sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O que a imprensa brasileira não divulga sobre o Presidente Lula



VEJA O QUE DIZ O PRESIDENTE DO GOVERNO ESPANHOL, ZAPATERO, SOBRE O PRESIDENTE LULA NO

JORNAL EL PAIS(AQUI)














Traduzido do El País


O homem que assombrou o mundo



O presidente do Brasil se tornou o líder indiscutível da América Latina e uma referência para todos os políticos. Brasil pagou toda a sua dívida este ano, está crescendo fortemente e foi aos Jogos de 2016.



JOSÉ LUIS RODRÍGUEZ ZAPATERO 10/12/2009



Este é um homem profundo e tenaz, por quem tenho uma profunda admiração. Eu o conheci em Setembro de 2004, após a Espanha aderiu à Aliança Contra a Fome, que ele liderou, em uma cúpula organizada pelas Nações Unidas em Nova York. Não poderia ter sido melhor chance.



Luiz Inácio Lula da Silva é o sétimo dos oito filhos de um casal de camponeses analfabetos, que viveram a fome e a miséria nos países mais pobres da região nordeste do estado brasileiro de Pernambuco.

Ele tinha os seus estudos com a realização simultânea dos trabalhos os mais diversos e foi forçado a deixar a escola com apenas 14 anos, para trabalhar no ferro e fábrica de aço, uma empresa dedicada à produção de parafusos. Em 1968, durante a ditadura militar, deu um passo que marcaram sua vida: juntar os Metalúrgicos da União de São Bernardo do Campo e Diadema.

De um lado deste homem, seguindo o caminho aberto por seu antecessor como presidente, Fernando Henrique Cardoso, o Brasil, em apenas 16 anos, deixou de ser o país de um futuro que nunca entrou em um realmente formidável, com um futuro brilhante e uma projeção regional e global cada vez mais importante. Finalmente o mundo se deu conta de que o Brasil é muito mais do que carnaval, futebol e praias. Um dos países emergentes, com uma democracia consolidada, e que venha a desempenhar nas décadas seguintes, um crescente protagonismo político e econômico no mundo, como já é feito na América Latina com notável sucesso.

Lula tem o mérito imenso da sociedade brasileira, unidos em torno de uma reforma tão ambiciosa como quieta. É saber, acima de tudo, enfrentar, com determinação e eficácia, os desafios da desigualdade, pobreza e violência que têm tão sobrecarregado história recente do país. Como resultado, a sua liderança no Brasil agora conta com o apoio e o apreço da maioria, mas o mais importante é a aceitação social irreversível que todos os brasileiros têm o direito à dignidade e auto-estima através do trabalho, educação e saúde.

Superação de adversidades de todos os tipos, Lula conseguiu executar esse longo e difícil caminho de interesse privado na defesa dos direitos sindicais dos trabalhadores, o interesse geral do país mais populoso e generalizado do continente sul-americano. Sem desejar ser Lula, que em sua longa marcha conseguiu, também se espera que muitos milhões de seus compatriotas, sobretudo os mais humilhados e ofendidos pelo flagelo da pobreza secular, fornecendo os meios materiais para começar a escapar das consequências deste círculo vicioso.

Enquanto isso, nos sete anos de sua presidência, o Brasil conquistou a confiança dos mercados financeiros internacionais solidez que o valor da sua gestão, a crescente capacidade de atrair investimento direto, como aqueles feitos por várias empresas espanholas, e rigor com que tem gerido as contas públicas. O resultado é uma economia crescendo a uma taxa de 5% ao ano, que tem resistido à prova de recessão global está saindo fortalecida da crise.

Depois de se tornar o presidente que assumiu o cargo com mais apoio eleitoral, em sua quarta tentativa, Lula disse que é inaceitável ordem econômica em que poucos podem comer cinco vezes por dia, e muitos ficam sem saber se eles vão conseguir comer pelo menos uma. E acrescenta: "Se no final do meu mandato brasileiros podem tomar café da manhã, almoço e jantar todos os dias, então vou ter concluído a minha missão na vida."

Neste esforço continua este homem honrado, honesto, forte-querido e admirável, tornar-se uma referência essencial para a esquerda do continente sul-americano do Rio Grande. Ele tem uma visão do socialismo democrático, que enfatiza a inclusão social e a justiça ambiental para permitir uma mais justa, digna, fraternidade e solidariedade.

Brasil terá lugar em breve no Conselho de Segurança da ONU está prestes a se tornar uma usina de energia e será a anfitriã da Copa do Mundo de 2014. Quando nos encontramos em outubro, em Copenhague, Lula estava chorando de felicidade, como uma criança grande, porque o Rio de Janeiro tinha acabado de ser eleita a cidade anfitriã dos Jogos Olímpicos de 2016. A euforia que encheu-lhe e que não o impediu de ter o vigor necessário para chegar a Madrid e me consolar, porque não tinha sido escolhido e trancados em um abraço.

Eu não me surpreenderia que esse homem surpreendesse o mundo.

José Luis Rodríguez Zapatero é o presidente do Governo espanhol.

A imprensa prefere falar "merda"


Copiado do Vi o Mundo



O palavrão de Lula e o fim das palafitas no Brasil



Quinta-feira, 10 de dezembro de 2009



Minha Casa, Minha Vida quer acabar de vez com as palafitas do País


Do Blog do Planalto

Os moradores do Residencial Camboa, em São Luís (MA), que se aglomeram desde as primeiras horas desta quinta-feira (10/12), para a cerimônia do PAC Rio Anil, vibraram com o discurso do presidente Lula quando enfatizou: “O povo pobre desse País não voltará a ser a desgraça que era há um tempo atrás”. Lula explicou que as ações de governo decorrentes nos últimos sete anos permitem que as famílias de baixa renda possam a ter peso significante no contexto da economia brasileira.

Lula explicou que quando decidiu pelo lançamento do programa Minha Casa, Minha Vida, que prevê a construção de residências para famílias com renda de até três salários míninos, teve por objetivo acabar com as palafitas no País. Porém, percebeu algumas dificuldades conjunturais no setor de construção civil e na Caixa Econômica Federal (CEF) para tocar o projeto. Segundo Lula, no próximo ano as questões estarão resolvidas e o projeto atingirá mais de 500 mil moradias construídas e um milhão de unidades contratadas junto à CEF.

Ao desculpar pelo fato do atraso para o início da cerimônia – “Falei com o primeiro ministro da China. Ficamos uns 40 minutos se acertando [comentou que houve dificuldades na tradução]. Vamos juntos para Copenhague” – Lula anunciou que retorna a São Luís entre os dias 17 e 18 de janeiro do próximo ano para o início da terraplanagem para construção da refinaria do Maranhão.

Vocês vão ver o bicho pegar aqui no Maranhão. Vai gerar mais de 100 mil empregos aqui no Maranhão, Vai ter oportunidade de trabalho para muito gente. Por isso resolvemos fazer aqui 13 novas escolas técnicas para pegar essas meninas que estão com 14 a 15 anos para formá-las. Vão ganhar de quatro a seis salários mínimo. Esse será o futuro do País.

Obra estratégica

Em entrevista ao jornal “O Estado do Maranhão”, publicada nesta sexta-feira (10/12), o presidente Lula afirmou que a refinaria da Petrobras, no município de Bacabeira, vai garantir o refino de 600 mil barris de petróleo por dia e não há risco algum do empreendimento não ser realizado.

No momento, estamos em processo de licenciamento ambiental e desenvolvimento da engenharia. Durante a fase de construção, o projeto beneficiará cerca de 132 mil pessoas, com empregos diretos, indiretos, e com o efeito de geração de renda na região.

O presidente assegurou também que o governo vê como prioridade a ampliação do porto de Itaqui:

No PAC, por exemplo, é o segundo porto com maior volume de investimentos. No total, serão gastos R$ 384 milhões em obras de dragagem e de recuperação e construção de berços. Parte das obras de dragagem já está concluída e as obras de construção do berço 100, de alargamento do cais sul e de ampliação do porto, estão em estágio adequado. Pela localização privilegiada, o Porto do Itaqui é a porta de saída natural para as exportações brasileiras destinadas aos países da América do Norte e Europa, sendo fundamental para o escoamento da produção agrícola e industrial das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Nos próximos anos, com a chegada da Ferrovia Norte-Sul, a demanda e, consequentemente, a importância do porto, crescerão ainda mais.


quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Celso Amorim: A nossa meta principal é a democracia em Honduras


EUA devem estar "frustrados" com Honduras, diz Amorim


Reuters Brasil - 10 de dezembro de 2009



SÃO PAULO (Reuters) - Os EUA devem estar frustrados com os desdobramentos da crise em Honduras, disse nesta quinta-feira o chanceler Celso Amorim, após o governo de facto se recusar a permitir a saída do presidente deposto Manuel Zelaya do país, o que o ministro considerou "inaceitável".

"Deve ser uma frustração muito grande, acho eu, para os Estados Unidos, cuja diplomacia se envolveu até muito mais que a nossa", avaliou o ministro das Relações Exteriores durante o programa de rádio Bom Dia Ministro.

"Essa frustração advém do fato de você ter sido excessivamente tolerante com um governo golpista", apontou.

Na quarta-feira a saída de Zelaya do país, que desde setembro está abrigado na embaixada brasileira em Tegucigalpa, era dada como certa. Uma autoridade do governo do México chegou a afirmar que o país receberia o presidente deposto.

As negociações, no entanto, atingiram um impasse por conta do status que seria concedido pelo governo mexicano a Zelaya.

Enquanto o presidente deposto quer chegar ao país como "hóspede", o governo de facto exige que ele vá ao México como asilado político, o que o impediria de fazer campanha livremente pela sua volta ao país.

"Essa atitude, quase de querer humilhar o presidente Zelaya, não existe", disse Amorim. "Impor condições é uma coisa totalmente inaceitável", acrescentou.

"Nos interessa muito, sim, que o presidente Zelaya possa sair em segurança, que nossa embaixada não seja de maneira nenhuma atacada", disse Amorim.

O Brasil, que junto com os EUA, condenou o golpe de Estado de 28 de junho que derrubou Zelaya, tem sido crítico da posição norte-americana de reconhecer as eleições presidenciais realizadas em 29 de novembro e vencidas pelo candidato oposicionista Porfirio Lobo.

"Nós não temos nenhuma intenção de reconhecer essas eleições no curto prazo", reiterou Amorim.

O Brasil defendia o retorno de Zelaya à Presidência antes da realização das eleições presidenciais, o que não aconteceu. Após as eleições, o Congresso hondurenho votou contra o retorno do presidente deposto ao poder, que era parte de um acordo mediado por Washington entre Zelaya e o governo de facto que assumiu o país.

"É uma questão de saber até quando vai a paciência do mundo em relação a um governo que está violando constantemente as normas do direito internacional."

"A nossa meta principal é a democracia em Honduras. Infelizmente isso vai demorar a ocorrer porque o processo que foi negociado antes das eleições não foi positivo", afirmou.

(Reportagem de Eduardo Simões)

O golpe e as eleições em Honduras

Um golpe maquiado

Da Carta Capital - 09/12/2009

Antonio Luiz Monteiro Coelho da Costa

Com 66% dos votos apurados, o sojicultor Porfirio “Pepe” Lobo, do Partido Nacional (conservador) vence com 55,9% dos votos válidos. O Partido Nacional também conquista a maioria do Congresso (salta de 55 para 80 de 128 deputados) e mais de 60% das prefeituras, inclusive a da capital. O empreiteiro Elvin Santos, da ala golpista do Partido Liberal, teve 38,2% e seu partido cai de 62 para 43 representantes. Mas qual a abstenção que mediria a rejeição popular à eleição e o apoio à Resistência ao golpe? Não houve discussão sobre o vencedor, mas muita sobre a participação dos eleitores.

Foram cinco horas de espera – explicada como “falha técnica” – após o fechamento das urnas, durante as quais (conta o escritor e diplomata hondurenho Roberto Quesada) o TSE hondurenho foi visitado por três coronéis, o tribunal eleitoral forneceu dois dados divergentes. O primeiro, resultado da pesquisa financiada pelos EUA do Consórcio Hagamos Democracia, formado por organizações religiosas e civis e contratado pela ditadura hondurenha, calculou a participação em 47,6%. O segundo, baseado em “dados preliminares” da apuração, seria de 61,3%.

A maioria dos noticiários e agências internacionais ignorou o primeiro número e destacou o suposto aumento em relação aos 56% da eleição de 2005. Não satisfeitos, Roberto Micheletti e Lobo excluem os “ausentes” (que não votaram nas duas últimas eleições) para elevar a participação a mais de 80%. Zelaya e a Resistência, pelo contrário, dizem que a participação foi de meros 40%, 35%, ou mesmo 30%, segundo Patricia Rodas, chanceler de Zelaya, na Conferência Ibero-americana em Portugal. Dessa eleição, na qual todos os observadores internacionais apoiavam o golpe – da organização ultradireitista UnoAmérica ao brasileiro Raul Jungmann, do PPS, passando por conservadores europeus – o que concluir?

Segundo o jornal mexicano La Jornada, a afluência foi alta nos bairros ricos e de classe média, mas “a conta-gotas” nas urnas dos bairros pobres. Nos primeiros, a participação rondaria os 65%, nos segundos deve ter ficado entre 35% e 40%. Isto dá sentido à discrepância: a Resistência enxerga a participação em seus redutos, os golpistas nos seus, o governo e o TSE extrapolam a partir das urnas que lhe interessam e o dado do consórcio é provavelmente o mais próximo da realidade.

Martha Lorena Alvarado, vice-chanceler e porta-voz de Micheletti, não reeleita (como a maioria dos liberais golpistas), insistiu em que “o bipartidarismo segue uma realidade em Honduras e quem quiser o poder terá de buscá-lo por algum dos dois partidos”. Para negar o óbvio: o revezamento de conservadores e liberais cedeu ao enfrentamento social. A esquerda nacionalista apoiada nas massas populares e organizada em novos movimentos contra uma direita conservadora-liberal respaldada nas classes médias. Ao abafar um lado, o golpe e a eleição marcada por prisões e julgamentos políticos e por repressão de marchas e comícios oposicionistas interrompem só brevemente uma evolução semelhante à do -Uruguai, Paraguai, Venezuela e Bolívia.

Entrevistado como vencedor, “Pepe” Lobo insistiu, quase histérico, que a crise está finiquitada, que Manuel Zelaya “já é história”. Outra negação do óbvio: Perón e Vargas ainda dividem águas nos países onde foram história. E em Honduras, os liberais golpistas, inconformados com a derrota, veem em Lobo um “Mel azul” (cor do Partido Nacional – os liberais são “colorados”).

Em 2005, “Pepe”, com um ex-assessor de Reagan e Bush a seu serviço, prometia a pena de morte e brandia a escultura de um punho de ferro para se dizer candidato da “mão dura”. Perdeu para “Mel”. Desta vez, deu-se retoques “populistas”. Elogiou o Bolsa Família e disse querer ir ao Brasil conhecê-lo. Procurou ficar “em cima do muro” entre Micheletti e Zelaya quando este parecia ter chances de voltar ao poder e foi à embaixada do Brasil abraçá-lo. Nunca opinou sobre a (i)legalidade do golpe, apesar de seu partido votar unânime para ratificar o golpe e impedir a restituição de Zelaya em 2 de dezembro, após a eleição.

Lobo flertou com o comunismo na juventude e estudou ciências políticas em Moscou, onde fez amizade com Ramiro Vázquez, um dos líderes da guerrilha de El Salvador e da FMLN. Seu partido costuma estar à direita do Liberal, mas os golpistas o veem com desconfiança. Diz Martha Lorena: “Ao primeiro movimento que fizer à esquerda, que espero em Deus que não se dê, porque há um grupo assessor muito importante que não permitirá isso, nos terá do outro lado, marchando”. Provavelmente com “azuis” da velha guarda, como o ex-ministro Óscar Álvares, para o qual “subversivos não têm direitos humanos”.

Tantas negações, devidamente invertidas, traçam um prognóstico plausível. A Resistência criará um braço eleitoral e será a verdadeira oposição. Para Carlos Reyes, independente de esquerda que retirou a candidatura em protesto contra o golpe, e Rafael Alegría, líder camponês dos protestos de rua, a crise se agravará com o aumento dos impostos e a desvalorização da moeda, dando oportunidade a mais manifestações de massa. Se Lobo quiser governar com algum consenso, será um pouco como Zelaya: fará concessões “populistas” e isolará a direita liberal-conservadora. Com ou sem o ex-presidente, prosseguirá o movimento por uma nova Constituição, pois a atual, absurdamente rígida, bloqueia qualquer reforma mais profunda. Um repeteco.

Fica o problema do isolamento. Antes mesmo de eleito, Lobo prometeu “bater à porta do presidente Lula e de todos”, mostrando que a questão está longe de ser secundária. Em tempo de retração dos EUA, Honduras não pode desprezar o resto do mundo. Na Cúpula Ibero-americana, Brasil, Uruguai, Argentina, Chile e bolivarianos mostraram-se firmes em não reconhecer o “golpe cívico-midiático” e a eleição, “quase um simulacro” (palavras de Cristina Kirchner) – Lula com um “categoricamente não, fora de questão”. Colômbia e Costa Rica somaram-se aos EUA, Panamá e Peru do lado oposto; México, Espanha e El Salvador hesitam. Sem um fato novo, o impasse deve continuar enquanto Lobo e a Resistência não firmarem um pacto político.