sexta-feira, 18 de junho de 2010

Morre escritor português José Saramago, aos 87 anos


Reuters/Brasil Online

MADRI (Reuters) - O escritor José Saramago, primeiro Prêmio Nobel português, morreu aos 87 anos nesta sexta-feira em sua casa nas Ilhas Canárias, informou a editora que publica seus livros na Espanha, a Alfaguara.

O autor, cuja frágil saúde provocou temores sobre sua vida há alguns anos, publicou no final de 2009 seu último romance "Caim", um olhar irônico sobre o Velho Testamento, muito criticado pela Igreja Católica.

Cético e pessimista contumaz, Saramago levantou sua voz por inúmeras vezes contra as injustiças, a Igreja e os grandes poderes econômicos, que ele via como grandes doenças de seu tempo.

"Estamos afundados na merda do mundo e não se pode ser otimista. O otimista, ou é estúpido, ou insensível ou milionário", disse o escritor em dezembro de 2008, durante apresentação em Madri de "As Pequenas Memórias", obra em que recorda sua infância entre os cinco e 14 anos.

Saramago, nascido em Azinhaga, na região central de Portugal, cresceu numa família de camponeses e há anos fixou residência em Lanzarote, nas Ilhas Canárias (Espanha), onde morava com a tradutora e jornalista Pilar del Río.

Entre as obras do ator português, que começou a carreira como poeta, estão "O Ano da Morte de Ricardo Reis", "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" e "Ensaio sobre a Cegueira".

(Reportagem de Inmaculada Sanz e Raquel Castillo)


http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-morte-de-saramago#more


quinta-feira, 17 de junho de 2010

Pesquisa comprova a eficiência das cotas na UnB


Cor não faz diferença Autor(es): Luísa Medeiros e Ariadne Sakkis Correio Braziliense - 17/06/2010

Os alunos negros aprovados na Universidade de Brasília pelo sistema têm rendimento bem próximo ao dos demais estudantes. Os especialistas que realizaram o levantamento afirmam que o programa, adotado em 2004, atingiu seus objetivos. Ontem, o Senado aprovou o Estatuto da Igualdade Racial.

Estudo revela que a diferença no desempenho entre os cotistas e os não beneficiados pelo sistema é menor do que a verificada entre mulheres e homens

Uma pesquisa que analisou o sistema de cotas antes e depois de ser implantando, no segundo semestre de 2004 na Universidade de Brasília, mostrou que comparado a outras políticas de acesso do negro ao ensino superior — que levam em consideração a renda familiar ou o histórico escolar — é o mais eficiente para promover a diversificação de raças dentro da universidade. O acesso à universidade representou também um incentivo à identidade racial, fazendo com que os candidatos e alunos assumam a identidade étnica com mais naturalidade. O estudo revelou ainda que, em relação ao desempenho escolar, a diferença nas notas dos cotistas e não cotistas é menor do que a verificada entre mulheres e homens.

A pesquisa foi iniciada há três anos pelos professores Maria Eduarda Tannuri-Pianto, do Departamento de Economia da UnB, e Andrew Francis, da Emory University, dos Estados Unidos. Os dados divulgados referem-se à primeira parte do estudo, que entrevistou, entre 2002 e 2005, 3 mil alunos cotistas e não cotistas, um universo que corresponde a 40% dos estudantes da UnB nesse período. Os professores pretendem acompanhar os universitários até o ingresso deles no mercado de trabalho. Dados pessoais e familiares foram levantados, mas as questões raciais foram mascaradas dentro dos questionários para fazer um mapeamento dos alunos sem interferências de comportamento e de oportunistas.

De acordo com Maria Eduarda, muitos dos alunos cotistas, de diferentes áreas de graduação, passariam no vestibular convencional porque estão acima das notas de corte do sistema universal. O desempenho deles na universidade, entretanto, é um pouco menor do que a de alunos que ingressaram pelo meio tradicional, mas no decorrer no curso, essa diferença é mitigada.


Em uma escala de zero a cinco, os cotistas têm desempenho 0.14 ponto inferior aos nãocotistas. “A diferença da média geral acumulada é menor do que a comparação entre homens e mulheres”, destacou ela. Se comparar o desempenho de cotista e não-cotista com a mesma nota de entrada no vestibular, a diferença é ainda menor. A diferença cai para 0,08 ponto numa escala de zero a cinco. A pesquisa não mostrou evidências de que houve aumento no esforço para passar pelo sistema de cotas, mas nem trouxe dados que comprovem a redução. “Isso mostra que eles não fizeram corpo mole porque tinham chance reais de passar”, diz a pesquisadora.



Igualdade
O professor do Instituto de Artes e coordenador do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros da UnB Nelson Inocêncio afirma que o resultado preliminar da pesquisa mostra que a política de implantar as cota está correta. “O discurso de uma possível queda de qualidade do desempenho dos alunos caiu por terra”, diz. Para o professor, quem criticou as cotas raciais fizeram uma presunção negativa que não se confirmou. “É preciso investir mais nas políticas de diversidade. Não adianta afirmar, de maneira enganosa, que as oportunidades são as mesmas.”



Os alunos da UnB encararam o resultado da pesquisa como um confirmação do que eles já sabiam. Johnatan Reis, 20 anos, entrou para o curso de serviço social no ano passado por meio do sistema de cotas. “Quando a gente entra, a matéria e as aulas que temos são as mesmas dos não cotistas. Tenho que fazer o mesmo esforço para passar. O quanto estudei no ensino médio ou a minha nota no vestibular não interessam”, analisa. Para ele, apesar dos resultados equivalentes, os cotistas ainda são estigmatizados. “Muitas pessoas ainda pensam que a nota inferior no vestibular vai se perpetuar ao longo da vida acadêmica do cotista, o que a própria pesquisa desmente”, diz.



Johnatan acredita que o sistema de cotas continua sendo necessário como um mecanismo de inclusão social e racial. “Acho que as cotas são um incentivo para que o negro entre na universidade e para que a sociedade tenha mais profissionais negros. O impulso foi dado e daí para a frente, não importa a cor da pele de um aluno ou a forma pela qual ele entrou.”



Linikker Araújo Conrado, colega de turma de Johnatan, é contrário ao sistema de cotas raciais. Para ele, essa alternativa “nasceu caduca”. Mesmo sendo negro, ele ingressou na UnB pelo sistema universal e defende as cotas sociais, por entender que é um modelo mais abrangente, que beneficiaria um número maior de pessoas que não tiveram oportunidades. “A pesquisa prova que cor não faz a menor diferença”, afirma Linikker.



Pedro Paulo Mendes, 22 anos, estudante de engenharia de redes, compartilha do mesmo entendimento de Johnatan. “Vai mais da pessoa do que da raça. É uma questão de inteligência e de dedicação”, afirma. “Esse estudo mostra que os dois têm capacidades iguais. Mas acho que as cotas são fundamentais para a inclusão social. E, no futuro, haverá igualdade e elas não serão mais necessárias”, projeta.


quarta-feira, 16 de junho de 2010

Irã mantém acordo nuclear com Brasil

Jornal do Brasil - 16/06/2010

Chanceler Celso Amorim defende proposta do país islâmico e critica falta de abertura da ONU

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad declarou ontem, em discurso em rede pública de televisão, que a proposta de trocar combustível nuclear em território turco, promovida por Brasil e Turquia ao Irã, continua vigente.


– Essa proposta constitui um novo modelo de gestão dos assuntos mundiais, baseado na justiça e na lógica, mesmo que as “arrogantes potências” do Ocidente estejam furiosas – declarou.


O acordo, firmado em 17 de maio, prevê que o Irã envie 1.200 quilos de urânio pouco enriquecido à Turquia e, em troca, receba combustível para seu reator em Teerã. Com isso, aumentaria o controle sobre o programa nuclear iraniano.


Teerã alega que seu programa tem fins pacíficos.


Mas o anúncio de que a República Islâmica vai continuar enriquecendo urânio desencadeou a desconfiança internacional, o que resultou na votação de sanções ao país pelo Conselho de Segurança da ONU. A União Europeia estuda medidas para endurecer as restrições a Teerã, que classificou a iniciativa de “irracional e ilógica”.


Brasil O chanceler brasileiro, Celso Amorim, fez uma crítica à ONU afirmando, em entrevista ao jornal francês Le Figaro, que é tempo de se ouvir os países emergentes em questões de guerra e paz, como o caso do programa nuclear i r a n i a n o.



Em discurso na Conferência sobre Desarmamento da ONU, Em Genebra, na Suíça, Amorim reafirmou a defesa do acordo assinado entre Brasil, Turquia e Irã em busca de uma solução para a polêmica e lamentou que não foi dada nem sequer “uma oportunidade” ao acordo.


– A melhor garantia de não proliferação é a eliminação total das armas nucleares – defendeu.

Amorim: melhor garantia é eliminação total das armas nucleares.


MPE quer tirar do ar o blog da Dilma

Do Blog da Dilma, http://dilma13.blogspot.com/

Incomodamos a poderosa oposição


Não me surpreendeu que o MPE solicitasse a retirada do ar do blog da Dilma.


Desde o lançamento deste blog em 2008, os jornalões estão engajados nessa empreitada: em diversas ocasiões solicitaram entrevistas e fizeram matérias sobre o blog, sempre alegando antecipação eleitoral e levantando a suspeita de que o blog fosse patrocinado pelo PT ou pelo Governo.


Agora bateu o desespero na oposição. Como o blog do PSDB, o tal "gentequemente", tocado pelo E. Graeff, foi multado, eu já esperava essa retaliação. Mas há uma imensa diferença entre o blog da Dilma e os blogs do Serra, do PSDB.


Nós, blogueiros do blog da Dilma, somos cidadãos e cidadãs sem nenhum vínculo partidário e não somos pagos pelo partido ou pelo governo. Não temos nenhuma relação financeira com políticos ou partidos, com a campanha da ministra Dilma ou o governo do presidente Lula. Não somos funcionários do governo nem de nenhum sindicato. Nunca fomos pautados pela campanha da Dilma, pelo governo ou por políticos.


Somos cidadãos e cidadãs independentes exercendo o direito de opinião e da livre expressão, assegurados pela Constituição. Todos os textos, todas as matérias do blog são de responsabilidade dos editores do blog, sempre dando os créditos para as matérias publicadas na mídia, na grande imprensa ou em outros blogs. No blog da Dilma é vetado o anonimato.


Conforme reza o texto da Constituição brasileira de 1988:


IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;


VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;


IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.



220º A manifestação do pensam ento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.


§ 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.

Há muito tempo a oposição está querendo saber quem somos, como forma de intimidação.


Acham que assim poderão retaliar.


Querem nos calar, mas não vão conseguir. Mas acho ótimo que um ministro do TSE mande quebrar o sigilo do blog, pois nós não somos anônimos, não somos pagos por ninguém e estamos trabalhando de livre e espontânea vontade pelo Brasil, para garantir a democracia e a liberdade, para que o Brasil continue sendo um país de todos os brasileiros.


Cidadãos livres e independentes, nós temos o direito de opinar sobre quem queremos para governar o nosso país, e sobre quem não queremos e porquê não queremos.


O TSE terá uma grata surpresa, por exemplo, com a minha pessoa, uma mulher de 60 anos, profissional da saúde, atualmente dona de casa e blogueira, mãe de quatro filhos adultos e prestes a ser avó. Sem ser filiada a qualquer partido, sou militante petista, lulista e dilmista porque não quero que o Brasil retroceda, que caia novamente nas mãos daqueles que afundaram o país na década de 1990, que fizeram o povo brasileiro comer o pão que o diabo amassou. Sou uma brasileira que deseja o melhor para todos os brasileiros e para todos os povos do mundo.


Nós, os editores do blog da Dilma, soubemos que isso iria acontecer quando vimos o interesse da mídia pelo blog e pelos editores do blog. Temos e-mails, não somos anônimos, temos telefones disponibilizados no blog e estamos inteiramente à disposição do TSE para qualquer esclarecimento que interesse à justiça eleitoral.



Jussara Seixas