quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

ENQUANTO A IMPRENSA BRASILEIRA FALA MAL DE LULA...

Le Monde elege Lula " o homem do ano de 2009"


O jornal francês Le Monde escolheu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como "o homem do ano de 2009", na primeira vez em que o prestigiado diário de Paris decidiu fazer esse tipo de indicação. Para justificar sua escolha, o Monde afirma que apontou "uma personalidade cuja ação e a notoriedade adquiriram uma notoriedade internacional". Veja a íntegra do artigo publicado nesta quinta-feira (24), assinado por Eric Fottorino, editor do jornal.



Lula: a legenda do Monde destaca o 'Nossa Casa'


Pela primeira vez em sua história, Le Monde decidiu escolher a personalidade do ano. "Sua" personalidade do ano.

O exercício poderia parecer aleatório ou gratuito. Quem distinguir? Por quais critérios? Como se diferenciar dos grandes e prestigiosos confrades estrangeiros, como o semanário americano Time, que há anos nos precede elegendo sua "person of the year"?

Nosso debate pôs em evidência portanto aquilo que nos reúne sob a bandeira do Monde. Pois, há 65 anos, o título de nosso jornal é um convite ao olhar planetário, escolhemos uma personalidade cuja ação e a notoriedade adquiriram uma notoriedade internacional.

Desejosos de escapar das escolhas obrigatórias que poderiam nos inclinar para o preidente dos Estados Unidos, Barack Obama (porém ele foi mais o homem de 2008 que o de 2009), descartamos também as personalidads "negativas", ainda que sua ação seja determinante na nova configuração mundial: Vladimir Putin e sua tentação-tentativa de reconstituir o império soviético; Mahmoud Ahmadinejad, que em cada palavra e cada ato faz um desafio ao Ocidente.

Desde sua criação, Le Monde, marcado pelo espírito de análise de seu fundador, Hubert Beuve-Méry, deseja ser um jornal de (re)construção, se não de esperança: ele veicula, à sua maneira, uma parte do positivismo de Augusto Comte, toma posição e partido pelos homens de boa vontade.

Eis porque, para esta primeira escolha, que desejamos renovar a cada ano daqui por diante, nossa escolha de razão e coração recaiu sobre o presidente brasileiro, Luis Inácio Lula da Silva, mais conhecido pelo simples apelido de Lula.

Por sua trajetória singular de antigo sindicalista, pelo sucesso à frente de um país tão complexo como o Brasil, por seu empenho no desenvolvimento econômico, pela luta contra as desigualdades e a defesa do meio ambiente, Lula pareceu-nos bem merecedor... do mundo.

Fonte: Portal Vermelho

Salário mínimo com Lula é o maior em 3 décadas; como há 50 anos, a UDN não quer o aumento

Os corvos tramavam contra o salário mínimo de Vargas; são os mesmo que reclamam agora de Lula

Por Rodrigo Vianna

No início de 1954, Jango (que era, então, o Ministro do Trabalho de Getúlio Vargas) propôs aumento de 100% para o salário mínimo.

A UDN (partido da direita, forte entre as classes médias no Rio e em São Paulo) se agitou. Os militares também se agitaram: como podia um operário ganhar tanto quanto um tenente? A pressão foi tanta que Jango perdeu o cargo. Alguns meses depois, sob acusações de todos os lados, Vargas perderia a vida, metendo uma bala no peito.

Veja o que o site da FGV informa sobre o episódio do salário mínimo - http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/artigos/NoGovernoGV/Salario_minimo_e_saida_do_ministerio_do_trabalho:

“Os principais lances da crise são úteis para se dimensionar o montante da articulação oposicionista, e que se concluiria com o episódio do suicídio de Vargas, em agosto do mesmo ano. O ministro da Fazenda, Oswaldo Aranha manifestou sua total contrariedade à proposta, secundado pelos membros da "banda de música" da União Democrática Nacional (UDN) – parlamentares que faziam muito barulho no Parlamento, sempre atacando Vargas. As acusações não eram novas, mas ganhavam virulência ante o desmedido da proposta em causa. Jango era um "manipulador da classe operária", "um estimulador de greves", "um amigo dos comunistas", que tinha como plano a implantação, naturalmente com o assentimento de Vargas, de uma "república sindicalista" no Brasil. Alimentando tais ataques havia um outro. O de que Vargas mantinha conversações secretas com Juan Perón, presidente da Argentina, no sentido da formação do chamado Pacto ABC – Argentina, Brasil, Chile – com evidentes contornos anti-americanos e tendências "socializantes". Uma mistura explosiva de má condução da política interna e externa, capaz de justificar até mesmo um pedido de impedimento do presidente.”

Alguma semelhança com as acusações contra Lula?

Lula – hoje - é acusado de conduzir uma política de integração com viés anti-EUA. A mesma acusação que pesava contra Vargas. Com relação ao mínimo, situação idêntica.

A UDN continua onde sempre esteve. A UDN – hoje, como há 55 anos - não quer aumento de salário mínimo: R$ 510 é a proposta de Lula para 2010.

Ainda zonzo, depois de uma viagem de 14 horas de carro (entre São Paulo e Florianópolis), eu tomava café no hotel agora cedo, e assistia ao “Bom (?) Dia, Brasil”. Alexandre Garcia desfilava ironia (ele se acha engraçado) diante da proposta de aumento. Frisava que isso vai ocorrer em “ano eleitoral”. A UDN não quer pobre ganhando mais. Ainda mais em ano eleitoral.
Isso fere os brios da UDN.

Verdade que a UDN que depende de voto (PSDB e DEM) não pode berrar contra o salário mínimo de R$ 510. Aí, sobra para o partido da imprensa.

A banda de música do Alexandre Garcia esqueceu de informar ao dileto público que a política de reajuste ao salário mínimo não depende só de “canetada” do presidente em ano eleitoral. Não. O governo Lula adotou uma política consistente (e permanente) de recuperação do mínimo. Reajuste real é concedido, sempre, com base no crescimento do PIB de dois anos antes. Lula tem meta para o mínimo. A UDN demotucana só tinha meta para inflação. Fazer o que... E ainda dizem que Lula “tem sorte”. He, He.

Não é sorte. São escolhas.

A política de Lula é muito mais consistente do que a canetada de Jango. É consistente. Isso apavora a UDN e sua banda de música na Globo.

Não é só o despeito com o pobre que ganha mais. É todo um ideário liberal que afunda.

Durante 15 anos, como repórter, cansei de entrevistar “consultores” e “economistas” que defendiam: o Brasil precisa fazer a “lição de casa”. Os anos 90 foram assim: “lição de casa”! Eu tinha engulhos a cada vez que ouvia essa expressão. Perdi a conta de quantas vezes isso foi ao ar na TV brasileira – como uma pobre metáfora de nossa subserviência...

A turma da “lição de casa” pregava: “superávit primário”, “controle dos gastos públicos”, “autonomia do Banco Central” (como se o BC fosse uma instituição acima do governo, quando ele é mantido com nossos impostos, e deve estar subordinado ao governo de turno) etc etc etc.

Isso tudo virou lixo depois da crise de 2008.

No primeiro mandato, Lula ampliou um pouco os gastos sociais (“esmola”, diziam), mas manteve a ortodoxia na economia.

No segundo mandato, livre de Paloccci, o governo ampliou sua atuação como indutor do desenvolvimento. Mantega conduz uma política livre das amarras da turma da “lição de casa”.

Hoje mesmo, véspera de Natal, Mantega está nos jornais a dizer que Banco Central não precisa ser autônomo, coisa nenhuma!

A turma da “lição de casa” não gosta disso.

A turma da “lição de casa” não gosta de Keynes. O sábio economista dizia (groso modo, perdoem minha simplificação) que a equação da economia se resolve quase sempre pela demanda, não pela oferta. Se há crise, estimule-se a demanda, e a roda volta a girar.

Foi o que Mantega fez em 2008 – com isenção fiscal para carros, linha branca etc. Lula também pediu aos pobres que seguissem comprando. E deu certo.

Deu certo porque Lula havia criado as bases de um imenso mercado interno de consumo: “bolsa-família”, salário mínimo com ganho real, reajuste para funcionalismo...

Tudo isso contraria a cartilha da “lição de casa”.

Vejam: o governo (com Mantega, no meio da crise) adotou políticas de isenção de impostos (“populismo” berraram alguns colunistas), e ainda assim a arrecadação voltou a crescer. Número de novembro indica aumento de 26% em relação a novembro de 2008 - http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u670008.shtml.

A turma que torce pela “deterioração das contas públicas” não deve estar entendendo nada.

Lula fingiu adotar a política fernandista. Mas superou essa política, sem alarde.

Lula fez o que Celso Furtado e Maria da Conceição Tavares pregaram durante anos e anos! Lula construiu um mercado interno de verdade.

Serra – que não é tonto, e não é um “liberalóide” radical – sabe que não pode fazer campanha pregando “controle dos gastos públicos”. Isso servia para enganar a turma nos anos 90. O Brasil mudou. E o Serra sabe disso. Mas o Alexandre Garcia (com a turma mais tosca da UDN) não sabe.

Nem Obama mais acredita na doutrina liberal. Obama salvou a GM e alguns bancos com grana pública. Obama não fez a “lição de casa”?

Só a banda de música (na Globo e em alguns jornais) ainda segue a velha cartilha. É o passado, que se recusa a passar.

O passado será atropelado pelos fatos.

Ainda mais quando lemos que – com o reajuste para R$ 510 – o mínimo vai atingir o maior patamar em quase 3 décadas.

Lula colocou o capitalismo brasileiro em novo patamar. Os toscos capitalistas (ou aqueles que pensam representar os capitalistas, nas telas e nos jornais) não perceberam.

Dessa vez, a UDN vai ficar falando sozinha.

O suicídio dessa vez virá do outro lado. É a UDN que vai meter uma bala no peito se continuar se recusando a enxergar a realidade.

Azar da UDN.

PTB e PSD – se tiverem juízo – seguirão juntos, isolando a direita e mantendo o Brasil na rota do crescimento. Isso apesar de todos os problemas e insuficiências do governo Lula. É preciso – sim – fazer a crítica do governo Lula, pela esquerda. Mas sempre reconhecendo seus avanços.

Tudo leva a crer que Lula não vai se igualar a Getúlio. Não. Vai é superá-lo. Sem golpe, sem bala no peito. Tudo no voto.

É demais para a UDN. Coitadinha...

Fonte: http://www.rodrigovianna.com.br/

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Novo mínimo põe mais R$ 26,6 bi na economia

Autor(es): Cleide Silva O Estado de S. Paulo - 23/12/2009


O aumento para R$ 510 no valor do salário mínimo a partir de janeiro, se confirmado, representará um incremento de renda na economia de R$ 26,6 bilhões ao longo de 2010, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Paralelamente, significará um custo adicional de R$ 10,8 bilhões á Previdência.



Com o aumento real de 5,87% previsto para o mês que vem, o salário mínimo acumulará ganho real (descontado a inflação) de 53,46% durante o governo Lula. Quando ele assumiu, em 2003, o mínimo estava em R$ 200. Se a atual política de reajuste for mantida, daqui a dez anos o valor estimado será o equivalente hoje a R$ 850, calcula Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese.



"É fundamental que seja mantida a atual política de reajuste do mínimo", afirma Lúcio, que fez os cálculos com base em um crescimento médio da economia de 5% ao ano daqui para frente.



Segundo cálculos do Dieese, com o novo salário será possível adquirir o equivalente a 2,17 cestas básicas, a maior relação na série das médias anuais desse comparativo em 30 anos.



O salário mínimo em vigor compra o equivalente a 2 cestas básicas. Em 1995, primeiro ano pós Plano Real, a relação era de 1,02 cesta. "O reajuste do mínimo e a política de redução do preço da cesta básica aumentam o poder de compra", constata Lúcio.


Francisco Pessoa, economista da LCA Consultores, considera "fortíssimo" o aumento real de 53,46% desde 2002, período em que a inflação acumulada medida pelo INPC ficou em 66,16%. "A maioria dos salários não indexados ao mínimo certamente não subiu na mesma proporção", afirma.



O Dieese calcula que 46,1 milhões de pessoas tenham rendimento vinculado ao salário mínimo. Levando-se em conta a série histórica do salário mínimo e atualizando os valores médios anuais em reais, o valor de R$ 510 é o maior desde 1986, quando o mínimo equivalia a R$ 520.



A preocupação maior será com a Previdência, analisa Pessoa, que avalia em 18,5 milhões o número de aposentados e pensionistas com rendimentos vinculados ao mínimo.



Outro impacto negativo, lembra Pessoa, deve ocorrer nas prefeituras e Estados mais pobres, onde a maioria dos servidores recebe salário mínimo. O reajuste terá reflexo maior nas finanças públicas, o que pode resultar em redução de investimentos em ativos como escolas e hospitais públicos.

Lula entrega mais 608 apartamentos em favelas do Rio

Jornal do Brasil - 23/12/2009

RIO DE JANEIRO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou nesta terça-feira o conjunto habitacional Itaoca, no Complexo do Alemão (Zona Norte). A construção integra as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na comunidade, que terá investimentos de R$ 623 milhões.

Somente no conjunto Itaoca, que conta com 192 apartamentos de dois quartos, sala, cozinha e banheiro – além de um computador em cada um com internet gratuira – foram aplicados R$ 10,2 milhões.

O presidente chegou acompanhado da ministra-chefe da Casa civil, Dilma Rousseff, do governador do Rio, Sergio Cabral, e do prefeito Eduardo Paes. Cercado pelos moradores da comunidade, Lula destacou que as obras são fruto de uma parceria entre as três esferas de governo e que vão continuar:

– Quando presidente, governador e prefeito tranalham juntos as coisas andam na velocidade de um fórmula 1 e não de fusquinha.

Lula afirmou que a Copa do Mundo de 2016 não terá problemas de segurança:

– Esse povo aqui é apaixonado por futebol. Quem vier para cá vai viver tranquilamente a melhor Copa do Mundo. (...) E nós vamos trabalhar para cuidar da segurança.

O governador Sérgio Cabral também destacou os benefícios das obras do PAC e anunciou que a população local, em breve, vai contar com uma universidade pública.

Para a professora Neide Lima, que vive no Alemão há cerca de 30 anos, elogiou a construção de moradias, mas lembrou outros problemas

– Temos que ir a um hospital longe e muitas vezes dormir na fila. E sem saúde, sem moradia com condições mínimas e sem emprego a violência aumenta.

Em Manguinhos, também com Cabral, Paes e os ministros da Igualdade Racial, Edson Santos, e das Cidades, Márcio Fortes, Lula inaugurou um conjunto habitacional com 416 apartamentos.

O investimento foi de R$ 53,2 milhões. Os prédios de quatro andares vão abrigar cerca de 2 mil pessoas. Funcionarão ali centros de geração de renda, de apoio jurídico e de referência da juventude, com investimentos de R$ 14,7 milhões.

Também foi construída uma biblioteca com salas climatizadas e informatizadas, ao valor de R$ 4,9 milhões, que receberá mais R$ 3,7 milhões para compra de equipamentos.

Os moradores do conjunto habitacional ganharam ainda uma rede gratuita de internet sem fio. No total, segundo dados do Ministério das Cidades, estão sendo investidos R$ 368 milhões em obras do PAC em Manguinhos. Em todo o estado do Rio, são R$ 6,2 bilhões. (Com Agência Brasil)

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Lula é povo e o povo é Lula

Jaques Wagner (PT) lidera na Bahia

Datafolha eleições - 2010

Jaques Wagner (PT) lidera disputa pelo governo do estado


O atual governador do Estado da Bahia, Jaques Wagner (PT) lidera as quatro situações de voto para governador, apresentadas aos moradores do estado da Bahia, com vantagem que varia de quinze a vinte e nove pontos percentuais sobre o segundo colocado. É o que revela pesquisa Datafolha realizada entre os dias 14 e 18 de dezembro de 2009, com 1.055 brasileiros de 16 anos ou mais, residentes no Estado da Bahia. A margem de erro para o total da amostra é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro de um intervalo de confiança de 95%.(Veja na íntegra).







Fonte: http://datafolha.folha.uol.com.br/po/ver_po.php?session=926

Discurso de Lula durante o Prêmio Brasil Olímpico 2009



http://video.globo.com/Videos/Player/Esportes/0,,GIM1179812-7824-LULA+RELEMBRA+COM+HUMOR+O+DIA+DA+ESCOLHA+DO+RIO+PARA+SEDE+DOS+JOGOS+DE,00.html

A outra face do poder


Por Delfim Netto


Duas circunstâncias em que os fados estiveram fortemente empenhados em ajudar e uma terceira na qual deu extraordinária demonstração de competência explicam por que o presidente Lula entra no último ano de seu segundo mandato no auge do prestígio planetário e com índices domésticos de aprovação inebriantes.

É o sucesso da economia que elevou o seu governo ao patamar de popularidade que tanto perturba o raciocínio dos partidos da oposição. Eles têm realmente motivos de angústia, quando vai se consolidando a expectativa de que a economia não vai crescer menos do que 5% (com risco de pular além de 6%) no ano das eleições gerais que vão desenhar a nova face do poder nacional.

Antes da crise das finanças mundiais, ainda era aceitável o argumento de que tudo dependeu de sorte. O Brasil foi empurrado pelo vento de cauda proporcionado pela rápida expansão da economia mundial a partir de 2002, que elevou os preços das exportações agrícolas e dos minérios. Isso permitiu eliminar a restrição externa em seis anos, graças ao aumento do valor dos saldos do comércio (sem fazer nenhum esforço exportador e com uma política cambial deplorável).

Tudo bem que se tratou de um bônus que recebemos do exterior, mas o resultado só aconteceu porque nossa agricultura soube responder ao aumento da demanda mundial, graças aos enormes ganhos de produtividade proporcionados pelas pesquisas da Embrapa e à disposição dos empresários do setor. Foi o trabalho do nosso agropecuarista, mais a perseverança do governo na melhora da política agrícola e das pesquisas, que permitiu ao Brasil aproveitar “a maré de sorte que acompanha Lula”...

Da mesma forma, no caso das exportações de minérios, não há por que atribuir aos fados o sucesso brasileiro, porque nos preparamos durante muitos anos para atender ao aumento da demanda mundial. E o fizemos com eficiência, de sorte a bater os competidores na hora de saciar a gula chinesa, sem faltar aos demais clientes.

O segundo bônus que recebemos nesse período abençoado dos deuses é a descoberta do pré-sal: a confirmação da existência das enormes reservas de petróleo submarino, ao alcance de nossa capacidade de extração. O significado disso é simplesmente poder garantir que o Brasil se libertou da dupla ameaça ao seu desenvolvimento: o suprimento de energia e as interrupções causadas pelas crises do balanço de pagamentos.

A terceira circunstância a que me referi no início foi a forma como o governo (e particularmente o presidente Lula) deu a volta por cima na crise financeira, surpreendendo o mundo (e o próprio Brasil) pela rapidez com que a nossa economia se livrou da recessão. Diante da tempestade que varreu os mercados de trabalho e impediu o crescimento da economia mundial, a performance brasileira foi altamente competente, extraordinária, mesmo. A principal façanha foi que se evitou no Brasil a tragédia do desemprego nos termos em que ela atingiu os demais países.

Num ano em que fábricas fecharam e milhões de postos de trabalho foram suprimidos nos países industrializados (sem poupar os emergentes), o Brasil fez a diferença. O acerto das políticas do governo reduziu ao mínimo o período recessivo, ao estimular a produção e facilitar o crédito ao consumo. O apelo direto do presidente convenceu o trabalhador de que, se ele não parasse de consumir, seu emprego estaria mais garantido. Funcionou. O brasileiro não parou de comprar e hoje o emprego retornou praticamente aos níveis em que se encontrava antes da crise. Esta foi a ação decisiva. Na medida em que se manteve o ritmo do emprego, sustentou-se o salário real, que é o que garante a demanda privada interna e ajuda a manter o nível de renda.

A economia brasileira chega ao fim do ano com um PIB ligeiramente positivo em relação a 2008 (que foi de grande crescimento) e, mais importante, com uma expansão já contratada de 5%, no mínimo, para 2010. Adquirimos musculatura para um crescimento maior e estável nos próximos anos, com inflação controlada e um nível bastante confortável de reservas (239,5 bilhões de dólares em 1º de dezembro de 2009).

Há tensões que precisarão ser administradas com mais sabedoria durante este ano eleitoral, quando o governo terá de reduzir a sua demanda para permitir que a demanda privada volte ao papel que cumpria anteriormente. E não pode retardar mais as ações capazes de fazer voltar o câmbio a níveis de equilíbrio, de sorte a impedir a destruição do setor industrial exportador, que já está se processando.

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=2&a2=5&i=5747

Para Dilma a proposta dos EUA é ridícula

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) classificou nesta segunda-feira (21) Climacomo "ridícula" a proposta norte-americana de destinar US$ 30 bilhões nos próximos três anos para que os países em desenvolvimento possam combater os efeitos das mudanças climáticas no planeta.

O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou na semana passada que o acordo entre seu país, China, Índia e a África do Sul vai proporcionar US$ 30 bilhões ao longo dos próximo três anos aos países em desenvolvimento.

A proposta indica que os Estados Unidos vão contribuir com US$ 3,6 bilhões no período de três anos, de 2010 até 2012. No mesmo período, o Japão vai contribuir com US$ 11 bilhões e, a União Europeia, com US$ 10,6 bilhões.

"Esse dinheiro é absolutamente ridículo para as necessidades dos países em desenvolvimento", afirmou a ministra, em coletiva, no Rio.

Ela acrescentou que o Brasil vai manter, "aconteça o que acontecer", a meta de redução de emissões traçada para o futuro próximo. Segundo ela, o país prevê emitir entre 36% e 39% menos do total que foi lançado em 2005.

Fonte: PT

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Pesquisa Datafolha - espontânea: Dilma 12% x Serra 8%

Do Escrevinhador

Voto espontâneo: o número que atormenta Serra

(...)

A dez meses da eleição, qual o número mais importante numa pesquisa? Aquele que indica a intenção espontânea de voto.

Vocês prestaram atenção ao voto espontâne no último "DataFolha"? Talvez, não. Até porque os números ficaram escondidos. Eu só achei no blog do Fernando Rodrigues (que, apesar de trabalhar na "Folha", não briga com os fatos) - http://uolpolitica.blog.uol.com.br/.

(...)


Volto eu.

Deixem Lula de lado, provisioriamente.

Reparem que - mesmo assim - a soma de votos em "Dilma", no "candidato do PT" e no "candidato do Lula" bate em 12%.

Serra tem 8%. Se somarmos os votos em "Aécio" e "Alckmin", teríamos os mesmos 12%.

Serra é o líder na pesquisa estimulada. Mas na espontânea ele patina.

Tudo isso sem levar em conta que Lula hoje teria 20% dos votos!

Hoje, esse é o número que atormenta Serra. E pode fazer com que ele desista da candidatura presidencial. Ainda mais sabendo que, se perder para Dilma, Alckmin (ou Ciro, com apoio do PT) pode asumir o governo paulista.

Seria o fim para ele.

Serra só será candidato se tiver coragem para desafiar o destino. Pra ele,é tudo ou nada.

Os números indicam que há grande chance de a liderança de Serra se esfarelar. "Tudo" pode virar "nada" antes de a Copa do Mundo chegar.

Quem conhece Serra sabe que ele não é dado a correr esses riscos.

Veremos em breve.

Aécio pode ser chamado de volta em março. E ainda há FHC, a espreitar o Brasil de algum lugar do passado. Quem sabe ele não se anima a empunhar a bandeira tucana, se Serra também desistir. Seria divertido...

Aliás, pergunta: FHC não é citado na pesquisa? Teve menos de1%? Ou ficou embolado com Eymael ali entre os "outros"?

(Leia na íntegra aqui)

Concursos: confira 5,5 mil vagas com salários de até R$ 19 mil

Do Portal Terra


Inscrições para concursos públicos promovidos em todas as regiões do País oferecem cerca de 5,5 mil vagas, com salários até R$ 19 mil. Há oportunidades para profissionais que possuam desde apenas o ensino fundamental até o superior.


O Terra selecionou 11 processos seletivos que têm inscrições abertas e informa, além da remuneração e número de vagas, requisitos, prazo e local para inscrição.


» Confira a relação dos concursos públicos ( Aqui )


Fonte: http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=200912211130_RED_78626591


domingo, 20 de dezembro de 2009

LULA, do discurso na COP 15
















"...não pensem que estão dando uma esmola, porque o dinheiro que vai ser colocado na mesa é o pagamento pela emissão de gás de efeito estufa feita durante dois séculos, por quem teve o privilégio de se industrializar primeiro; não é uma barganha de quem tem dinheiro e quem não tem dinheiro. É um compromisso mais sério."


(Presidente Lula, em discurso de improviso na COP 15, na 6º feira, dia 18, quando foi aplaudido quatro vezes, em 15 minutos, ao criticar os países ricos)

Sobre a pesquisa Datafolha

Blog Os Amigos do Presidente Lula


Datafolha deixa Serra em pânico


Pesquisa há 10 meses das eleições, é bastante imprecisa, e nem sequer pode ser encarada como um retrato real do momento (pois o momento não é o da eleição). As pesquisas honestas são úteis para aferir tendências, e orientar rumos. Para por aí.

O Datafolha é do grupo Folha, Paulista, demo-tucano até o pescoço, a ponto de publicar uma ficha falsa de Dilma. Então se a pesquisa não foi manipulada já está bom demais para Dilma. Se foi manipulada, a coisa está muito mais feia para Serra do que é divulgado. Mas vamos as tendências.

Dois números são de causar pânico em José Serra:

1) Dilma 18% x 8% Serra, na espontânea

A pesquisa espontânea é aquela em que o pesquisado apenas é perguntado em quem irá votar, sem apresentar nenhum nome à pessoa.

Por isso é considerada a pesquisa mais importante, longe das eleições. Quem responde, quase sempre, é porque está decidido em votar naquele nome. É a escolha do eleitor, e não um "X" numa lista de múltipla escolha. A pesquisa espontânea é o voto cristalizado, que dificilmente mudará.

Na espontânea responderam:

- Lula: 20%
- Dilma: 8%
- Serra: 8%
- Aécio: 3%
- Candidato indicado pelo Lula: 3

Serra e Dilma já aparecem empatados, e muita gente ainda diz que prefere votar em Lula, ignorando o fato de que ele não será candidato.

Além disso, ao somarmos os 3% de "Candidato indicado pelo Lula" aos 8% de Dilma, são 11% dela contra 8% de Serra.

Se essa vantagem já é preocupante para Serra, a coisa piora quando o eleitor é perguntado: "E excluindo Lula, já que ele não será candidato?"

- Dilma: 10%
- Serra: 8%
- "Candidato do Lula": 8%

Muitos eleitores não respondem Dilma, porque ainda não sabem que é ela a candidata de Lula, então a soma dá 18% para Dilma e 8% para Serra. Este é o verdadeiro voto cristalizado, do eleitor que dificilmente mudará seu voto. É claro que ainda tem 74% de votos não cristalizados em disputa. Mas a vantagem na largada já está muito melhor para Dilma.

Qualquer pessoa que entende de pesquisa, sabe que qualitativamente essa situação é muito, mas muito boa para Dilma, e muito ruim para Serra.

2) Em São Paulo Serra só tem 47%

Agora os números são na pesquisa induzida.

São Paulo, que é o quartel general de Serra, onde ele nasceu e disputou todas as eleições, onde ele detém a máquina estadual e municipal (através de seu pupilo Kassab), detém o apoio de toda a imprensa local, só tem 47% de intenção de votos.

Vai ser ruim de povo assim, até lá na mooca!!!

Dilma, que não é paulista, é mineira e teve boa parte de sua vida profissional no Rio Grande do Sul, nunca disputou nenhuma eleição em São Paulo, é novata para o eleitorado, já tem 18% das intenções de voto dos paulistas.

47% é muito pouco para Serra em São Paulo. Um governador presidenciável com alta aprovação teria acima de 60%, no mínimo. O número é preocupante até para o plano B de Serra: tentar a reeleição como governador.

Há outros números na pesquisa que animam Dilma e causam pânico em Serra: na Bahia (o quarto maior eleitorado do Brasil) Dilma é confirmada na frente, com 34% contra 30% de Serra.

A Folha não divulgou os números detalhados de Estados com grande eleitorado, como Minas Gerais e Rio de Janeiro. Seria interessante sabermos a evolução dos números.

Também não divulgou a situação no Rio Grande do Sul, onde Serra conta com o apoio de Yeda Crusius (PSDB/RS). Também não divulgou no Distrito Federal, se limitando a informar que a rejeição à Serra disparou após o mensalão do DEM. Há suspeitas que Dilma também já esteja na frente nestes dois estados.

Adeus EUA. Boa-tarde, Brasil!

Anabella Rosemberg, Copenhague, De blog do jornal francês Libération, com tradução de Caia Fittipaldi



É verdade que, sendo eu argentina, o que aqui escrevo parecerá meio esquisito. Paciência. Acabamos de assistir, no quadro da total degringolada das negociações sobre o clima em Copenhague, ao fracasso final de uma superpotência (os EUA) e à vigorosa entrada em cena de uma nação (Brasil) que esperava impaciente para ocupar seu lugar.

Os discursos de Obama e Lula foram muito mais que discursos sobre as questões que se esperava que nossos chefes de Estado devessem resolver em Copenhague. Esses dois discursos, em minha opinião, marcarão para sempre a longa e tortuosa história do declínio do império norte-americano.

Recusar-se a negociar é o primeiro sinal de fraqueza dos “poderosos”. Hoje, Obama não deu qualquer sinal de qualquer flexibilidade possível, nos três temas que pôs sobre a mesa. E isso, depois de ter cuidadosamente evitado assumir que os EUA são os principais responsáveis históricos pela acumulação na atmosfera, de gases de efeito estufa.

Quanto a Lula... tudo é liderança, vontade, desejo, ambição. Evidentemente Lula não é perfeito – mas a questão não é essa. O que interessa é que Lula mostrou aos olhos do mundo que seu país está pronto para jogar o jogo dos grandes, na quadra principal.

Assistimos na 6ª-feira em Copenhague, já disse, ao fracasso de uma superpotência encarquilhada, curvada sobre ela mesma, afogada em instituições anacrônicas, sufocada por lobbies impressionantes, sitiada por mídias que condenam os cidadãos à ignorância e ao medo do próximo, e os fazem sufocar de medo do futuro.

É chegada a hora da potência descomplexada e abertamente ambiciosa e desejante do Presidente Lula. Lula não se assusta ante a tarefa de assumir o comando de um barco quase completamente naufragado.

Acordo de Copenhague é aceito pela ONU, mas não tem unanimidade

Do Blog do Planalto

19 de dezembro de 2009


A 15a. Conferência da ONU sobre Clima terminou oficialmente neste sábado (19/12), com a elaboração do “Acordo de Copenhague” após negociação entre líderes dos países do grupo Basic (Brasil, África do Sul, Índia e China) e dos Estados Unidos e da União Européia, realizada na noite de sexta-feira (18/12). O acordo foi aceito oficialmente pela ONU mas não teve aprovação unânime – em seu anexo haverá lista com os países contrários ao acordo.


O primeiro-ministro dinamarquês Lars Løkke Rasmussen se mostrou satisfeito com desfecho, mas seu otimismo não é compartilhado por outros líderes. O presidente Lula deixou clara sua frustração no discurso que fez na sessão plenária da conferência.


De acordo com o texto, os países ricos se comprometeram a doar US$ 30 bilhões nos próximos três anos (até 2012) para um fundo de luta contra o aquecimento global. O valor é menor do que os US$ 16,6 bilhões anuais que o Brasil deverá gastar para atingir sua meta de redução nas emissões de gases do efeito estufa.


O “Acordo de Copenhague” diz ainda que os países desenvolvidos se comprometeram em cortar 80% de suas emissões até 2050. Já para 2020, eles apresentaram uma proposta de reduzir até 20% das emissões, o que está abaixo do recomendado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que sugere uma redução entre 25% e 40% até 2020.


Principais pontos do Acordo de Copenhague:



  • O acordo é de caráter não vinculativo, mas uma proposta adjunta ao acordo pede para que seja fixado um acordo legalmente vinculante até o fim do próximo ano.


  • Considera o aumento limite de temperatura de dois graus Celsius, porém não especifica qual deve ser o corte de emissões necessário para alcançar essa meta.


  • Estabelece uma contribuição anual de US$ 10 bilhões entre 2010 e 2012 para que os países mais vulneráveis combatam os efeitos da mudança climática, e US$ 100 bilhões anuais a partir de 2020 para a mitigação e adaptação. Parte do dinheiro, US$ 25,2 bilhões, virá de EUA, UE e Japão. Pela proposta apresentada, os EUA vão contribuir com US$ 3,6 bilhões no período de três anos, 2010-12. No mesmo período, o Japão vai contribuir com US$ 11 bilhões e a União Europeia com US$ 10,6 bilhões.


  • O texto do acordo também estabelece que os países deverão providenciar “informações nacionais” sobre de que forma estão combatendo o aquecimento global, por meio de “consultas internacionais e análises feitas sob padrões claramente definidos”.


  • O texto diz: “Os países desenvolvidos deverão promover de maneira adequada (…) recursos financeiros , tecnologia e capacitação para que se implemente a adaptação dos países em desenvolvimento”.


  • Detalhes dos planos de mitigação estão em dois anexos do Acordo de Copenhague, um com os objetivos do mundo desenvolvido e outro com os compromissos voluntários de importantes países em desenvolvimento, como o Brasil.


  • O acordo “reconhece a importância de reduzir as emissões produzidas pelo desmatamento e degradação das florestas” e concorda promover “incentivos positivos” para financiar tais ações com recursos do mundo desenvolvido.


  • Mercado de Carbono: “Decidimos seguir vários enfoques, incluindo as oportunidades de usar is mercados para melhorar a relação custo-rendimento e para promover ações de mitigação.