sábado, 3 de outubro de 2009

Lula: vaga no Conselho de Segurança da ONU

Em Copenhague (Dinamarca)O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado que o Brasil nunca esteve tão perto como agora de conseguir uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, uma das principais ambições diplomáticas do país.

Atualmente, o Conselho de Segurança tem cinco membros permanentes: Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia e China, uma composição que em grande parte reflete o equilíbrio de poder global logo após a 2a Guerra Mundial.

O Brasil, e outros países como França e Grã-Bretanha, defendem a reforma do órgão da Organização das Nações Unidas de forma a representar melhor o novo cenário global, incluindo a América do Sul, a África e outros países que crescerem desde o fim da guerra.

"O Conselho de Segurança é uma questão de tempo", disse Lula a jornalistas, em Copenhague, ao ser questionado se a vitória do Rio de Janeiro na disputa pela sede dos Jogos Olímpicos de 2016 aumenta a força da campanha do Brasil pela vaga permanente.

"Não sei se vai ser no meu mandato, mas nunca esteve tão maduro, existe uma compreensão do mundo. O problema é que quem está lá não quer largar", acrescentou o presidente em entrevista coletiva na capital dinamarquesa, onde ajudou a campanha do Rio na votação de sexta-feira.

"Acho que está muito perto. Não apenas para o Brasil. O Brasil quer participar, mas o que nós reivindicamos é uma reforma."

Durante Assembleia Geral da ONU no mês passado, o presidente da França, Nicolas Sarkozy -- com quem o Brasil tem importantes acordos comerciais na área de Defesa --, defendeu a entrada de Brasil e de outros países, incluindo africanos, no Conselho de Segurança.

Reuters

Lula reza, chora, supera Obama e dá show em Copenhague


por Antonio Prada

Cinco minutos antes do início da cerimônia de anúncio da sede da Olimpíada de 2016, o presidente Lula, que estava no hotel esperando a escalada da votação, chega ao auditório do Bella Center. Carrega um séquito de seguranças, ministros e assessores. O solene e sóbrio evento do Comitê Olímpico Internacional (COI) tinha roteiro e, se fosse qualquer outro país, seria seguido à risca. Mas lá vai Lula, roubando olhares e palmas de uma plateia que muitas vezes não demonstra qualquer emoção.

Lula senta-se na primeira fila. Nervoso e impaciente, levanta-se e tenta cruzar todo o palco, talvez para cumprimentar o companheiro José Luis Zapatero, chefe de Estado espanhol e rival nesse embate olímpico. Na mesma hora a voz do microfone anuncia: "dois minutos para começar". Lula é içado, dá uma paradinha que lembra aquela do Rubinho Barrichello no pódio. Senta novamente. Arranca gargalhadas da plateia. O protocolo se desespera. Timidamente.

Mas ainda dá tempo. Lula faz o sinal da cruz. Sentado do lado oposto, de frente, Joseph Blatter, presidente da Fifa e membro do COI, com direito a voto, não tira os olhos de Lula. Parece magnetizado. Cutuca os membros do COI ao lado. Repete o sinal da cruz de Lula, indicando a eles o gesto do presidente do Brasil. Ri. Balança a cabeça, como se dissesse que esse cara não existe. Muitos outros presentes não tiram o olhar do brasileiro.

Quando o presidente do COI, Jacques Rogge, pronuncia a palavra Rio de Janeiro e vira a placa, uma explosão de alegria do lado brasileiro. Lá está Lula pulando como um torcedor qualquer, abraçando todos, chorando como se fosse uma criança. Imediatamente tenta partir em direção à delegação espanhola. Não consegue. É bloqueado, como num jogo de futebol americano. Mas fura o bloqueio. Sob o comando de Lula, a comemoração brasileira em Copenhague vira carnaval baiano. Pipoca pura. Sem direção.

Segue a pipoca o sempre recatado escritor Paulo Coelho. "Pula, pula Paulo", incentiva uma brasileira. E Paulo pula. Lula e Pelé comemoram o gol da Olimpíada juntos, bandeira do Brasil nas costas. Juntam as lágrimas. Arrastam mais uma multidão. Lula para e faz questão de abraçar Juan Antonio Saramanch, 89 anos, ex-presidente do COI e artífice da candidatura de Madri, sentado no meio do tumulto. Dá um beijo na testa dele. Depois, segue em frente e finalmente encontra Zapatero. Trocam um forte abraço. Cochicham ao pé do ouvido, envolvidos por uma multidão, feito almôndegas.

Meia volta. Lula arrasta a turba de novo. Na contramão. Bandeira brasileira na mão. Vê Guga no caminho. "Guguinha, Guguinha. Me dá um abraço". Começa a cantoria. "Cidade maravilhosa cheia de encantos mil...". Lula agora vira puxador da alegria, seguido por Hortência, Janeth, Daiane dos Santos, Isabel Swan, César Cielo, Bernard.

Encontra Pelé de novo no caminho. Outro abração. Encorpado. A segurança vai arrastando Lula para fora do auditório, levando também alguns ministros, seguido por dezenas de câmeras. Pipoca política. Lula carrega a bandeira no ombro. Desce a escada. Já no hall inferior, desdobra a bandeira, ajudado por outras pessoas, e cria mais uma imagem que vai percorrer o mundo. Depois é carregado para uma sala.

Meia hora depois, Lula está de volta para a entrevista do vencedor. É o primeiro a sentar à mesa. Parece entorpecido. Põe os fones de ouvido, embora não tenha ninguém falando. O governador do Rio, Sérgio Cabral, chega e senta do seu lado esquerdo. Antes da entrevista acontece a cerimônia de assinatura do contrato, em outra mesa. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, levanta a caneta, como se fosse troféu. Fica de pé. Beija a caneta. Corre para Sérgio Cabral e o faz também beijar a caneta. Tenta que Lula também beije, mas Lula despista, vê a caneta e devolve-a.

Jacques Rogge parece não acreditar no que vê. Mas ainda não tinha visto nada. Lula tem Nuzman de um lado. E Sérgio Cabral de outro. Do lado de Nuzman está o presidente do COI, Jacques Rogge, impávido como Bruce Lee.

Nuzman é o primeiro a falar. Desfila elogios a Lula, Cabral e Paes. Mas foca suas palavras em Lula, que se emociona. E chora. Copiosamente. Por minutos. Estanca as lágrimas com um lenço. Encobre o rosto. Cliques de máquinas e flashes pipocam de todos os lados. Outro momento para ser espalhado pelo mundo.

Quando tem a palavra, Lula derruba o protocolo mais uma vez. Começa a falar de Jacques Rogge, que estava sem fone para seguir a tradução simultânea. Cutucado por Nuzman, põe o fone e ouve: "primeiro queria agradecer ao Jacques Rogge pelo carinho, pela gentileza. Todo mundo dizia na minha delegação: ¿mas ele não ri? Ele está sempre muito sério. Será que ele gosta de brasileiro ou não gosta de brasileiro?' E eu fico pensando muitas vezes que, no papel de presidente, a gente não pode rir. Temos que mostrar a maior seriedade". E Jacque Rogge bem que tenta, mas não segura. E ri. Lula fez o impávido Jacques Rogge sorrir.

Lula fala de Obama, brinca com a vitória sobre o presidente norte-americano. É aplaudido no auditório pelos brasileiros de plantão. Tem o nome gritado em uníssono. E continua. Diz que é amigo pessoal de Zapatero e que só não é amigo do primeiro-ministro japonês porque ele é muito novo e está no cargo "há apenas duas semanas". E que no Japão "você dá bom dia a um primeiro-ministro e boa tarde a outro, pois eles mudam a toda hora". Nova quebra de protocolo. E risos, alguns nervosos, ecoam no auditório.

Lula também começa a cutucar Jacques Rogge com o braço, quando quer falar diretamente com ele. Discreto e claramente incomodado, é ajudado por Nuzman na tarefa de conter o presidente brasileiro. Já cansado de responder e discorrer sobre os mesmos assuntos, Lula tenta terminar o discurso e levantar da cadeira. Não consegue.

Responde a mais algumas perguntas e diz que quer voltar logo para o hotel e ligar para mulher Marisa. Não sem antes deixar a ultima pérola: "Depois de 2016, vamos brigar por uma Olimpíada de Inverno", brinca com uma provocação política. Mais aplausos e Jacques Rogge avisa ao assessor de imprensa do COI que é uma boa oportunidade para encerrar a entrevista, totalmente fora de qualquer padrão olímpico. Lá vai Lula, de novo arrastando multidões, perdendo-se nos corredores do Bella Center, no dia mais feliz de sua vida, segundo suas próprias palavras. E lá vem a Olimpíada com o tempero brasileiro.

Lula chora durante a coletiva - Olimpíada 2016

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O Rio de Janeiro será sede da olimpíada de 2016


Desse jeito está ficando cada vez mais difícil para o PIG e para os demo-tucanos. Apesar da torcida contra, Lula segue vencendo em todos os campos de batalhas. Depois do pré-sal, do Brasil tornasse sede da Copa do Mundo de 2014, e da rápida recuperação em meio à crise econômica global, agora o anúncio de que Rio de Janeiro será sede das Olimpíadas de 2016.


Essa é uma importante vitória para os brios de toda América do Sul que nunca sediou aquela que é a mais bela festa do esporte. VALEU LULA!!!



Esta frase serve para descrever este bom momento que o Presidente está viviendo:

"Quero que todos os meus inimigos tenham vida longa para que possam aplaudir de pé minha Vitória!!!!!"



As investigações sobre o caso ENEM

Do Luís Nassif

Vamos a algumas considerações sobre o caso do furto das provas do ENEM, a partir do que saiu hoje nos jornais.

Primeiro, as conclusões. Depois, o raciocínio por trás delas:

  • A probabilidade maior foi a de uma operação política. O pedido de dinheiro foi despiste.
  • Quem atuou foi uma quadrilha organizada, que procurou dois veículos não estigmatizados por dossiês – Estadão e Record – para passar o furo.
  • Dois trombadinhas-laranja foram escalados para oferecer o material para a Folha no mesmo momento. Mas foi uma óbvia manobra de despiste.
  • Os bandidos deixaram claro que o sigilo de fonte era a maior garantia de impunidade para essas jogadas, reafirmando aquilo que detalhei à exaustão em “O Caso de Veja”: todo esquema de quadrilha especializada em dossiês tem, na ponta, a contraparte jornalística.
  • Foi uma operação paulistana, não brasiliense, embora não se descarte a possibilidade dos bandidos terem vindo de Brasília.

Vamos ao detalhamento, a partir das matérias publicadas (clique aqui).

1. Há duas maneiras de se fazer dinheiro com o ENEM. O usual – conhecido por esquemas que fraudam provas de vestibulares – é vender para cursinhos ou pais de aluno. É mais rentável mas supõe um esquema prévio armado. O outro modo é explorar politicamente o episódio. E, aí, há duas hipóteses a serem investigadas. Ou o esquema pretendia dinheiro oferecendo o dossiê a jornais (com o intuito de criar escândalos políticos) ou atuava a serviço de alguma organização política.

2. Na explicação dos bandidos aos repórteres do Estadão, fica claro que a melhor maneira de gerar escândalos criminosos é em parceria com veículos propagadores de dossiês (não é o caso do Estadão). Eles dizem claramente que o sigilo de fonte garante a impunidade, razão para não terem procurado o PSDB. Pode ser uma tentativa algo canhestra de explicar porque procuraram o jornal; pode ser uma tentativa de despiste.

3. Três veículos foram procurados: Estadão, Record e, pelo que se sabe hoje pela leitura dos jornais, a própria Folha. Os que procuraram o Estado e a Record (não se sabe se são os mesmos) tinham claro conhecimento de fontes especializadas, sabiam das implicações políticas do caso e “adoçaram” a boca dos jornalistas acentuando que o caso poderia derrubar Ministros ou procurando legitimar o vazamento com toques moralistas. Os que procuraram a Folha precisaram se valer de um dono de pizzaria para conseguir o telefone do jornal.

4. O objetivo final era obviamente o Estadão ou a Record, mas por qual razão? Uma possibilidade seria o fato de ambos não terem se queimado com armações e dossiês falsos. Outra possibilidade é que as duas portas óbvias – Folha e Veja - estavam impedidas de serem acionadas. A Folha devido ao fato de controlar a Gráfica Plural (que recebeu a gigantesca encomenda do MEC de imprimir as provas); a Veja pelo fato da Abril ser grande fornecedora do Ministério da Educação.

5. Qual a intenção de colocar dois trombadinhas para procurar a Folha, então? Uma possibilidade (não a única) é de despiste, soltar penas ao vento para dificultar o trabalho da Polícia Federal, ou colocá-la no encalço de trombadinhas-laranja desviando o foco dos verdadeiros autores.

6. Foi uma manobra paulistana, não se tenha dúvida. No caso da Record e do Estadão, havia uma posição dos bandidos em, sempre, colocar Brasília como fonte do vazamento. Eram os filhos de deputados, ora o delegado da Polícia Federal, ora o funcionário do INEP. Ora, há todo um mercado de dossiês já estruturado em Brasília, em torno de sucursais ou dos próprios jornais locais. Uma possibilidade é que tenham atuado em São Paulo para fugir dos esquemas marcados em Brasília. Mas, sendo assim, a troco de quê a insistência em jogar os holofotes sobre supostas fontes brasilienses? Típica manobra de despiste: a operação foi paulistana, reforçada pelo fato de que o material que os repórteres do Estadão viram já eram provas impressas, e o INEP tinha apenas o print das questões em seus cofres.

Fraude no Enem:As pedras se encaixam

Copiado do Blog Da Dilma

Sexta-feira, 2 de Outubro de 2009

O bloqueiro Júlio Falcão "testou uma hipótese" que se encaixa muito bem nessa história do vazamento das provas do ENEM. Vejamos: As provas foram impressas numa gráfica do Grupo Folha de São Paulo, a Gráfica Plural e o Estadão foi quem deu o furo jornalístico.Assalta-me uma dúvida: por que o meliante, filho de desembargador, não ofereceu o produto do crime à Folha de São Paulo? A razão é simples. Iria dar muito na cara se a Folha de São Paulo publicasse uma notícia sobre vazamento de provas impressas numa das empresas de seu Grupo Empresarial, a Gráfica Plural, por isso o jornal escolhido pela Folha foi o Estadão, uma das organizações mafiosas do PIG.Por isso, repito em outra palavras o que disse o amigo Júlio Falcão. Aí tem bico, pernas, plumas e cloaca de tucano. Com a providencial ajuda do PIG, claro!
Grupo que vazou Enem também procurou o R7

Reportagem disse que não compraria o material, que seria vendido a R$ 500 mild
A reportagem do R7 também foi procurada na quarta-feira (30) por um homem que mostrou um caderno com as questões do Enem que supostamente seriam cobradas no domingo - uma delas trazia no enunciado a "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias, e outra abordava a música "É Proibido Proibir", de Caetano Veloso. O tema da redação era o Estatuto do Idoso. Escute, abaixo, a conversa entre o repórter do R7 e os negociantes.O caderno trazia selos do Enem, do MEC e do Inep (órgão do ministério que realiza o Enem). Ele foi vazado na última segunda-feira (28) à noite, segundo o grupo que procurou a reportagem. Eles pediram R$ 500 mil para vender os cadernos de prova junto com um dossiê informando como foi feito o vazamento. O R7, no entanto, disse que não compraria o material.Dois homens do grupo procuraram a reportagem com os documentos - um deles disse se chamar Fábio. Eles afirmaram querer "levantar dinheiro" e que o documento é legítimo. O Enem foi vazado por um agente da Polícia Federal, segundo um dos homens.- Isso vazou para mim através de um colega que é da PF, de Brasília. Ele tinha cargo dentro do Congresso e perdeu por conta de uma indicação política. É uma forma de se vingar e de levantar dinheiro.O grupo afirmou que o documento poderia "derrrubar o Enem e o Ministério da Educação". A prova que o grupo mostrou à reportagem tinha 45 questões de matemática, 45 de linguagens e uma redação, exatamente como o modelo de exame que seria aplicado no domingo.- Sou filho de desembargador, tenho 26 anos e trabalho como auxiliar da Promotoria do Estado. Somos todos trabalhadores, mas isso caiu no nosso colo. Queremos vender para ganhar dinheiro com isso, mas nunca fizemos isso, não temos experiência. Tenho medo da nossa integridade física, porque isso vai derrubar a prova que vale para todas as universidades federais.O grupo disse ter "amparo legal" de um advogado e cópias do documento registradas em cartório para o caso de serem processados.

Ouça aqui a conversa do meliante com o repórter do R7.

NÃO ACREDITE NA MÍDIA GOLPISTA

Gráfica da Folha nega vazamento


Copiado do Luís Nassif

Do Estadão

Suspeita é de vazamento em gráfica

Presidente do Inep diz que só 4 ou 5 funcionários do órgão tiveram acesso ao Enem; originais ficam em cofre

Renata Cafardo e Sergio Pompeu, de O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO – Funcionários da gráfica que imprimiu o Enem, em São Paulo, são os principais suspeitos do vazamento. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi impresso em uma empresa localizada no Alphaville, na Grande São Paulo. O Ministério da Educação (MEC) não informou o nome da gráfica.

Segundo o presidente do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (Inep), Reynaldo Fernandes, só quatro ou cinco pessoas do ministério tinham visto a prova toda – e ele não era uma delas. “Não há uma versão do exame impresso no Inep”, afirmou. De acordo com ele, somente as 180 questões – sem uma ordem definida – estavam guardadas no cofre.

O ministro Fernando Haddad mobilizou seu alto escalão para confirmar a denúncia do Estado de vazamento da prova do Enem durante toda a noite. Por medida de segurança, o cofre só podia ser aberto por duas pessoas, uma que tivesse a chave e outra, que levasse uma senha. Os funcionários foram acordados tarde da noite em suas casas e se encaminharam para o Inep. Nem Fernandes nem o diretor de avaliação da educação básica do órgão, Heliton Tavares, estavam em Brasília. “Vou convocar a imprensa amanhã (quinta-feira, 1º) e avisar do cancelamento. Também vamos acionar a Polícia Federal”, disse Fernandes. A confirmação do vazamento deixou a equipe do MEC abatida. “Ninguém vai dormir hoje”, disse um assessor.

Por altamiro souza

dei nota mil pro estadão, mas olha só o que leio no Uol, que dá na chamada de hoje o seguinte:

“Gráfica Plural nega responsabilidade no vazamento de provas do Enem”.

na matéria interna, a informação:

“A Plural é resultado de uma joint venture entre o Grupo Folha, líder nacional em jornais e internet, e a Quad/Graphics USA.

http://educacao.uol.com.br/ultnot/2009/10/01/ult1811u395.jhtm

pode ter sido espionagem industrial?

Outra matéria do estadão

BRASÍLIA – O ministro da Educação, Fernando Haddad, fará às 20 horas um pronunciamento em cadeia de rádio e TV para comunicar o adiamento da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que estava previsto para este fim de semana em todo o País.

Em entrevista, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Reynaldo Fernandes, declarou que apenas a gráfica Plural imprimiu as provas do Enem. Segundo ele, ainda não há informação exata de onde ocorreu o vazamento da prova; Fernando afirmou que dois servidores do Inep acompanharam todo o processo de impressão das provas na gráfica.

http://www.estadao.com.br/noticias/geral,haddad-anuncia-adiamento-do-enem-em-pronunciamento,444335,0.htm

Comentário

O vazamento foi político, é óbvio. Ninguém vai procurar a repórter de um jornal oferecendo um dossiê por R$ 500 mil. Passaram o furo sem precisar entregar o dossiê. A explicação dos vazadores para o portal R7 (clique aqui) é inverossímil – um delegado da Polícia Federal de Brasília, injuriado por não ter sido indicado para um cargo que resolveu se vingar.

O Ministro Fernando Haddad é candidato a candidato ao governo do Estado.

O vazamento do ENEM e o oportunismo do Dimenstein


Do Vi o Mundo - 01/10/09

por Luiz Carlos Azenha


O oportunismo político não tem limites.

Do grão-tucano Gilberto Dimenstein, por exemplo.

O caso nem começou a ser investigado e ele já decidiu:

01/10/2009 - 17h56
Gilberto Dimenstein: MEC não estava preparado para realizar o Enem

da Folha Online

O vazamento da prova do Enem (Exame Nacional de Ensino Médio) mostrou que o MEC (Ministério da Educação) não estava devidamente preparado para a aplicação do teste, marcado para o próximo fim de semana, diz Gilberto Dimenstein, membro do Conselho Editorial da Folha e colunista da Folha Online.

O jornalista ressalta neste podcast que adiamento da prova anunciado nesta quinta-feira é um caso atípico. Ele lembra que há tempos universidades como Unicamp (Universidade de Campinas), USP (Universidade de São Paulo), entre outras, têm conseguido de forma segura evitar o vazamento.

O que o Dimenstein sugere é que José Serra é competente para proteger os exames da USP e da Unicamp. O Ministério da Educação, não.

Mas antes, será que ele não deveria perguntar à Folha de S. Paulo, da qual é empregado, se não foi ela que vazou o conteúdo do ENEM?

Sim, parece uma pergunta fora de propósito, esdrúxula, absurda.

Porém, considerando que a Folha é sócia da gráfica que imprimiu os exames e que...

1. O jornal bombou uma epidemia inexistente de febre amarela, ajudando a levar milhares de pessoas a buscar vacinação sem necessidade, o que levou à morte pelo menos uma pessoa (a Conceição Lemes me corrige: pelo menos duas mortes);

2. O jornal, através de um colunista, acusou o presidente da República de ser homicida dos passageiros do avião da TAM que caiu em Congonhas;

3. O jornal publicou na primeira página uma ficha falsa da ministra Dilma Rousseff, que circula como spam pela internet;

4. O jornal bombou o noticiário sobre uma hecatombe econômica, que no Brasil vai ser bem menor do que se previa;

5. O jornal bombou uma epidemia de gripe suína, que registraria no Brasil, segundo a Folha, ao menos 35 milhões de casos;

6. O jornal inventou a "ditabranda" e depois a "ditabranda internacional", em Honduras, com o objetivo de desgastar a diplomacia brasileira.

Considerando tudo isso, seria absurdo supor que o vazamento aconteceu na gráfica parcialmente controlada pela Folha e que teve motivação política?

Será que o Ministério da Educação vai mandar imprimir o novo exame do ENEM na mesma gráfica?

Ou vai colocar a empresa sob suspeição?

Depois de Honduras, a mídia já sentiu o cheiro do novo "caos" federal.

É o caos na Educação:

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Micheletti se diz arrependido por golpe

Jornal do Brasil - 01/10/2009


Presidente de fato admite ter sido um erro a maneira como Manuel Zelaya foi deposto

O presidente golpista de Honduras, Roberto Micheletti, revelou, pela primeira vez, que a deposição de Manuel Zelaya, em 28 de julho, foi uma tentativa de frear a guinada para esquerda de um presidente eleito com credenciais de centrodireita. Em entrevista ao jornal argentino Clarín, o mandatário de fato explicou que Zelaya, eleito em 2005 pelo Partido Liberal – o mesmo de Micheletti – “preocupou” as autoridades do país ao tomar iniciativas como o aumento do salário mínimo e sua crescente aproximação do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de quem recebia petróleo subsidiado. Micheletti também reconheceu que a expulsão de Zelaya do país “talvez não tenha sido a melhor forma para punir os crimes a ele atribuídos”. Fontes ligadas ao governo golpista afirmavam ontem à noite que o toque de recolher, aplicado nos últimos dias, seria suspenso nesta madrugada.

“Tiramos Zelaya por seu esquerdismo e corrupção. Ele foi um presidente liberal, como eu, mas se tornou amigo de Daniel Ortega, (Hugo) Chávez, (Rafael) Correa e Evo Morales”, declarou Micheletti, referindo-se aos presidentes da Nicarágua, Venezuela, Equador e Bolívia.

“Se um presidente viola a lei e é corrupto, dá ao povo o direito de reclamar. Nós apenas lideramos este clamor popular”.

Além de acusar Zelaya de tentar alterar a Constituição, Micheletti diz que o presidente deposto teria roubado US$ 36 milhões para sua reforma constitucional e “gastado milhões exorbitantes com passeios de helicóptero e gastos suspeitos com assessores” “Nosso único erro foi tirá-lo da forma como tiramos. De resto, atuamos conforme a lei (...) Se o tivéssemos prendido e o deixado no país, teria havido mortes. Nós o expulsamos do país, mas agora ele voltou”, argumentou Micheletti.

Golpe visaria a Alba O jornalista italiano Georgio Trucchi, que está em Honduras há mais de 50 dias, vai ainda mais longe e diz que a destituição de Zelaya também foi uma tentativa de interromper o processo de integração latino-americana, particularmente os avanços da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba).

– Estava se criando um clima muito diferente na região, se compararmos com décadas passadas, e Honduras era o elo que se pensava ser o mais frágil para o rompimernto da cadeia – diz Trucchi.

Com bombas de gás e cacetetes, a polícia hondurenha reprimiu ontem um protesto de simpatizantes de Zelaya em frente à Rádio Globo, emissora fechada pelo governo golpista.

Cerca de 55 pessoas foram presas. Pela manhã, o prédio do Instituto Nacional Agrário, onde cerca de 120 manifestantes estavam acampados há três meses, também foi desocupado pelos militares.

Micheletti convidou uma missão da OEA a visitar Honduras na semana que vem.

Agricultura familiar produz 70% do feijão no país

Folha de S. Paulo - 01/10/2009

Pela primeira vez, o IBGE traçou um perfil da agricultura familiar do país e constatou que ela é voltada basicamente para a produção de alimentos da cesta básica -itens nos quais chega a responder por até 70% da produção total e supera, em muitos casos, o agronegócio.


Pelos dados do Censo Agropecuário, as pequenas propriedades tocadas pelo dono e seus familiares eram responsáveis, em 2006, por 70% do feijão consumido no país. No caso da mandioca, o percentual era ainda maior: 87%.


Mesmo em lavouras voltadas para a exportação, a agricultura familiar tem um espaço de destaque. É o caso do milho, cultura na qual possuía uma participação de 46%. O mesmo ocorre com o café, cujo peso é de 38%.


Também na pecuária as propriedades menores e familiares são fortes. Na produção de leite, respondiam, em 2006, por 58% do total. Tinha ainda 59% do plantel de suínos e 50% do de aves. Para o secretário-executivo do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), Daniel Maia, a agricultura familiar tem espaço assegurado, apesar do avanço do agronegócio.


"A concentração [da terra] não foi acompanhada da diminuição da agricultura familiar. Ou seja, ela não expulsou o homem do campo. Cresceu o número de estabelecimentos pequenos", disse.


Dos 80,25 milhões de hectares das propriedades familiares, 45% foram destinados a pastagens. Não há, porém, registro se estas áreas eram ocupadas por rebanhos.
Já 28% da área total eram de matas, florestas e sistemas agroflorestais voltados para o extrativismo ou cultivo de eucalipto para produção de celulose. As lavouras ocupavam 22% do total.


O Censo pesquisou ainda a posse da terra nas propriedades familiares. Do total de 4,3 milhões de estabelecimentos familiares, 3,2 milhões de produtores eram proprietários da terra -74,7% do total. Existiam ainda 255 mil (6% do total) de "sem terra" -o que inclui aqueles que não precisam necessariamente de terra, pois podem trabalhar no extrativismo de florestas ou arrendar áreas.

O Brasil e a reunião de Copenhague

Autor(es): Luiz Pinguelli Rosa

O Globo - 01/10/2009

A conferência da Convenção da ONU sobre Mudança do Clima a ser realizada no fim do ano em Copenhague desperta esperanças de compromissos mais efetivos pelos países para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, cujas consequências podem ser muito graves para a Humanidade.

Uma questão polêmica será a adoção de obrigações dos países em desenvolvimento quanto às suas emissões.

Um argumento para adotá-las é o crescimento do consumo de energia, especialmente o da China. Por outro lado, as emissões per capita dos países ricos continuam muito acima daquelas dos países em desenvolvimento.

A contração e a convergência estão longe de se realizarem.

Alguns fatos recentes são animadores, mas não o suficiente para garantir uma solução satisfatória em Copenhague.

Um deles é a concordância do governo brasileiro com o limite de 2° C no aumento da temperatura global. Isso implica um grande esforço para reduzir as emissões dos países ricos e controlar as dos países em desenvolvimento.

Outro é a aprovação pela Câmara de Representantes dos EUA do projeto do governo Obama, que avançou em relação a Bush. Entretanto, a proposta ainda não aprovada pelo Senado é reduzir em 2020 as emissões americanas a um valor 17% menor do que era em 2005.

Ora, é bem menos do que a meta estipulada pelo Protocolo de Kioto, que determinava reduzir até 2012 as emissões a um percentual abaixo do valor que tinham em 1990. Mas os EUA permanecem fora do Protocolo.

É positivo o Plano Nacional de Mudanças Climáticas do Brasil aprovado em dezembro de 2008, com metas definidas para redução do desmatamento, que é responsável pela maior parte das emissões brasileiras. Também é animadora a redução na taxa de desmatamento em 55% neste ano, cumprindo a meta do Plano a cargo do Ministério do Meio Ambiente. Mas é preocupante o aumento da participação de combustíveis fósseis na geração elétrica, ainda que seja alvissareiro o crescimento do consumo do álcool nos automóveis, ultrapassando o de gasolina no país, cuja matriz energética tem 45% de energia renovável, aí incluída a geração hidrelétrica e os biocombustíveis, enquanto no mundo este percentual é de 13% e nos países da OCDE de 6%.

O Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, após reunião com o presidente da República, em agosto, encaminhou a ele sugestões para as negociações internacionais, tais como metas mundiais para que antes de 2020 se inicie a trajetória descendente das emissões globais; garantia por parte dos países desenvolvidos de redução de 40% até 2020 em relação aos níveis de 1990; redução no crescimento de emissões dos países em desenvolvimento; mecanismos para redução das emissões do desmatamento e degradação florestal defendida na recente Carta dos Governadores da Amazônia.

Considero um equívoco contrapor a posição do Itamaraty de defesa dos interesses do desenvolvimento nacional às posições ambientalistas preocupadas com as mudanças do clima. Há perfeita margem de compatibilidade entre estas visões sem negar o princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada.

Nem significa negar a base da proposta brasileira na Conferência de Kioto, que evidenciou a responsabilidade histórica dos países ricos e dos países ex-comunistas por grande parte do dióxido de carbono emitido, o qual permanece por longo tempo na atmosfera.

As classes de maior renda de todos os países devem participar do esforço mundial para evitar emissões excessivas.

Isso não significa negar à grande maioria da população, ainda pobre, o direito de aumentar seu padrão de vida, pois seu consumo de energia per capita é muito baixo.

PROVA VAZA E MEC DECIDE CANCELAR ENEM

PROVA DO ENEM VAZA E MINISTÉRIO ANUNCIA CANCELAMENTO DO EXAME

Autor(es): Renata Cafardo e Sergio Pompeu

O Estado de S. Paulo - 01/10/2009



O vazamento da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) levou o Ministério da Educação a cancelar na madrugada de hoje a prova, que seria aplicada no fim de semana para 4,1 milhões de candidatos em 1,8 mil cidades do País. A decisão foi tomada pelo ministro Fernando Haddad após ter sido alertado pela reportagem do Estado sobre a quebra do sigilo do exame. "Há fortes indícios de que houve vazamento, 99% de chance", afirmou o presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, por volta da 1h, por telefone.

Ontem à tarde, o jornal foi procurado por um homem que disse, ao telefone, ter as duas provas que seriam aplicadas no sábado e no domingo. Propôs entregá-las à reportagem em troca de R$ 500 mil. "Isto aqui é muito sério, derruba o ministério", afirmou o homem.

O Estado consultou rapidamente o material, para checar sua veracidade, sem se comprometer com a compra. Haddad, que diz nunca ter tido acesso ao conteúdo da prova, confirmou o vazamento ao consultar técnicos do Inep, órgão do ministério responsável pelo Enem. A comprovação da fraude se baseou em elementos repassados ao ministro pela reportagem, via telefone e e-mail. As questões originais estavam guardadas em um cofre, que foi aberto ontem à noite para confirmar a informação.

No exame que o Estado teve acesso, a prova de linguagens e códigos, que seria aplicada no domingo, tinha na questão número 1 uma tira da personagem de história em quadrinhos Mafalda. Na folha seguinte, o exame reproduzia uma bandeira do Brasil com a área verde parcialmente suprimida, simbolizando o desmatamento. A imagem lembra uma campanha publicitária famosa da organização não governamental SOS Mata Atlântica. Embaixo dela, a prova tinha a seguinte frase: "Estão tirando o verde de nossa terra." Em outro trecho do exame, também no alto, à esquerda, os examinadores usaram no enunciado o poema Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, aquele que começa com os versos "Minha terra tem palmeiras/onde canta o sabiá". As questões da bandeira e do poema foram confirmadas pelo MEC como originais.

Outro trecho literário usado no Enem tinha o verso de Carlos Drummond de Andrade: "No meio do caminho tinha uma pedra/tinha uma pedra no meio do caminho". Mais adiante, a prova reproduzia um texto da revista Veja sobre o filme Touro Indomável, de Martin Scorsese. Outro personagem usado no Enem era o gato Garfield. O programa de mensagens instantâneas MSN é mencionado em uma das questões.

O encontro no qual o Estado viu trechos da prova aconteceu ontem à noite, na zona oeste de São Paulo. O homem que telefonou para a redação estava acompanhado de outra pessoa. Eles disseram ter recebido o material na segunda-feira, de um funcionário do Inep. Afirmaram que o esquema de fraude tinha cinco pessoas. "Ninguém aqui é bandido, ninguém tem ficha na polícia, nós dois temos emprego", disse o homem. Ele afirmou que recebeu o material "de Brasília, de gente do Inep, do MEC". Disse que viu na situação a oportunidade de ganhar dinheiro. "Não tenho motivação política." Ele afirmou que procurou um advogado para orientá-lo. "Registramos em cartório cópias das provas."

Seu companheiro, mais incisivo, cobrou o tempo todo da reportagem uma posição sobre o pagamento dos R$ 500 mil. "Isto aqui é muito grande, eu não quero correr o risco de morrer por nada." Diante da negativa da reportagem, ele se impacientou. "A gente vende isto aqui até por mais dinheiro", disse, revelando a intenção de procurar emissoras de TV.

Catástrofes em série: mortes na Ásia e na Oceania

Em 40 horas, terremoto, tsunami e tufão matam 416 em 5 países


O Estado de S. Paulo - 01/10/2009



Um terremoto de 7,6 graus na escala Richter abalou ontem a Ilha de Sumatra, na Indonésia, deixando pelo menos 200 mortos. Autoridades estimam que milhares de vítimas estejam soterradas sob os escombros.

A tragédia na Indonésia ocorreu depois de o sudeste do continente asiático ter sido atingido pela passagem de um tufão pelo Vietnã e Camboja, na terça-feira. Ontem cedo (noite de terça-feira em Brasília), um tremor seguido de tsunami devastou as Ilhas Samoa, no Oceano Pacífico, deixando pelo menos 119 mortos. Em apenas 40 horas, o ciclo de tragédias naturais matou pelo menos 416 pessoas na região.

O terremoto na Indonésia foi sentido às 17h16 (7h16 em Brasília) e teve origem a 85 quilômetros de profundidade, próximo da cidade de Padang, na costa leste de Sumatra, segundo o Instituto Geológico dos EUA. Vários tremores secundários de mais de 6 graus de magnitude foram sentidos na sequencia e um terremoto de 7 graus, horas depois.

"Foi o pior terremoto que eu senti na minha vida", disse um morador de Padang. Cerca de 500 edifícios ruíram, incluindo um shopping center, uma universidade, escolas, pelo menos um hospital e o teto do terminal do aeroporto. Segundo relato de testemunhas, a pista usada para pousos e decolagens rachou.

O abalo de ontem em Sumatra também foi sentido na Malásia e em Cingapura, onde edifícios comerciais tiveram de ser abandonados às pressas pelo risco de desabamentos. As autoridades indonésias temem que o terremoto de ontem possa ter sido tão destruidor quanto o que atingiu a região central da Ilha de Java, em 2006, deixando 6 mil mortos e destruindo 150 mil casas. "Há pessoas presas sob os escombros. Hotéis, escolas e casas foram derrubadas e a eletricidade está cortada", disse o vice-presidente indonésio, Jusuf Kalla.

O número de vítimas pode aumentar nos próximos dias, na medida que as equipes de resgate ganhem acesso a localidades mais remotas das ilhas indonésias. A chegada de socorro é lenta por causa da destruição completa e do bloqueio de inúmeras rodovias, além do acúmulo de escombros e dos incêndios simultâneos registrados em diversas regiões do país.

"Pontes ruíram e as linhas telefônicas foram cortadas. Ainda é muito difícil avaliarmos realmente a situação", disse Amelia Merrick, chefe de operações da organização World Vision Indonesia, poucas horas depois da tragédia.

MAREMOTO

O Centro de Alerta para Tsunamis do Pacífico, com sede no Havaí, emitiu um "aviso de vigilância" temendo o aumento no nível das ondas na Indonésia, Malásia, Índia e Tailândia. Em Cingapura, o governo chegou a adotar medidas de precaução contra tsunamis.

No início do mês, um tremor de menor intensidade matou 57 pessoas na Ilha de Java. Em dezembro de 2004, um terremoto de 9,1 graus desencadeou um tsunami que deixou mais de 230 mil mortos em 11 países, provocando reflexos até na costa leste da África. Do total de mortos, 168 mil eram indonésios.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Dilma e Bernardo reagem e criticam atuação do tribunal


Autor(es): Paulo de Tarso Lyra
Valor Econômico - 30/09/2009

Os ministros da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do Planejamento, Paulo Bernardo, foram duros ontem nas críticas ao Tribunal de Contas da União (TCU), que sugeriu a paralisação de 41 obras federais - 13 delas incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Segundo o TCU, todas essas obras apresentam indícios de irregularidades. Para a ministra é preciso cautela com essas avaliações.

"Não vamos compactuar com irregularidades. Mas paralisar uma obra com base apenas em indícios faz com que elas fiquem mais caras depois, quando retomadas", comentou Dilma.

Ela disse que o governo sempre está disposto a esclarecer, tanto o Congresso quanto o TCU, quando existe qualquer dúvida em relação às obras federais. Afirmou ainda que, por serem bastante fiscalizadas, as obras do PAC são menos sujeitas a problemas. Sobre as críticas feitas pelo tribunal às obras da Refinaria Abreu e Lima (PE), a chefe da Casa Civil afirmou que o TCU poderá informar-se com a Petrobras sobre o andamento do projeto.

Bernardo foi mais incisivo. Afirmou que respeita muito todos os órgãos destinados à fiscalização, como a Controladoria-Geral da União (CGU), o Ministério Público e o TCU. Mas, disse, o TCU "está exorbitando em suas atribuições". Ele acha que o tribunal "tem de agir com mais equilíbrio". "Nós defendemos que as coisas sejam transparentes e que o governo seja fiscalizado. Mas não dá para dizer que existe algum indício e depois não provar nada", afirmou.

Bernardo reconheceu que a função do TCU é fiscalizar o governo, apontando erros e suspeitas de superfaturamento nas obras federais. "Uma coisa é fiscalizar, outra é apontar erros e, seis meses depois, ficar tudo como está. Aí já é demais", protestou. Para o ministro, o tribunal está invadindo as atribuições dos demais poderes. "Eles querem legislar como o Congresso e dizer o que o Executivo pode ou não pode fazer", criticou.

Prova dessa atuação exagerada do TCU, na opinião do ministro, seria a criação de um comitê para fiscalizar as obras da Copa do Mundo de futebol de 2014. "Nós nem começamos as obras e eles já criaram um comitê para gastar por conta e dizer que tem coisa errada. Vamos ter que avisar a Fifa (Federação Internacional de Futebol) que, dessa maneira, a Copa no Brasil só poderá acontecer em 2020", disse.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Lula recebe prêmio pelo trabalho de defesa da liberdade de expressão

Do g1.globo.com/jornaldaglobo


http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1132557-7823-LULA+RECEBE+PREMIO+PELO+TRABALHO+DE+DEFESA+DA+LIBERDADE+DE+EXPRESSAO,00.html

O Presidente Lula recebeu na noite desta segunda-feira uma homenagem da Associação Internacional de Radiodifusão pelo trabalho em defesa da liberdade de expressão.

A Associação representa 17 mil emissoras de rádio e TV na Europa e nas Américas. Enquanto alguns países latinos cerceiam a liberdade de expressão, Lula faz o contrário

"A Associação Internacional de Radiodifusão considera o Presidente Lula um exemplo para todos esses governantes. Um político, um democrata que mantém esse espírito de conviver com uma imprensa independente, com o contraditório, e não manifestou em nenhum momento nenhuma incitativa crítica contra os veículos de rádio e televisão, especialmente", disse o Presidente da Abert, Daniel Pimentel Slavieiro.

Lula receberá Prêmio Chatham House 2009 no dia 5 de novembro


LONDRES, Reino Unido — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai receber o prestigioso Prêmio Chatham House 2009 por sua contribuição à “estabilidade e integração na América Latina e por seu papel na resolução de crises regionais”, informou o centro de estudos britânico.

Lula receberá o prêmio em uma cerimônia prevista na capital britânica no próximo dia 5 de novembro, segundo o centro, que recompensa anualmente a figura política que fez “a contribuição mais significativa para a melhoria das relações internacionais no ano anterior”.

O diretor do centro, Robin Niblett, explicou que Lula foi eleito por suas “excepcionais qualidade de líder nacional, regional e internacional” e que o prêmio reconhece seus “êxitos pessoais e a influência crescente que conseguiu para o Brasil”.

A Chatham House afirma ainda que, no âmbito internacional, se destacam o “fortalecimento das relações cordiais entre o Brasil e o resto das Américas, e outros países em todo o mundo”.

Na esfera subcontinental, Lula foi reconhecido por ser uma “figura-chave na estabilidade e integração na América Latina e por desempenhar um papel destacado na resolução de crises regionais”, e no âmbito local por “sua contribuição para a redução da pobreza no Brasil”.

Lula superou outros finalistas selecionados pelos membros da Chatham House, como o ministro das Relações Exteriores, o príncipe Saud Al Faisal, e a presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf, em votação aberta.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Honduras barra delegação da OEA e eleva isolamento

Reuters -27/09/2009

TEGUCIGALPA - O governo de facto de Honduras barrou neste domingo a entrada no país de uma delegação da Organização dos Estados Americanos (OEA), aumentando o isolamento do país em meio à elevação da tensão com o Brasil, que dá refúgio ao presidente deposto Manuel Zelaya.

O grupo de representantes da OEA tinha a expectativa de tentar costurar uma saída para a crise política no país após o golpe de Estado que derrubou Zelaya, mas foi barrado no aeroporto da capital, Tegucigalpa.

Anteriormente, o governo de facto havia dado um ultimato ao Brasil para definir a situação de Zelaya, que está refugiado na embaixada brasileira na capital desde seu retorno, na última segunda-feira.

Honduras pediu que o Brasil decidisse, em 10 dias, se daria asilo político a Zelaya ou se iria retirá-lo da embaixada para ser entregue às autoridades do país.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na Venezuela, onde participava da reunião América do Sul-África, que o Brasil não respeitará o ultimato "de um governo golpista".


domingo, 27 de setembro de 2009

A verdade sobre Honduras

Do Cidadania

Por Eduardo Guimarães

Nunca será demais dizer a verdade sobre o que está acontecendo nas Honduras da América Central, bem como pesar que conseqüências podem advir do desfecho de tais acontecimentos. Tentarei, pois, fazer este registro histórico da forma mais simples possível, sem rebuscar na linguagem ou me estender demasiadamente em pormenores, visando a fácil compreensão, por qualquer um, da situação política naquele país.

Também julgo importante, para um registro desta natureza, apresentar somente fatos inquestionáveis, de forma que, ao leitor, fique a decisão sobre que parte envolvida tem razão ou se alguma das partes a tem.
Será importante registrar, também, como os formadores de opinião (imprensa e classe política) no Brasil vêm tratando o assunto. Este país acabou assumindo um dos papéis protagonistas nessa crise – para o bem, no entender de alguns, e para o mal no entender de outros – ao conceder abrigo ao presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, na representação diplomática do Brasil naquele país.

Vamos, pois, aos fatos.

Numa madrugada de junho de 2009, soldados hondurenhos invadiram a casa do então presidente de Honduras, Manuel Zelaya. Foram ao seu quarto e o surpreenderam dormindo ao lado de sua mulher. Sob a mira de armas, levaram-no ao aeroporto de pijamas e o deportaram do próprio país, deixando a família para trás.

Em seguida, a Justiça e o Legislativo de Honduras apresentaram suposta carta de renúncia de Zelaya – carta que, desde o primeiro momento, ele nega ter escrito – e, sem votação popular alguma, “elegeram” presidente um dos opositores políticos do presidente deposto. Ou seja: o grupo que depôs Zelaya escolheu o novo presidente entre seus membros e deu posse a ele sem consultar a população.

Há que ressaltar bem a situação: o presidente eleito pela maioria dos hondurenhos foi tirado do cargo sem que tivesse tido julgamento de qualquer espécie e, assim, oportunidade de se defender das acusações que seus adversários lhe fizeram para justificar as sanções que lhe foram impostas. São acusações de ter cometido crimes que justificariam sua deposição. Elas, porém, contrastam com a opção por deportá-lo em lugar de prendê-lo e julgá-lo.

Acusaram o presidente deposto de ter convocado um plebiscito, uma consulta ao povo hondurenho sobre se o seu país deveria ou não convocar uma assembléia constituinte, ou seja, uma reunião de legisladores para escrever e votar uma nova constituição, e de Zelaya pretender que essa assembléia votasse uma lei que lhe permitisse disputar novo mandato.

Vale dizer que a vigente constituição de Honduras proíbe reforma constitucional e propositura de reeleição de um presidente, e determina que o ocupante de cargo público que proponha tal coisa perca o cargo e fique inelegível por dez anos.

Zelaya afirma que esse trecho da constituição de seu país vale para funcionários públicos de escalões inferiores e não para o presidente da República, e a comunidade das nações considerou ilegal a destituição do presidente sem o devido processo legal e amplo direito de defesa do processado, e rejeitou que a pena tenha sido aplicada antes de qualquer julgamento.
Por conta disso, nenhum país reconheceu o novo governo e sanções econômicas dessa comunidade internacional se sobrepuseram contra Honduras sob a exigência de que os que derrubaram Zelaya lhe devolvam o poder.

Os que perpetraram o que todas as instituições e países do mundo consideraram “golpe de Estado”, devido à crescente pressão internacional adotaram a estratégia de tentar legitimar pelo voto popular a interrupção de um mandato concedido de forma inquestionável pela maioria dos hondurenhos: convocaram eleição para presidente no próximo mês de novembro.

A ONU, a OEA, a União Européia e todas as demais instituições multilaterais mais importantes, bem como a totalidade dos países – Estados Unidos incluídos –, rejeitaram uma eleição comandada pelos que interromperam um mandato popular por meio de armas e de constrangimento físico sem dar ao detentor daquele mandato a chance de se defender num processo legal de perda de mandato.

Além disso, as forças de repressão do regime que se instalou depois da deposição de Zelaya passaram a atacar a tiros e a prender indiscriminadamente os milhares de cidadãos que protestam contra a deposição do presidente que apóiam, e tais forças passaram a proteger manifestações pró regime orquestradas por este regime, manifestações flagrantemente caracterizadas por empresários e pelas camadas mais ricas da sociedade hondurenha.

É neste ponto que surge uma divergência espantosa entre gigantes. Todas as instituições multilaterais e chefes de Estado de todas as grandes democracias do mundo se contrapõem aos maiores meios de comunicação de grande parte dos países (sobretudo dos meios da América Latina), que têm preferido apontar os “crimes” de Zelaya ou sua "militância política" na embaixada do Brasil, o que fazem em benefício do processo ilegal de sua destituição.

Na América Latina, primordialmente, as oposições aos governos tidos como de esquerda na região unem-se à imprensa na preferência por aqueles que a comunidade das nações chama de golpistas, termo que inclusive é adotado pela mesma imprensa que surgiu com a tese de “golpe corretivo”, ou seja, um golpe que dura apenas o suficiente para derrubar um governo que uma parte da sociedade julgue que não deve prosseguir, mas sem a menor garantia de que aquela decisão seja apoiada pela maioria.

Um fato inquestionável: a imprensa latino-americana apoiou golpes de Estado na região durante o século passado todo, tendo, inclusive, apoiado tentativas de golpe neste século, como aconteceu na Venezuela em 2002, onde uma tentativa de golpe foi defendida por meios de comunicação de vários países, inclusive o nosso.

No Brasil, políticos e jornalistas de esquerda dizem abertamente que as grandes tevês comerciais, os grandes jornais e as grandes revistas semanais apóiam o golpe em Honduras porque acalentam a idéia de que golpes como o hondurenho possam ser dados no Brasil se um governante algum dia adotar medidas que firam interesses do grupo social a que pertencem os donos desses meios de comunicação.

Também ressalta o crime internacional cometido pelo regime dito golpista, que, violando acordos internacionais, ataca com guerra psicológica e gases tóxicos a embaixada brasileira em Tegucigalpa, num desafio aberto à comunidade das nações. Os ataques derivam de o presidente deposto ter voltado a Honduras e se abrigado em nossa representação diplomática naquele país.

Manuel Zelaya foi derrubado, segundo certa corrente de pensamento, porque vinha adotando políticas sociais e econômicas inspiradas nas de seu então homólogo venezuelano, Hugo Chávez, despertando na direita hondurenha (empresariado e classes sociais mais altas) temor de “socialização” de um país que figura entre os campeões de concentração de renda no mundo, tal como o Brasil.

Não se trata de uma invenção de ninguém em particular o que todas as grandes democracias, a Organização das Nações Unidas, a Comunidade Européia, a Organização dos Estados Americanos – e quantos mais quiserem pôr na lista – concordam, ou seja, que a deposição de Zelaya, tal como foi feita, constitui ameaça ao direito dos povos do mundo inteiro de escolher governantes e de essa escolha ser respeitada.

Escrevi este texto inspirado em dúvidas manifestadas por enfermeiras da Unidade de Terapia Intensiva do hospital Santa Catarina, em São Paulo, onde minha filha de dez anos está internada. Elas manifestaram dúvidas sobre “quem teria razão” nesse caso da crise política e institucional em Honduras.

As enfermeiras disseram-se cheias de dúvidas depois de assistirem comigo, no quarto de minha filha no hospital, reportagem do Jornal Nacional sobre o assunto. Espantou-me a dúvida delas sobre quem teria razão, a Globo ou Lula. Ficou-me claro que entenderam que a emissora apóia os que derrubaram Zelaya e que Lula apóia o presidente deposto.

O claro apoio de grandes meios de comunicação e de políticos de direita a golpe de Estado num continente como a América Latina, que já sofreu tantos golpes de direita apoiados por grandes meios de comunicação, constitui-se num clichê latino-americano surrado, o das repúblicas bananeiras, imagem criada para designar republiquetas centro-americanas em que governos surgem e somem ao sabor de decisões de gabinete.

Estes são os fatos sobre Honduras. Nada do que escrevi aqui pode ser questionado. Espera-se, pois, que este texto simples e direto possa ajudar na difusão de fatos que todo brasileiro precisa entender bem, pois o processo em Honduras pode influenciar nosso futuro de maneira determinante, sobretudo se passar despercebido daquela parte enorme da população que pouco se informa.

Quando a mídia perde o pulso do país


Do Vi o Mundo 27 de setembro de 2009

por Luiz Carlos Azenha

Fazendo uma observação grosso modo da mídia brasileira, com algumas notáveis exceções aqui e ali, noto que ela perdeu o pulso do próprio país que deveria retratar.

Nos últimos meses o Brasil confirmou a descoberta do pré-sal, fez uma opção preferencial pela França* e, como integrante do G-20, passou a integrar o grupo de nações que terá forte influência nas regras econômicas internacionais.

O Brasil acaba de concretizar o Banco do Sul em parceria com a Venezuela e a Argentina, com capital que poderá atingir 20 bilhões de dólares; e se move com assertividade no caso da crise de Honduras, com respaldo da grande maioria dos integrantes da ONU e de organismos internacionais.

Qual é a reação a esse novo protagonismo brasileiro?

Uma capa da revista Veja enfatizando o quanto somos fracos, uma cobertura grotesca da TV Globo condenando a postura do governo brasileiro em Honduras e manifestações diversas do colunismo sugerindo que o Brasil se perdeu no caminho, quando todos os fatos indicam na direção contrária: o Brasil encontrou um caminho. Pode não ser o melhor. Pode exigir retificações. Pode dar errado.

Mas os princípios são claros: o Brasil passa a exercer politicamente o papel que lhe cabe como resultado da própria expansão econômica de interesses brasileiros além-fronteiras. A projeção do Brasil obviamente se fará sentir inicialmente nos espaços geopolíticos mais próximos: América Latina e África.

Daí a crescente articulação brasileira nos fóruns internacionais como o Mercosul, o Unasul, o Banco do Sul, o BRIC, o IBAS (Índia, Brasil, África do Sul) e a ASA (América do Sul-África).

* Quando a França resolveu manter-se à margem da estrutura militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), nos anos 60, o fez por considerações geopolíticas, garantindo para si uma margem de manobra muito superior à que teria se submetida ao comando militar dos Estados Unidos numa conjuntura de guerra fria. A França optou por manter suas armas nucleares fora do controle da OTAN. É esse o debate que eu gostaria de ler sobre a opção preferencial brasileira pelos franceses, nesse momento. Trata-se da mesma estratégia de aliança condicional com os Estados Unidos? Em vez disso, no entanto, somos bombardeados por análises pedestres que parecem produzidas como material de campanha para o ano que vem.