sábado, 17 de abril de 2010

Dilma lidera apoio de prefeitos de MG

Nos 50 maiores colégios eleitorais, 22 prefeitos devem apoiar a petista, enquanto 13 defendem Serra.

Apesar de ser ligado a Aécio Neves, Márcio Lacerda (PSB), de Belo Horizonte, rejeita o candidato do PSDB; voto “Dilmasia” não é expressivo.


FERNANDA ODILLA E BRENO COSTA – FOLHA SP

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

DA REPORTAGEM LOCAL


Nos 50 municípios com maior número de eleitores em Minas Gerais, Estado considerado crucial por petistas e tucanos para a definição da eleição presidencial, a pré-candidata Dilma Rousseff tem mais apoio de prefeitos que José Serra.

Levantamento feito pela Folha nos maiores colégios eleitorais de Minas, que, juntos, representam 51% do eleitorado mineiro, revela que pelo menos 22 prefeitos farão campanha para a candidata do presidente Lula contra 13 que darão apoio a Serra. Dois prefeitos apoiam Marina Silva (PV) e os outros 13 dizem que ainda não definiram que candidato vão apoiar.

O levantamento mostra que Dilma atrai pelo menos três prefeitos fiéis ao governador Aécio Neves (PSDB) e indica possíveis dissidências entre representantes de partidos da coalizão de Serra. Dois prefeitos do PPS, um do DEM e até um do PSDB afirmam estar indecisos entre Serra e Dilma.

O esforço dos tucanos em conquistar o eleitorado de Minas Gerais é diretamente proporcional à busca pelo engajamento efetivo de Aécio na campanha de Serra. Apesar das negativas, o PSDB ainda sonha em tê-lo como vice do paulista.

“Aécio e Serra vão começar a trabalhar em Minas agora”, afirma o senador Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB. Até agora, segundo prefeitos declaradamente pró-Serra, não houve pedido explícito de Aécio pelo correligionário.

Diante do cenário pró-PT no segundo maior colégio eleitoral do país, os tucanos apostam em eventos como o marcado para segunda-feira, quando Serra vai a Belo Horizonte para um ato de aclamação da pré-candidatura dele com lideranças estaduais e a presença de Aécio.

Um dos principais problemas de Serra está na capital mineira, que concentra praticamente o mesmo número de eleitores que o 1,73 milhão sob o guarda-chuva de prefeitos que declararam apoio a ele.

Contabilizado no campo dos indecisos, o prefeito de BH Márcio Lacerda (PSB) é o segundo mais bem avaliado do país, segundo o Datafolha, e tem como padrinho político Ciro Gomes, que ainda almeja a Presidência pelo PSB e é inimigo de Serra. Apesar da afinidade com Aécio, o apoio formal de Lacerda a Serra está descartado. E, a depender da definição do quadro político para a sucessão no governo mineiro, Lacerda pode fazer campanha para Antonio Anastasia (PSDB).

O “ex-poste”, que precisou da ajuda de Aécio e do ex-prefeito Fernando Pimentel (PT) para ser eleito, pode se tornar o mais emblemático caso do voto “Dilmasia”, um híbrido que vem sendo rechaçado pela campanha de Serra e foi citado pela própria Dilma em visita a BH.

Apear de negar oficialmente a preocupação, o próprio PSDB deu ao encontro de segunda-feira o nome de “Minas é Serra e Anastasia”, na tentativa de transferir a popularidade de Aécio a Serra no Estado, onde, nas duas últimas eleições, os eleitores preferiram Lula.

O levantamento da Folha, porém, mostra que o “Dilmasia” tem adeptos, apesar de não ser um movimento expressivo. Além de Lacerda, há prefeitos que não descartam apoio à dobradinha Dilma-Anastasia.

“Complicado, viu? Eu estou gostando do trabalho do Lula. O Dilmasia é que seria legal, aí matava”, diz o prefeito de Pará de Minas, Zezé Porfírio (PR), aliado de Aécio, após pergunta sobre qual seria sua posição se o ex-governador mineiro lhe pedisse apoio a José Serra.

No berço político da família Neves, São João Del Rei, o prefeito Nivaldo Andrade (PMDB) diz que vai apoiar quem Aécio mandar, mas que, até agora, Aécio só pediu campanha para Anastasia. Para Serra, nada.

“Os prefeitos estão declarando intenção de voto. Até as eleições, tudo pode mudar”, explica o presidente do PSDB em Minas, Nárcio Rodrigues.


quinta-feira, 15 de abril de 2010

Discurso bravo mais pouca radicalização


Maria Inês Nassif - VALOR


As pesquisas de opinião que foram divulgadas desde o início do ano revelam uma sociedade muito menos radicalizada do que fazem crer os sangrentos debates em torno dos dois candidatos que polarizarão a campanha eleitoral para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2006, o PSDB foi bloqueado nas classes de renda e escolaridade baixas e o PT praticamente expulso do eleitorado de renda e escolaridade altas; e o PT praticamente monopolizou os votos nas regiões mais pobres, enquanto o PSDB manteve índices mais altos de votação em regiões mais ricas. Nessas eleições, pelo menos até agora, não parece existir um enorme bloqueio de acesso de candidatos a determinadas faixas de renda e escolaridade, ou mesmo a regiões.

Tomadas as pesquisas de intenção de voto de 2006 e de 2010 mais próximas da data de desincompatibilização para disputar as eleições (seis meses antes) do Instituto Vox Populi – a divulgada em março e a de junho de 2006 -, o quadro de radicalização das eleições passadas se revela, de forma explícita, na divisão regional. O Estado mais pobre, o Nordeste, em junho de 2006 acenava com 62% das intenções de voto a Lula; no Sudeste, o índice caía para 39%; no Sul do país, para 38% e no Centro-Oeste/Norte, ficava em 37%. Na média nacional, Lula tinha, nessa ocasião, 45% das intenções de voto. Na pesquisa do mês de março deste ano, o mesmo instituto não registra uma disparidade regional tão grande.

De todas as regiões, o Nordeste e o Sudeste parecem ser as regiões que mais radicalizam. No Nordeste, a candidata do PT, Dilma Rousseff, tem 40% das intenções de voto, contra 26% de José Serra (PSDB). Os votos declarados a ela em todo país representam 31% (9 pontos a menos que os dos nordestinos); a Serra, são 31% (8 acima dos votos a ele declarados no Nordeste). Naquela região, a taxa de rejeição de Dilma é de apenas 9% (contra 15% da média nacional); a de Serra sobe para 20% (contra 18% da média nacional).

No Sudeste, ocorre o inverso: José Serra tem 43% das preferências (5 pontos a mais que a média nacional), contra 27 de Dilma (6 a menos que a nacional). Mas, nessa região em que Lula amargou dificuldades em 2006, Dilma e Serra empatam nos índices de rejeição (19% cada, 1% acima da média nacional de Serra e 4% acima da média de Dilma).

Na Região Sul, onde o PT teve problemas de acesso em 2006, os dois candidatos mantém índices aproximados à média nacional de intenção de voto (Serra tem 38% e Dilma 34%). Nessa região, existem elementos nas pesquisas que podem indicar maior facilidade para a petista do que seu partido teve há quatro ano. Lá, a rejeição de Dilma está próxima da média nacional – 16%, 1 ponto acima. Serra tem 13%, 5 pontos abaixo de sua média nacional. Em compensação, Dilma é fortemente identificada como candidata de Lula, cuja avaliação positiva atinge 73% naquela região (contra 77% da avaliação nacional mas, de qualquer forma, muito alta). No Rio Grande do Sul, onde o Vox Populi fez uma pesquisa em janeiro, Serra tem uma grande vantagem: 38%, contra 24% de Dilma. Mas Lula, que perdeu no Estado nas eleições passadas, exibe um inédito poder de transferência: 15% dos entrevistados declararam que votariam, com certeza, num candidato indicado por Lula, e 33% que poderiam votar. Nesse mesmo Estado, Serra, de um partido que tem captado mais votos conservadores (eleitores mais velhos e de renda e escolaridade mais alta), exige uma singular posição entre jovens de 25 a 29 (46%) e mantém favoritismo entre os com mais de 50 anos (44%), mas consegue acesso a eleitores de até um salário mínimo (42%). Nessa última faixa de renda, Dilma obtém a preferência de apenas 16% dos entrevistados.

No índice nacional, existem também dados que podem indicar que o comportamento do eleitor nessas eleições não será exatamente o observado 2006. Serra, que tem 34% das intenções de voto, exibe 30% das preferências dos entrevistados que declaram ganhar até um salário mínimo e 36% entre os jovens de 16 a 24 anos. Dilma, que registrou 31% das preferências dos entrevistados em todo o país, teve 35% das declarações de voto dos eleitores com nível superior.

Os dados do Instituto Sensus parecem corroborar a tese de que as intenções de voto nos dois candidatos estão distribuídos de forma muito mais uniforme nessas eleições do que nas passadas. Pesquisa CNT-Sensus de 3 de abril de 2006 apontava a preferência de 37,5% dos entrevistados em Lula, contra 20,6 para o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. No Nordeste, Lula tinha 55,1% das preferências, 17,6 pontos acima da sua média nacional; Alckmin, apenas 8,7% das declarações de voto na região, 11,9 pontos a menos que sua média nacional. Alckmin tinha, no país, 34,6% das preferências dos entrevistados com curso superior ou mais, 14 pontos a mais que sua média nacional; nessa faixa, apenas 23,4% declararam que iriam votar em Lula, 11,1 pontos a menos que o índice total de intenções de voto no petista.

Na pesquisa do Instituto Sensus semana passada – coletada entre 5 a 9 de abril de 2010 -, Dilma aparece como a preferida de 43,6% dos nordestinos (um índice 11,2 acima de seu nacional) e Serra, com 25% das intenções de voto (menos 7,7 pontos que o nacional). Na faixa de escolaridade superior, Serra exibe 6,3 pontos acima de sua preferência nacional e Dilma, apenas 5,2% a menos que sua média.

Esses dados iniciais da campanha podem indicar que não será bom negócio, para os dois candidatos, uma grande radicalização ideológica. Para Serra, seria interromper um acesso junto ao eleitorado mais pobre e menos escolarizado – e, nesse momento, opera inicialmente com a vantagem de ser o mais conhecido para essa faixa da população. Para Dilma, radicalizar à esquerda poderia interromper uma aceitação maior junto aos mais ricos e aos mais escolarizados, que rejeitaram in limine o presidente Lula nas eleições passadas.

Maria Inês Nassif é repórter especial de Política. Escreve às quintas-feiras

A urubóloga Miriam Leitão está à beira de um ataque de nervos.



Economia cresce e já aponta para PIB recorde

Sergio Lamucci e João Villaverde, de São Paulo 15/04/2010


A economia brasileira manteve no primeiro trimestre do ano o ritmo acelerado com que encerrou 2009

A economia brasileira manteve no primeiro trimestre do ano o ritmo acelerado com que encerrou 2009. O crescimento expressivo da produção industrial e do varejo em fevereiro, segundo analistas, indica que o Produto Interno Bruto (PIB) no período avançou 2%, equivalente a uma taxa anualizada de 8,4%. Dessa forma, as previsões sobre o comportamento do PIB no ano estão sendo constantemente elevadas e agora já chegam a ultrapassar os 7%. Se a previsão se confirmar, será o maior crescimento desde os 7,49% de 1986, na vigência do Plano Cruzado.

Os dados de vendas no comércio varejista em fevereiro superaram de longe a expectativa do mercado, que trabalhava com uma expansão inferior a 1% sobre janeiro, mas viu uma alta de 1,6%. O próprio número de janeiro foi revisado para cima, de 2,7% para 3%. O economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, diz que "todos os dados vieram acima das projeções", o crescimento foi disseminado e sua aceleração é "inequívoca".

No caso do varejo ampliado, que inclui veículos, peças e materiais de construção, o crescimento atingiu 2,1% em relação a janeiro. Tudo indica que, em março, as vendas de automóveis tiveram mais um desempenho expressivo, com o fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Segundo os números da Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores (Fenabrave), o licenciamento de automóveis e comerciais leves cresceu 18,6% sobre fevereiro, na série com ajuste sazonal calculada pela LCA Consultores.

O economista Fernando de Paula Rocha, da JGP Gestão de Recursos, calcula que se o país não crescer mais nada até o fim do ano, apenas com o registrado no primeiro trimestre e o que herdou de 2009, o PIB crescerá 4,8%. "Isso, é claro, não vai acontecer", diz. "Se o crescimento recuar de 2% para 1% entre o primeiro e o segundo trimestre e oscilar nessa faixa até dezembro, o PIB avançará 6,4%. Uma alta superior a 6% é muito fácil de ser alcançada".

O aumento do consumo motiva os analistas a projetar elevações de preços, já em alta no primeiro trimestre devido a fatores sazonais, e a aguardar uma elevação mais agressiva dos juros na próxima reunião do Copom.


http://www.valoronline.com.br/?impresso/brasil/89/6211240/economia-cresce-e-ja-aponta-para-pib-recorde&scrollX=0&scrollY=158&tamFonte=


O senador José Agripino(DEM) e o preconceito contra Dilma(PT)

Do Ailton Medeiros


PROFESSORA CRITICA FALA DE AGRIPINO


O texto que segue é longo e foi escrito especialmente para este blog a meu pedido. Merece uma leitura atenta e reflexiva. Seu autor é a professora Maria Luiza Tonelli. Confiram:

O Senador José Agripino Maia (DEM-RN), ao conceder uma entrevista ao jornal Tribuna do Norte (11/04/2010), respondeu à pergunta sobre a capacidade de transferência de popularidade do Presidente Lula à ex-ministra Dilma Rousseff afirmando que há uma diferença entre exercer a função administrativa de Ministério e ter o apoio político, (como administradora) de um presidente que goza de grande popularidade. Segundo o senador, dificilmente o presidente Lula transferirá sua popularidade a Dilma, por maior que seja seu prestígio, porque “só se consegue transferir votos ou a capacidade eleitoral para alguém que tenha capacidade para receber esses votos”. Por mais que um líder popular deseje transferir seus votos é muito difícil que isso aconteça quando o candidato não possui essa “capacidade” e é isso que ocorre com “uma candidata como Dilma”. Segundo Agripino Maia, em seus primeiros passos na condição de candidata, Dilma “não mostrou muita habilidade política”. Ter ido a Minas Gerais “em busca demagogicamente do voto mineiro”, ter ido ao túmulo de Tancredo Neves, que não teve o apoio do PT (porque o partido era contra eleições indiretas, vale salientar) e sair “pregando o voto Anastadilma”, tudo isso é a prova, para o senador do DEM, que Dilma deu “uma rateada política” em sua primeira “primeira investida na campanha sem a companhia de Lula”.

Não obstante Dilma Vana Rousseff, nascida em 14 de dezembro de 1947, em Uberaba, Estado de Minas Gerais, ter exercido os cargos de secretária da Fazenda da Prefeitura de Porto Alegre (1986-89), de presidente da Fundação de Economia e Estatística do Estado do Rio Grande do Sul (1991-93), de secretária de estado de Energia, Minas e Comunicações nos governos Alceu Collares (PDT) e Olívio Dutra (PT), de ter coordenado a equipe de Infra-Estrutura do Governo de Transição entre o último mandato de Fernando Henrique Cardoso e o primeiro do presidente Lula, tornando-se membro do grupo responsável pelo programa de Energia do governo petista, de ministra da pasta das Minas e Energia entre 2003 e junho de 2005, passando a ocupar o cargo de Ministra-Chefe da Casa Civil em junho de 2005, nada disso fará de Dilma uma pessoa “capacitada” nem “habilitada” a ser candidata a presidente da república, se comparada, obviamente, ao candidato oposicionista José Serra, que tem em seu curriculum os ministérios do Planejamento e da Saúde do governo FHC e, principalmente, o fato de ter sido prefeito e governador da cidade e do Estado de São Paulo. A manifestação da opinião do senador Agripino de que Dilma não tem “capacidade” para receber votos “transferidos” do presidente Lula e nem “habilidade” política poderia ser interpretada como a manifestação da opinião de alguém que, obviamente, no jogo político tem o direito de defender a superioridade de seu candidato ou candidata em detrimento do adversário, mesmo de forma subliminar, como fez o senador.

Porém, o que chama a atenção na entrevista é que, ao final, José Agripino faz a seguinte indagação: “Quem é que pode me assegurar que esse não vai ser o comportamento de uma candidata que não está suficientemente adestrada para ser candidata a presidente da República”? Para o senador “É preciso que um candidato reúna condições para receber a disposição do líder popular em transferir os seus votos”.

É de se indagar:

1) o que o senador José Agripino quis dizer com o termo “adestrada”?

2) o senador usaria o mesmo adjetivo caso se tratasse de um candidato do sexo masculino?

3) José Agripino colocaria em dúvida, o “comportamento”, a “capacidade” e a “habilidade” de um eventual candidato, ao invés de uma candidata?

4) Qual seria a resposta a essas questões, de um senador que ajudou a eleger a prefeita de Natal e agora tem como candidata a governadora a senadora Rosalba Ciarlini? Um senador que representa um estado, como raros no Brasil, a ser governado duas vezes por uma mulher, Vilma de Faria, que, inclusive, já foi prefeita mais de uma vez e que agora compete com ele a uma vaga no Senado da República.

O Rio Grande do Norte, representado no Senado por José Agripino, tem seguramente um lugar de destaque na luta pelos movimentos feministas. Em 1928, na cidade de Mossoró, Celina Guimarães foi a primeira eleitora do Brasil, fato que deu início a um grande movimento nacional que levou mulheres de outras cidades do RN e de outros estados da Federação a tirarem seu título eleitoral.

Foi no RN que Luiza Alzira Soriano, nascida em 1897, disputou as eleições em 1928 para Prefeito no município de Lages, tendo vencido o pleito contra seu adversário, com 60% dos votos. Alzira foi a primeira prefeita eleita no Brasil e na América do Sul.

Na cidade de Currais Novos, no estado do RN nasceu, em 1910, Maria do Céu Fernandes de Araújo, que disputou as eleições para a Assembléia Legislativa, sendo eleita em 1934. Foi a primeira Deputada Estadual do Brasil e da América do Sul. Tais exemplos mostram que mesmo no Brasil da República Velha onde reinava o sistema coronelístico-oligárquico as mulheres do RN estiveram na vanguarda das lutas feministas. Mulheres que ousaram enfrentar uma sociedade que era moldada pelos padrões aristocráticos, conquistando direitos civis e políticos.

Mulheres que saíram do lócus seguro do lar, do jugo dos senhores pais e maridos, para adentrar na vida pública. Vale ressaltar que as reivindicações e conquistas feministas por igualdade no RN, nas primeiras décadas do século passado, são vitórias de mulheres de fibra, coragem e determinação num país marcado pelo machismo da sociedade moldada pelo modelo patriarcal, até os dias de hoje.

Todavia, temos que reconhecer que nada disso seria possível sem que no estado do senador José Agripino houvesse homens capazes de reconhecer a capacidade, a habilidade e o direito das mulheres de terem uma chance de participar da vida pública. Foram aquelas mulheres que abriram o caminho para o Brasil eleger, quem sabe, sua primeira presidenta da República.

Num país onde a maioria das mulheres ainda se encontra numa situação de desvantagem em relação aos homens, talvez uma mulher na presidência da república signifique o salto que precisamos para promover uma participação maior das mulheres na vida política. Ninguém deve votar numa mulher apenas pelo fato de ser mulher, mas por ser capaz de reconhecer numa pessoa do sexo feminino qualidades e condições de presidir um país onde possamos desenvolver uma cultura de direitos e respeito pelo outro.

Nós, mulheres, queremos viver numa sociedade igualitária e livre, onde nenhum homem questione, no terceiro milênio, se uma mulher está “suficientemente adestrada” para qualquer coisa que seja, para qualquer coisa que faça, para qualquer posição que ocupe. Discriminação, numa democracia, também é tortura.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Fernando Henrique (PSDB) x Lula (PT)

Empregos

Lula: De janeiro de 2003 a dezembro de 2009 gerou 12 milhões de empregos.

FHC: Em oito anos, 780 mil empregos.

Qual governo você quer continuar?

Dilma empata com Serra

Do Vi o Mundo


Sensus: Dilma sobe e empata com Serra

A Sensus divulgou nesta tarde a segunda rodada de pesquisa de opinião com vistas à eleição à presidência da República. Encomendada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Pesada de São Paulo (Sintrapav), revela que Dilma Rousseff (PT) subiu e José Serra caiu. Dilma tem 32,4% das intenções de voto e está empatada com Serra (32,7%) na pesquisa estimulada, ou seja, entrevistador mostra a cartela para o entrevistado. Na pesquisa anterior, divulgada em fevereiro, Dilma tinha 27,8% e Serra, 33,2%.

Já na pesquisa espontânea, Dilma está na frente com 16% das intenções de voto. José Serra vem em terceiro lugar com 13,6%. Os votos dados à Dilma e ao presidente Lula somam 31,3%.

Clique na imagem para ver ampliada

A pesquisa foi realizada em 136 municípios de 24 Estados. Entrevistou 2.000 pessoas entre os dias 5 e 9 de abril de 2009. A margem de erro é de 2,2% para cima ou para baixo.

Segundo a Sensus, “as 2.000 entrevistas foram estratificadas para 5 Regiões e 24 Estados, com o sorteio aleatório 136 Municípios pelo método da Probabilidade Proporcional ao Tamanho – PPT. Probabilística sistemática até o Setor Censitário para Urbano e Rural, com cotas para Sexo, Idade, Escolaridade e Renda no Setor Censitário”.

domingo, 11 de abril de 2010

Lula defende visita ao Irã e critica decisões americanas


"Nunca perguntei por que estão fazendo guerra no Afeganistão".



* Do Blog Interesse Nacional



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva rebateu ontem as críticas dos EUA à sua visita ao Irã, marcada para maio, ao afirmar que nunca questionou as decisões políticas internacionais americanas. "Agora estão invocados que vou no Irã. Nunca perguntei por que estão fazendo guerra no Afeganistão."

Lula disse que chegou a receber dos americanos o apelido de "agente da CIA" (agência de inteligência americana) no passado por ter-se mostrado contra a invasão russa ao Afeganistão -posteriormente também invadido pelos americanos.

Em discurso durante ato de apoio à pré-candidatura de Dilma Rousseff (PT) para militantes do PC do B, Lula fez duras críticas aos EUA. O presidente disse que foi o único a não se levantar para o ex-presidente George W. Bush na reunião do G8 de 2003. "Quando o Bush entrou na sala, todo mundo levantou, fiquei sentado. Disse: não vamos levantar, ninguém levantou quando eu cheguei."

Lula disse ainda que os EUA não são o único autorizado a negociar a paz no Oriente Médio e que a ONU "deveria ter criado o Estado palestino para garantir a paz dos dois lados".

Lula disse, em defesa do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que os EUA não podem repetir no país a conduta de invasão tomada com o Iraque, mesmo com a suspeita de proliferação de armas. "Quero dizer ao Ahmadinejad: olha, o seu limite é o nosso. Nenhum passo a mais, nenhum passo a menos. O que não pode é pensar que vão fazer com o Irã o que fizeram com o Iraque."

O presidente disse que, no cenário internacional, nunca admitiu que o Brasil fosse tratado como "vira-lata ou país de segunda categoria" e que, se a pré-candidata do PT for eleita sua sucessora, ela adotará um tom ainda mais duro que o seu.


Copiado do Blog do Saraiva

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Ela é Dilmais

Greve dos professores: Serra pediu ajuda a Lula e rasgou acordo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado (10), no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que o pré-candidato do PSDB à presidência, José Serra, pediu sua ajuda quando ainda estava à frente do governo de São Paulo para debelar uma manifestação de professores grevistas, mas descumpriu o acordo. Serra teria se comprometido a receber pessoalmente os professores, mas mandou o secretário da Educação, Paulo Renato, como representante.

O pedido de ajuda ocorreu durante uma cerimônia de entrega de ambulâncias da qual ambos participaram em Tatuí, no interior paulista, em 25 de março. “Lá em Tatuí, fomos procurados pelo seu adversário que dizia para nós tentarmos ajudar na greve dos professores que iriam ao Palácio dos Bandeirantes em determinado dia”, disse Lula à pré-candidata do PT, Dilma Rousseff.

“Vim para cá, e o nosso querido companheiro Edinho (Silva, presidente do PT-SP) ligou para o governador Serra. Eu assumi o compromisso de conversar com a Apeoesp (sindicato que representa os professores estaduais)”, agregou Lula.

O presidente relatou ter conversado no mesmo dia durante o 2º Congresso da Mulher Metalúrgica, também no sindicato do ABC, com a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, e intermediado uma reunião entre os grevistas e o governador.

“Conversamos com a Bebel, o Edinho ligou para o Zé Serra — e eu havia dito para o Serra diretamente na conversa: ‘Serra, converse você diretamente com o sindicato. Não deixe o seu secretário da Educação conversar porque ele não conversava quando era ministro. Converse você, eles não querem muito e estão dispostos a fazer um acordo. Converse’”, afirmou o presidente.

Segundo Lula, Serra teria prometido ao presidente do PT paulista receber pessoalmente os professores. O iG apurou que o governador sugeriu a possibilidade de enviar o secretário da Casa Civil, Aloyzio Nunes Ferreira, já que a Apeoesp não aceitava negociar com Paulo Renato. “Cheguei aqui e o Edinho me comunicou: ‘Presidente, eu conversei com o Serra e ele vai conversar com os professores’”, disse Lula.

De acordo com Lula, Serra não teria cumprido o acordo. “Conclusão: eu fui embora tranquilo. Conversamos com a Bebel tranquilos de que o governador iria chamar os professores para conversar. Qual não foi minha surpresa quando no dia seguinte ele viajou, não conversou, e mandou um secretário seu conversar com os professores?”.

A assessoria de Serra, que poucas horas antes teve o nome lançado pelo PSDB em Brasília, foi procurada, mas não se manifestou. A repressão policial às manifestações dos professores foi explorada em vários discursos durante o encontro de Dilma com representantes da seis centrais sindicais, neste sábado. “Posso afirmar porque estive do lado de lá na eleição passada. O Serra não gosta de trabalhador”, disse o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical e do PDT-SP.


Da Redação, com informações do Último Segundo


http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=8&id_noticia=127428

O discurso de Dilma


Companheiros e Companheiras do ABC.


Estou aqui hoje e quero aproveitar este momento para me identificar com maior clareza. Os da oposição precisam dizer quem são. Vocês sabem quem eu sou, e vão saber ainda mais. O que eu fiz, o que planejo fazer e, uma coisa muito importante, o que eu não faço de jeito nenhum. Por isso gostaria de dizer que:

1 Eu não fujo quando a situação fica difícil. Eu não tenho medo da luta. Posso apanhar, sofrer, ser maltratada, mas estou sempre firme com minhas convicções. Em cada época da minha vida, fiz o que fiz por acreditar no que fazia. Só segui o que a minha alma e o meu coração mandavam. Nunca me submeti. Nunca abandonei o barco.

2 Eu não sou de esmorecer. Vocês não me verão entregando os pontos, desistindo, jogando a toalha. Vou lutar até o fim por aquilo em que acredito. Estarei velhinha, ao lado dos meus netos, mas lutando sempre pelos meus princípios. Por um País desenvolvido com oportunidades para todos, com renda e mobilidade social, soberano e democrático;

3 Eu não apelo. Vocês não verão Dilma Rousseff usando métodos desonestos e eticamente condenáveis para ganhar ou vencer. Não me verão usando mercenários para caluniar e difamar adversários. Não me verão fazendo ou permitindo que meus seguidores cometam ataques pessoais a ninguém. Minhas críticas serão duras, mas serão políticas e civilizadas. Mesmo que eu seja alvo de ataques difamantes.

4 Eu não traio o povo brasileiro. Tudo o que eu fiz em política sempre foi em defesa do povo brasileiro. Eu nunca traí os interesses e os direitos do povo. E nunca trairei. Vocês não me verão por aí pedindo que esqueçam o que afirmei ou escrevi. O povo brasleiro é a minha bússola. A eles dedico meu maior esforço. É por eles que qualquer sacrifício vale a pena.

5 Eu não entrego o meu país. Tenham certeza de que nunca, jamais me verão tomando decisões ou assumindo posições que signifiquem a entrega das riquezas nacionais a quem quer que seja. Não vou destruir o estado, diminuindo seu papel a ponto de tornar-se omisso e inexistente. Não permitirei, se tiver forças para isto, que o patrimônio nacional, representado por suas riquezas naturais e suas empresas públicas, seja dilapidado e partido em pedaços . O estado deve estar a serviço do interesse nacional e da emancipação do povo brasileiro.

6 Eu respeito os movimenos sociais. Esteja onde estiver, respeitarei sempre os movimentos sociais, o movimento sindical, as organizações independentes do povo. Farei isso porque entendo que os movimentos sociais são a base de uma sociedade verdadeiramente democrática. Defendo com unhas e dentes a democracia representativa e vejo nela uma das mais importantes conquistas da humanidade. Tendo passado tudo o que passei justamente pela falta de liberdade e por estar lutando pela liberdade, valorizo e defenderei a democracia. Defendo também que democracia é voto, é opinião. Mas democracia é também conquista de direitos e oportunidades. É participação, é distribuição de renda, é divisão de poder. A democracia que desrespeita os movimentos sociais fica comprometida e precisa mudar para não definhar. O que estamos fazendo no governo Lula e continuaremos fazendo é garantir que todos sejam ouvidos.

Democrata que se preza não agride os movimentos sociais. Não trata grevistas como caso de polícia. Não bate em manifestantes que estejam lutando pacificamente pelos seus interesses legítimos.

Companheiras e companheiros,

Aquele país triste, da estagnação e do desemprego, ficou pra trás. O povo brasileiro não quer esse passado de volta.

Acabou o tempo dos exterminadores de emprego, dos exterminadores de futuro. O tempo agora é dos criadores de emprego, dos criadores de futuro.
Porque, hoje, o Brasil é um país que sabe o quer, sabe aonde quer chegar e conhece o caminho. É o caminho que Lula nos mostrou e por ele vamos prosseguir. Avançando.

Com a força do povo e a graça de Deus.