoriedade do voto impresso e a abertura para que o eleitor votasse fora de seu domicílio eleitoral (voto em trânsito).

A proposta de lei eleitoral prevê, ainda, que seis meses antes do pleito seja vedada qualquer inauguração de obras públicas ou solenidade com o mesmo propósito. Também foi incluída emenda que possibilita a doação a candidatos, por pessoa física, em dinheiro, ou cartões magnéticos, na forma de débito ou crédito.

Ainda sobre as doações, nesses casos, será exigido em cada transação a identificação do doador e a emissão do respectivo recibo pelo partido ou coligação. Para tanto, se estabelece que o recibo será entregue impresso quando feito pessoalmente ou enviado pelos correios ou de forma eletrônica.

Para garantir maior espaço à mulher na política partidária, o projeto de lei obriga a reserva de 30% das vagas nas campanhas e pelo menos 10% do tempo que o partido tem nas propagandas de rádio e televisão.

Quanto aos debates dos candidatos na televisão e no rádio, o projeto de lei assegura a participação dos representantes de partidos que tenham bancada mínima de dez deputados federais e garante a presença de dois terços deles nesses programas.

Sobe Serra...sobe...


charge Internet(bessinha)

Lula - "Minha Casa, Minha Vida"

Lula desafia empresas a fazer 1 milhão de casas

O Estado de S. Paulo - 02/09/2009


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que a Caixa Econômica Federal emprestou à construção civil R$ 23,2 bilhões entre janeiro e agosto, mais que em todo o ano de 2008, o que considerou "excepcional". Na abertura do 81.º Encontro Nacional da Indústria de Construção Civil, na noite de ontem, no Rio de Janeiro, Lula desafiou empresários do setor a construir 1 milhão de habitações, meta, sem prazo, do programa federal "Minha Casa, Minha Vida".


"Quero cadastrar 1 milhão de casas até 2010, mas não quero saber quantas vamos cadastrar, quero saber quantas vamos construir", disse ele, pedindo as habitações "para ontem". Segundo o presidente, não falta dinheiro, mas às vezes falta projeto. Os empresários, inicialmente, propuseram construir 200 mil habitações no programa, contou.


De acordo com Lula, em seu governo, o patamar da construção civil mudou e o setor ainda terá no futuro as obras ligadas à Copa do Mundo de 2014. Também disse que anunciará um novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em janeiro de 2010 e em 2015 o Brasil precisará de outro PAC.

Lula também disse, no discurso, que "este País tem de fazer mais". Para ele, "este País pode se tornar uma das economias mais importantes do mundo, mas isso não depende só do presidente, depende de todos os brasileiros".

O governo federal criará 77.782 vagas na administração direta nos Três Poderes


Governo abre mais 60 mil vagas

77.782 vagas


Correio Braziliense - 02/09/2009

O total de postos será preenchido por concurso e atenderá às ncessidades dos Três Poderes, Ministério Público da União e Conselho Nacional do Ministério Público. Em 2010, 56.861 selecionados deverão ser contratados

O governo federal criará 77.782 vagas na administração direta nos Três Poderes, Ministério Público da União e Conselho Nacional do Ministério Público. Desse montante, pelo menos 60 mil serão para cargos efetivos preenchidos por concursos públicos. Nas contas para o orçamento de 2010, 56.861 cargos efetivos e comissionados e funções de confiança serão providos no próximo ano. A proposta de gastos do governo com essas ações custará aos cofres R$ 2,173 bilhões em 2010 e R$ 4,170 bilhões em despesas anualizadas.

A melhor notícia é para os candidatos que estão se preparando para um posto no serviço público: só no Executivo federal serão ocupadas mais de 40,2 mil vagas por meio de concursos públicos já realizados e por outros programados para ocorrer em 2010. Apenas a substituição de terceirizados representa 15.040 desse total e 25.148 correspondem a cargos vagos existentes. Os trabalhadores irregulares devem ser trocados até 31 de outubro e os servidores aprovados nos demais concursos públicos precisam ser nomeados até o início de julho. Depois dessa data-limite, as contratações estarão proibidas pela lei eleitoral. Isso, no entanto, não impedirá a realização de processos seletivos.

A expectativa é que a boa onda de concursos continue em 2010 e nos anos seguintes.

Para comprovar isso, basta checar os números de 2010, quando a previsão é criar 77.782 cargos, o que representa um aumento de 131% comparado ao programado para este ano. Em relação ao provimento das oportunidades novas e existentes, há uma queda de 64.540 para 56.861, ou 87,30% do que era esperado para 2009. Assim, menos aprovados deverão ser chamados em 2010.

Quanto ao Legislativo, o orçamento não detalha as 875 vagas que serão providas para cargos efetivos e comissionados. Desse total, 335 pertencem a Câmara dos Deputados e 300 ao Senado. O Judiciário espera criar 9.096 postos de trabalho no próximo ano e preencher 7.897 entre os novos e os vagos existentes. Somadas as despesas desses dois poderes, haverá uma reserva de desembolso de R$ 449,143 milhões até 31 de dezembro de 2010.

Reforço
Além dessas oportunidades, aguardam aprovação pelo Congresso pelo menos 35 projetos de lei que incluem a criação de cargos no Executivo, Judiciário e Ministério Público da União. Se todos forem aprovados, serão criadas 10.218 vagas no Ministério da Educação — incluindo mais três universidades federais — , 13.495 no Comando da Aeronáutica, 21.507 na Marinha e 6.804 no Ministério Público da União. Ainda que parte da ocupação dessas chances não esteja prevista para 2010, os dados revelam a previsão de seleções públicas para os próximos anos.

Entre os projetos que tramitam na Câmara dos Deputados, o PL nº 3.452 cria a carreira de desenvolvimento de políticas sociais, que movimentará os quadros da Superintendência de Seguros Privados (Susep) com 2,4 mil cargos de analista técnico de políticas sociais. Na mesma proposta, há a transformação de cargos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que dará origem a 810 vagas para especialistas de regulação e vigilância sanitária, 100 técnicos em regulação e vigilância sanitária, 175 analistas administrativos e 150 técnicos administrativos.

A criação de cargos para as diversas regiões da Justiça do Trabalho também soma um montante expressivo. Serão 3.013 postos distribuídos entre juízes substitutos do Trabalho (275), analistas (1.485) e técnicos judiciários (1.253).

O Ministério Público da União aguarda o sinal verde para criação de 6.804 cargos no próprio órgão (2.314), no Ministério Público do Trabalho (3.080), Ministério Público Militar (114) e Ministério Público do DF e Territórios (1.296).

A Comissão de Valores Mobiliários também quer reforçar o quadro ao solicitar 165 cargos efetivos com analistas (90), inspetores (20) e agentes executivos (55). O Projeto de Lei nº 3.643, que cuida do assunto está sob avaliação da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados.

Leia íntegra das despesas de pessoal e encargos sociais

Fim dos terceirizados

A substituição dos funcionários com contratos irregulares na administração direta do Executivo Nacional vai, por mais um ano, alavancar o número de vagas dos concursos públicos. Para o orçamento de 2010, serão 15.040 contratações a um custo de R$ 259,57 milhões aos cofres públicos. Este ano, foram reservados R$ 338,82 milhões para contratar 19.423 terceirizados que trabalham em áreas fins.

Essa será a última leva de concursados para substituir terceirizados, tendo em vista que o prazo para cumprimento do acordo feito ano passado entre o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério do Planejamento termina em 31 de outubro de 2010. De acordo com levantamento feito com os órgãos da administração direta, indireta, autarquias e as fundações, pelo menos 34.165 trabalhadores contratados irregularmente no serviço público federal darão lugar a concursados.

Desse montante, 30% devem deixar o trabalho até dezembro de 2009 e outros 40%, até 31 de outubro do ano que vem. O Planejamento garante que tem cumprido rigorosamente os prazos estipulados pelo MPT e, caso isso não seja feito, a administração estará sujeita a multa de R$ 1 mil por trabalhador, além da punição aos gestores, que podem responder por crime de desobediência.

Atualmente, seis órgãos têm permissão para fazer essa troca: Planejamento (336), Agricultura (310), Previdência Social (178), Desenvolvimento, da Indústria e do Comércio (191), Saúde (1.336) e Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (82). Todos os cargos abertos fazem jus a remunerações de R$ 2.293 para nível médio e R$ 2.989 aos graduados. Exceto na carreira da saúde, cujos valores são de R$ 2.491,92 e R$ 2.870,19, respectivamente.

Valorização do salário mínimo do governo Lula

O presidente Lula, dando continuidade à política de reajuste do salário mínimo, já encaminhou ao Congresso Nacional a proposta orçamentária para 2010 que prevê reajuste de 8,79%, ou seja, de R$ 465,00 para R$505,90.


Entretanto, este valor poderá sofrer alterações e revisões até o final de 2009, ficando um pouco maior, pois o reajuste do salário mínimo é feito a partir de dois fatores: a inflação do ano anterior, no caso 2009 (que ainda não terminou) e o crescimento econômico registrado no país dois anos antes do reajuste, ou seja, de 2008.


Vale lembrar que em 2010 o reajuste passará a ser pago a partir de 1º de janeiro e permitirá um ganho real considerável de 4% no poder aquisitivo do trabalhador, além de descontar a inflação.


Com o reajuste para R$ 505,90 (U$ 266 – duzentos e sessenta e seis dólares) o presidente Lula terá aumentado em 153,22% com relação ao presidente anterior. Para quem não lembra (não culpo ninguém por isso) FHC dava sempre reajustes abaixo da inflação e quando saiu do governo deixou um salário mínimo de R$ 200,00 (U$ 56 – cinqüenta e seis dólares).

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Por que não divulgaram corretamente as pesquisas?


Vox Populi mostra força de Lula, avanço de Dilma e recuo de Serra

Do blog do Favre

Desprezadas por quase todos os veículos da mídia e parcialmente ignorada mesmo em círculos políticos partidários, a mais recente pesquisa de intenção de voto feita pelo instituto Vox Populi - um dos três maiores institutos brasileiros especializados nesse trabalho - contém mais notícias novas, sobre a eleição presidencial, do que a forte redução da vantagem do governador paulista josé Serra (PSDB), principal pré-candidato do PSDB, sobre a pré-candidata do PT, ministra Dilma Rousseff - 30% a 21%.(continue...)

domingo, 30 de agosto de 2009

PSDB quer passar a imagem de que é a favor dos programas de Lula

PSDB quer abandonar crítica a projetos de Lula


Estratégia é dar ?visão positiva? sobre programas sociais e esquecer discurso da ''porta de saída''

Estadão -Domingo, 29 de Agosto de 2009


Wilson Tosta, RIO


O comando nacional do PSDB está orientando o partido a dar uma "visão positiva" dos programas sociais do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha eleitoral de 2010, afirmou ontem o presidente da legenda, senador Sérgio Guerra (PE).


O parlamentar disse que a legenda não permitirá "nem de longe" a disseminação da ideia de que, se vencer, acabará com esses projetos - apenas o Bolsa-Família atende mais de 11 milhões de famílias. Segundo o senador, pesquisas mostram que as maiores dificuldades da legenda ocorrem em regiões onde há concentração dessas iniciativas do governo federal.


Agora, os tucanos deverão abandonar as críticas ao programa e reconhecer que seu desenvolvimento foi correto. "A orientação do partido é dar essa visão positiva dos programas, reconhecer os programas do governo Lula, elogiar o que têm de positivo e desenvolver propostas. Nada que tenha a ver com aquela história de porta de saída. Porta de saída é tudo que a gente precisa para se dar mal. Não é nada", disse Guerra. (leia mais)


Na verdade, a nova estratégia do PSDB é fingir que defende os programas sociais do governo Lula, como o Bolsa Família (“que eles chamavam de ‘bolsa esmola”) e o sistema de cotas (que para eles era “racismo às avessas”). Pois, sem discurso, depois de tanto criticarem as ações do governo que com certeza ajudaram a reduzir as desigualdades sociais no Brasil, os tucanos não querem mais mostrar o que eles realmente pretendem: o fim desses programas.


Na avaliação do PSDB é preciso mudar o tom das críticas, porque não será positivo deixar a imagem de que eles não defendem os referidos programas e que podem acabar com os mesmos “se” chegarem à presidência, já que o povo não é besta e sabe muito bem que suas vidas melhoraram muito devido a essas ações do governo Lula.

Eleição está ficando cada vez mais difícil para Serra


A situação do Serra vem cada vez mais complicando-se, principalmente em três estados: no Rio Grande do Sul, onde a governadora Yeda Crusius (PSDB-RS) foi denunciada por corrupção, o tucano já foi ultrapassado pela ministra Dilma Rousseff; no Rio de Janeiro o abacaxi dos tucanos é o apoio ao deputado Fernando Gabeira (PV), que com o lançamento de Marina Silva à presidência ficará entre a cruz e a espada, terá dois palanques para presidente – um com Marina e outro com Serra – o PSDB não aceita; já em São Paulo, além do acirramento da disputa interna no PSDB pela vaga de candidato a governador em 2010, entre o chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira Filho, o preferido do governador José Serra, e Geraldo Alckmin, surge à possibilidade de Ciro Gomes ou Palocci vir a candidatar-se ao governo, o que por si só já é uma ameaça aos 16 anos de domínio demo-tucano.


Além disso, em pesquisa de intenção de votos para presidente do instituto Vox Populi, o governador tem o maior índice de rejeição no seu próprio Estado, 18 %.


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