segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Suriname reforça segurança após ataque a brasileiros

João Domingos, Rosa Costa E Carlos Mendes - Agencia Estado


BRASÍLIA - O governo do Suriname informou ao Brasil que reforçou a segurança na cidade de Albina, a cerca de 150 quilômetros da capital, Paramaribo, para garantir a integridade física de brasileiros que vivem na região. A chanceler interina do Suriname, Jane Aarland, ligou na noite de sábado para o secretário-geral do Itamaraty, Antônio de Aguiar Patriota, para relatar as providências tomadas após o conflito ocorrido na noite de Natal.

Na ocasião, brasileiros e chineses que participavam de uma festa em Albina foram atacados por surinameses. O padre José Vergílio, diretor da Rádio Katólica, de Paramaribo, que foi ao local na sexta-feira, disse à emissora de TV a cabo "Globonews" que pelo menos sete pessoas haviam sido mortas. O Itamaraty não confirmou as mortes - registrou apenas a existência de quatro feridos graves, que foram levados para a capital e internados.

Ainda segundo a versão do padre, o conflito teria começado após o suposto assassinato de um morador local por um brasileiro. Veículos e casas foram queimados. Também foram registrados saques em lojas de comerciantes de origem chinesa.

O embaixador brasileiro no Suriname, José Luiz Machado e Costa, que no sábado relatou a existência de pelo menos 25 brasileiros feridos, foi ontem para Albina, cidade de cerca de 10 mil habitantes, acompanhado de autoridades do Suriname.

Na noite de ontem, o Itamaraty divulgou nota em que afirma que "não houve comprovação de mortes de brasileiros". "As declarações dos nacionais ouvidos coincidiram no sentido de que não testemunharam nenhum assassinato de brasileiro. A maioria dos relatos se referia à violência das agressões e à brutalidade do ataque, mas sem qualquer menção a mortes", diz a nota. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,suriname-reforca-seguranca-apos-ataque-a-brasileiros,487691,0.htm

Entrevista com o vice-presidente José Alencar





Diário de Pernambuco - 24/12/2009

Brasília - Com um bloco de papel na cabeceira da mesa e uma caneta, o vice-presidente da República, José Alencar, desenha possibilidades de aliança em 2010. Mas, mineiramente, desconversa sobre um ou outro candidato e cobra "desprendimento" dos políticos. Aos 78 anos, o mineiro de Itamuri, na Zona da Mata, que chegou ao cargo graças a uma bem-sucedida aliança entre um líder sindical e um representante patronal, garante que palanque bom é aquele em que o eleitor entende o que está sendo proposto. Na última segunda-feira, Alencar recebeu o Correio Braziliense/Diario para uma conversa de mais de uma hora em seu gabinete. Bem disposto, mandou recados à classe política.

"Não quero um dia a mais para jogar fora toda a minha vida de seriedade. Não vale a pena", disse o vice-presidente. Desde 1997, ele trava uma batalha contra o câncer. Já foi operado 18 vezes. Nada que o faça desanimar. "Quero que meus filhos, netos, bisnetos e amigos tenham orgulhode dizer que conviveram comigo, porque quando o camarada se envereda para o lado errado o que se ouve é: 'o Zé Alencar? Já ouvi falar nele, mas não conheço'." Então, o camarada está morto. Morreu ainda em vida, como ele conta.

Rindo, o vice-presidente, que era senador e pretende encarar as urnas novamente, garante que não vai morrer nunca. Ficarão as lembranças. A ampla sala onde ele passa boa parte do tempo também é cheia de memórias. Réplicas de caças e navios do tempo que comandou o Ministério da Defesa, artesanatos do seu estado e presentes, como a imagem de Nossa Senhora, não o deixam esquecer o carinho e a comoção que sua doença causou pelo país afora. Alencar poupa pedidos. Só quer mesmo "humildade" e, depois de meia hora de conversa, "um bom café". Em compensação, agradece. "É um milagre o que está acontecendo comigo".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já disse que a história de vida de vocês é parecida. O senhor concorda?

É uma semelhança distante, porque ele é o presidente da República e eu ainda não cheguei lá. A diferença é grande. A nossa história também. O Lula é nascido no interior de Pernambuco e veio para o sul numa dificuldade muito séria. Ele veio trabalhar muito cedo na Região do ABC de São Paulo. Eu sai de casa aos 13 anos para trabalhar na cidade como empregado e isso pode ter alguma semelhança. Minha vida é muito mais modesta.

A batalha contra o câncer o transformou num exemplo para muita gente. Como o senhor lida com essa situação?

Ninguém tem nada a ver com o câncer do Zé Alencar, mas tem com o do vice-presidente. Porque o homem público não se pertence. Tem o dever de ser transparente. O povo fala: "O Zé Alencar foi operado durante 18 horas. É muita coragem". Mas que coragem? Se os médicos falaram que tem de operar, acabou. É uma decisão tranquila. "Ah, mas na operação corre risco." Mas em tudo secorre risco. A vida é um risco. Que coragem é essa se não tenho alternativa# O caminho é único. Coragem era dizer não. As pessoas têm sido generosas. Fico preocupado porque não sei se mereço tudo isso que está acontecendo. Tenho que pedir a Deus: humildade, humildade e humildade, para que isso não me suba à cabeça e eu fique pensando que sou o tal. Deixo que Deus decida. Basta rezar o Pai-Nosso, porque tem um trecho que diz "seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu", que significa em qualquer circunstância, em qualquer lugar, seja feita a vossa vontade.

Tem recebido muitas manifestações de apoio?

São cartas, visitas... É uma coisa extraordinária. Pessoas que falam "meu irmão estava assim, minha filha também e o senhor foi decisivo porque deu coragem e agora ela está indo bem". O pensamento positivo ajuda. O negativismo não é bom. Mas isso eu não sou. E não é por causa do problema de saúde não. Sempre fui assim. O câncer voltou? Papai já ensinava, o desespero não ajuda. Tem que ter serenidade. Oque pode ser feito agora? Então, vamos fazer. Fui operado 15 vezes na minha vida.

Em setembro, o senhor chegou a dizer que estava cansado. Qual é o quadro atual da doença ?

Melhorei muito. Retomei a quimioterapia clássica com aquele coquetel de medicamentos e 50 dias depois foram feitos os primeiros exames. Houve redução de 30% no tamanho deles. Foi um negócio dentro do hospital. Todos se reuniram para entender aquilo. O exame também não mostrou nenhum outro ponto de volta dos antigos. O sarcoma de tecido mole, para usar o termo médico, dá na gordura ou no músculo. Não há muita metástase nesse tipo. O que acontece é que ele volta. A partir de julho de 2006, foram oito operações. Só neste ano, três. E outras sete depois de 1997, quando descobri. Naquele ano, perdi um rim e três quartos do estômago. Mas Deus tem me dado muita força. Porque o tratamento não é fácil. Provoca efeitos colaterais que, aí sim, você adoece. O câncer não tem sintoma, o efeito colateral tem. Se tiver perseverança, fé em Deus, maturidade, serenidade e paciência, você passa por isso.

O senhor acredita que manter o ritmo de trabalho foi decisivo ?

Foi. Já houve quem dissesse que a maior recompensa do trabalho é o trabalho. Não há ninguém que possa afirmar mais isso do que eu. Se não tivesse o que fazer, teria sido pior. Tendo o que fazer, não podia me entregar e não me entreguei hora nenhuma. Entreguei-me a Deus, mas isso é outra coisa. Não é entregar meu corpo, parar e ficar desanimado, encostado. Isso eu não fiz.

E como a sua família lida com essa decisão ?

Eles não gostam de política. Nunca quiseram que eu entrasse na política, mas o que se há de fazer.

O senhor será candidato ao Senado no próximo ano?

Se Deus me curar, levo meu nome a uma disputa para um cargo no Legislativo. Não penso no Executivo porque tenho 78 anos. No fim das eleições, já terei 79. Acho que posso ser muito útil, levando minha experiência muito grande do setor privado, do sindicato patronal, de senador e de vice-presidente. Portanto, posso dar uma grande contribuição. Até para merecer esse apoio que tenho recebido. Mas só me candidato se estiver curado, porque considero até uma desonestidade apresentar um nome, ser eleito, sabendo que posso não exercer o mandato.

O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), tem dito que não vai ser vice do Serra. Qual a opinião do senhor a respeito?

Política é dinâmica. Nenhum de nós pode dizer com absoluta segurança o que vai acontecer amanhã. As coisas acontecem independentemente da vontade da gente. Podem acontecer para favorecer uma candidatura ou para desaconselhá-la, mas temos que esperar o tempo passar.

Qual o caminho o senhor acha que o governador deveria tomar?

Qualquer caminho que o Aécio tomar deve ser um caminho muito bem orientado. Costumo dizer que conheço ele antes de ele nascer, porque os dois avôs - materno e paterno - foram dois grandes homens públicos. São pessoas que o credenciam. Qualquer tomada de decisão do Aécio deve ser respeitada porque ele é muito bem orientado pelo espírito desses dois homens públicos que foram os avôs dele. Os seus ancestrais devem lhe dar bons conselhos. Então, quem sou eu para dizer alguma coisa?

Mas ficou surpreso com a retirada da candidatura dele à Presidência da República?

A gente ainda não pode fazer uma avaliação porque as coisas estão por acontecer. Ninguém toma qualquer decisão, assim peremptória, muito antes numa campanha eleitoral. Tem muita água para passar. Ninguém pode afirmar, por exemplo, que o Serra será o candidato. Ele possui um pássaro na mão gigantesco, que é uma candidatura à reeleicão de São Paulo, e ele sabe disso. Está consciente e vai depender do andar da carruagem. Como dizia Neném Prancha: "Em sendo redonda a bola, tudo pode acontecer".

Como o senhor está vendo a indicação do vice na chapa da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff?
Também está cedo. O caso de um candidato de um partido, seja ele qual for, pressupõe uma aliança nacional e, aí, é preciso consultar o interesse em todos os estados. Porque há determinados lugares em que os líderes são contra a aliança. Não porque sejam contra o candidato, mas é que a aliança não o ajuda nas eleições de seu estado. É hora de paciência.

Outra candidata à Presidência, a senadora Marina Silva (PV-AC), está tentando fazer uma aliança com empresários, assim como o presidente Lula fez. O que o senhor acha desta chapa a ser formada?

Sou suspeito para falar da Marina porque fomos colegas no Senado e ela sempre me prestigiou muito nas minhas colocações e vice-versa. Nós somos amigos e tenho o maior apreço por ela, que é uma mulher muito séria e de uma origem muito humilde. Cresceu, estudou e é uma moça preparada, dedicada, um colosso. Acho que o Brasil está de parabéns. Desta vez, tem muitos bons candidatos.

E como fica o quadro dos aliados do presidente Lula em Minas?

O palanque tem que ser inteligível. As alianças que estão ali têm que ter sentido. O ruim numa campanha é quando o eleitor não entende. Havendo uma aliança do PMDB com o PT, alcançará Minas.

O presidente Lula vai cuidar disso pessoalmente?

Vai. Quem preside a eleição é ele. Não é nem o candidato. E se você puder ter um cenário parecido no nacional e nos estados, ajuda muito. Há estados com muita complicação. Em outros, essas alianças são naturais porque as pessoas que participam da eleições são aliadas.

Qual o quadro em Minas?

Há possibilidade de um acordo porque há uma amizade grande de todos. Você pode ter dois candidatos apoiando a mesma candidatura na esfera nacional ou um só. Mas tem que haver desprendimento. Há lugar para todo mundo.

Não podemos terminar a entrevista sem falar de economia. Será o grande cabo eleitoral da ministra Dilma?

A economia vai muito bem. Então, será sim. Mas não graças à política monetária. Vai bem graças à responsabilidade fiscal, aos investimentos que são objeto de estímulo e às políticas anticíclicas para combater a crise. A economia vai bem apesar da política monetária. A rubrica mais pesada é relativa aos juros com que rolamos nossa dívida, e eles provocaram um desequilíbrio no nosso Orçamento. Ogrande vilão foram as taxas altas de juros. Me refiro à Selic, que vai levar R$ 1,2 trilhão dos cofres públicos. É um abuso.

Qual o desafio do próximo presidente?

Dar prosseguimento ao trabalho do presidente Lula no concerto internacional. Pode separar antes e depois do Lula. Em toda parte que você vai, a pergunta não é mais sobre o Pelé, de quem temos orgulho. O Brasil é conhecido como um país que dá exemplo. Lula surpreendeu em quase tudo. A mim, nesse trabalho admirável que ele faz lá fora. É um colosso. A liderança e a personalidade dele são admiráveis. Para conversar com a Rainha, no Palácio de Buckingham, ele conversa de igual para igual. Eu falei: "Lula, você fez mal. Na hora que cumprimentou a rainha, você bateu na barriga dela". E ele falou assim : "Ela é minha chapa". Eles gostam demais dele. Outra coisa, ele não tem complexo. Fala em português mesmo e eles que se danem. Tem um tradutor que explica. Sujeito pegou uma parte, não pegou, ele sai. Não fala nenhuma palavra em inglês e também não entende. Fala o português desembaraçado e eles se viram para traduzir.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

ENQUANTO A IMPRENSA BRASILEIRA FALA MAL DE LULA...

Le Monde elege Lula " o homem do ano de 2009"


O jornal francês Le Monde escolheu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como "o homem do ano de 2009", na primeira vez em que o prestigiado diário de Paris decidiu fazer esse tipo de indicação. Para justificar sua escolha, o Monde afirma que apontou "uma personalidade cuja ação e a notoriedade adquiriram uma notoriedade internacional". Veja a íntegra do artigo publicado nesta quinta-feira (24), assinado por Eric Fottorino, editor do jornal.



Lula: a legenda do Monde destaca o 'Nossa Casa'


Pela primeira vez em sua história, Le Monde decidiu escolher a personalidade do ano. "Sua" personalidade do ano.

O exercício poderia parecer aleatório ou gratuito. Quem distinguir? Por quais critérios? Como se diferenciar dos grandes e prestigiosos confrades estrangeiros, como o semanário americano Time, que há anos nos precede elegendo sua "person of the year"?

Nosso debate pôs em evidência portanto aquilo que nos reúne sob a bandeira do Monde. Pois, há 65 anos, o título de nosso jornal é um convite ao olhar planetário, escolhemos uma personalidade cuja ação e a notoriedade adquiriram uma notoriedade internacional.

Desejosos de escapar das escolhas obrigatórias que poderiam nos inclinar para o preidente dos Estados Unidos, Barack Obama (porém ele foi mais o homem de 2008 que o de 2009), descartamos também as personalidads "negativas", ainda que sua ação seja determinante na nova configuração mundial: Vladimir Putin e sua tentação-tentativa de reconstituir o império soviético; Mahmoud Ahmadinejad, que em cada palavra e cada ato faz um desafio ao Ocidente.

Desde sua criação, Le Monde, marcado pelo espírito de análise de seu fundador, Hubert Beuve-Méry, deseja ser um jornal de (re)construção, se não de esperança: ele veicula, à sua maneira, uma parte do positivismo de Augusto Comte, toma posição e partido pelos homens de boa vontade.

Eis porque, para esta primeira escolha, que desejamos renovar a cada ano daqui por diante, nossa escolha de razão e coração recaiu sobre o presidente brasileiro, Luis Inácio Lula da Silva, mais conhecido pelo simples apelido de Lula.

Por sua trajetória singular de antigo sindicalista, pelo sucesso à frente de um país tão complexo como o Brasil, por seu empenho no desenvolvimento econômico, pela luta contra as desigualdades e a defesa do meio ambiente, Lula pareceu-nos bem merecedor... do mundo.

Fonte: Portal Vermelho

Salário mínimo com Lula é o maior em 3 décadas; como há 50 anos, a UDN não quer o aumento

Os corvos tramavam contra o salário mínimo de Vargas; são os mesmo que reclamam agora de Lula

Por Rodrigo Vianna

No início de 1954, Jango (que era, então, o Ministro do Trabalho de Getúlio Vargas) propôs aumento de 100% para o salário mínimo.

A UDN (partido da direita, forte entre as classes médias no Rio e em São Paulo) se agitou. Os militares também se agitaram: como podia um operário ganhar tanto quanto um tenente? A pressão foi tanta que Jango perdeu o cargo. Alguns meses depois, sob acusações de todos os lados, Vargas perderia a vida, metendo uma bala no peito.

Veja o que o site da FGV informa sobre o episódio do salário mínimo - http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/artigos/NoGovernoGV/Salario_minimo_e_saida_do_ministerio_do_trabalho:

“Os principais lances da crise são úteis para se dimensionar o montante da articulação oposicionista, e que se concluiria com o episódio do suicídio de Vargas, em agosto do mesmo ano. O ministro da Fazenda, Oswaldo Aranha manifestou sua total contrariedade à proposta, secundado pelos membros da "banda de música" da União Democrática Nacional (UDN) – parlamentares que faziam muito barulho no Parlamento, sempre atacando Vargas. As acusações não eram novas, mas ganhavam virulência ante o desmedido da proposta em causa. Jango era um "manipulador da classe operária", "um estimulador de greves", "um amigo dos comunistas", que tinha como plano a implantação, naturalmente com o assentimento de Vargas, de uma "república sindicalista" no Brasil. Alimentando tais ataques havia um outro. O de que Vargas mantinha conversações secretas com Juan Perón, presidente da Argentina, no sentido da formação do chamado Pacto ABC – Argentina, Brasil, Chile – com evidentes contornos anti-americanos e tendências "socializantes". Uma mistura explosiva de má condução da política interna e externa, capaz de justificar até mesmo um pedido de impedimento do presidente.”

Alguma semelhança com as acusações contra Lula?

Lula – hoje - é acusado de conduzir uma política de integração com viés anti-EUA. A mesma acusação que pesava contra Vargas. Com relação ao mínimo, situação idêntica.

A UDN continua onde sempre esteve. A UDN – hoje, como há 55 anos - não quer aumento de salário mínimo: R$ 510 é a proposta de Lula para 2010.

Ainda zonzo, depois de uma viagem de 14 horas de carro (entre São Paulo e Florianópolis), eu tomava café no hotel agora cedo, e assistia ao “Bom (?) Dia, Brasil”. Alexandre Garcia desfilava ironia (ele se acha engraçado) diante da proposta de aumento. Frisava que isso vai ocorrer em “ano eleitoral”. A UDN não quer pobre ganhando mais. Ainda mais em ano eleitoral.
Isso fere os brios da UDN.

Verdade que a UDN que depende de voto (PSDB e DEM) não pode berrar contra o salário mínimo de R$ 510. Aí, sobra para o partido da imprensa.

A banda de música do Alexandre Garcia esqueceu de informar ao dileto público que a política de reajuste ao salário mínimo não depende só de “canetada” do presidente em ano eleitoral. Não. O governo Lula adotou uma política consistente (e permanente) de recuperação do mínimo. Reajuste real é concedido, sempre, com base no crescimento do PIB de dois anos antes. Lula tem meta para o mínimo. A UDN demotucana só tinha meta para inflação. Fazer o que... E ainda dizem que Lula “tem sorte”. He, He.

Não é sorte. São escolhas.

A política de Lula é muito mais consistente do que a canetada de Jango. É consistente. Isso apavora a UDN e sua banda de música na Globo.

Não é só o despeito com o pobre que ganha mais. É todo um ideário liberal que afunda.

Durante 15 anos, como repórter, cansei de entrevistar “consultores” e “economistas” que defendiam: o Brasil precisa fazer a “lição de casa”. Os anos 90 foram assim: “lição de casa”! Eu tinha engulhos a cada vez que ouvia essa expressão. Perdi a conta de quantas vezes isso foi ao ar na TV brasileira – como uma pobre metáfora de nossa subserviência...

A turma da “lição de casa” pregava: “superávit primário”, “controle dos gastos públicos”, “autonomia do Banco Central” (como se o BC fosse uma instituição acima do governo, quando ele é mantido com nossos impostos, e deve estar subordinado ao governo de turno) etc etc etc.

Isso tudo virou lixo depois da crise de 2008.

No primeiro mandato, Lula ampliou um pouco os gastos sociais (“esmola”, diziam), mas manteve a ortodoxia na economia.

No segundo mandato, livre de Paloccci, o governo ampliou sua atuação como indutor do desenvolvimento. Mantega conduz uma política livre das amarras da turma da “lição de casa”.

Hoje mesmo, véspera de Natal, Mantega está nos jornais a dizer que Banco Central não precisa ser autônomo, coisa nenhuma!

A turma da “lição de casa” não gosta disso.

A turma da “lição de casa” não gosta de Keynes. O sábio economista dizia (groso modo, perdoem minha simplificação) que a equação da economia se resolve quase sempre pela demanda, não pela oferta. Se há crise, estimule-se a demanda, e a roda volta a girar.

Foi o que Mantega fez em 2008 – com isenção fiscal para carros, linha branca etc. Lula também pediu aos pobres que seguissem comprando. E deu certo.

Deu certo porque Lula havia criado as bases de um imenso mercado interno de consumo: “bolsa-família”, salário mínimo com ganho real, reajuste para funcionalismo...

Tudo isso contraria a cartilha da “lição de casa”.

Vejam: o governo (com Mantega, no meio da crise) adotou políticas de isenção de impostos (“populismo” berraram alguns colunistas), e ainda assim a arrecadação voltou a crescer. Número de novembro indica aumento de 26% em relação a novembro de 2008 - http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u670008.shtml.

A turma que torce pela “deterioração das contas públicas” não deve estar entendendo nada.

Lula fingiu adotar a política fernandista. Mas superou essa política, sem alarde.

Lula fez o que Celso Furtado e Maria da Conceição Tavares pregaram durante anos e anos! Lula construiu um mercado interno de verdade.

Serra – que não é tonto, e não é um “liberalóide” radical – sabe que não pode fazer campanha pregando “controle dos gastos públicos”. Isso servia para enganar a turma nos anos 90. O Brasil mudou. E o Serra sabe disso. Mas o Alexandre Garcia (com a turma mais tosca da UDN) não sabe.

Nem Obama mais acredita na doutrina liberal. Obama salvou a GM e alguns bancos com grana pública. Obama não fez a “lição de casa”?

Só a banda de música (na Globo e em alguns jornais) ainda segue a velha cartilha. É o passado, que se recusa a passar.

O passado será atropelado pelos fatos.

Ainda mais quando lemos que – com o reajuste para R$ 510 – o mínimo vai atingir o maior patamar em quase 3 décadas.

Lula colocou o capitalismo brasileiro em novo patamar. Os toscos capitalistas (ou aqueles que pensam representar os capitalistas, nas telas e nos jornais) não perceberam.

Dessa vez, a UDN vai ficar falando sozinha.

O suicídio dessa vez virá do outro lado. É a UDN que vai meter uma bala no peito se continuar se recusando a enxergar a realidade.

Azar da UDN.

PTB e PSD – se tiverem juízo – seguirão juntos, isolando a direita e mantendo o Brasil na rota do crescimento. Isso apesar de todos os problemas e insuficiências do governo Lula. É preciso – sim – fazer a crítica do governo Lula, pela esquerda. Mas sempre reconhecendo seus avanços.

Tudo leva a crer que Lula não vai se igualar a Getúlio. Não. Vai é superá-lo. Sem golpe, sem bala no peito. Tudo no voto.

É demais para a UDN. Coitadinha...

Fonte: http://www.rodrigovianna.com.br/

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Novo mínimo põe mais R$ 26,6 bi na economia

Autor(es): Cleide Silva O Estado de S. Paulo - 23/12/2009


O aumento para R$ 510 no valor do salário mínimo a partir de janeiro, se confirmado, representará um incremento de renda na economia de R$ 26,6 bilhões ao longo de 2010, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Paralelamente, significará um custo adicional de R$ 10,8 bilhões á Previdência.



Com o aumento real de 5,87% previsto para o mês que vem, o salário mínimo acumulará ganho real (descontado a inflação) de 53,46% durante o governo Lula. Quando ele assumiu, em 2003, o mínimo estava em R$ 200. Se a atual política de reajuste for mantida, daqui a dez anos o valor estimado será o equivalente hoje a R$ 850, calcula Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese.



"É fundamental que seja mantida a atual política de reajuste do mínimo", afirma Lúcio, que fez os cálculos com base em um crescimento médio da economia de 5% ao ano daqui para frente.



Segundo cálculos do Dieese, com o novo salário será possível adquirir o equivalente a 2,17 cestas básicas, a maior relação na série das médias anuais desse comparativo em 30 anos.



O salário mínimo em vigor compra o equivalente a 2 cestas básicas. Em 1995, primeiro ano pós Plano Real, a relação era de 1,02 cesta. "O reajuste do mínimo e a política de redução do preço da cesta básica aumentam o poder de compra", constata Lúcio.


Francisco Pessoa, economista da LCA Consultores, considera "fortíssimo" o aumento real de 53,46% desde 2002, período em que a inflação acumulada medida pelo INPC ficou em 66,16%. "A maioria dos salários não indexados ao mínimo certamente não subiu na mesma proporção", afirma.



O Dieese calcula que 46,1 milhões de pessoas tenham rendimento vinculado ao salário mínimo. Levando-se em conta a série histórica do salário mínimo e atualizando os valores médios anuais em reais, o valor de R$ 510 é o maior desde 1986, quando o mínimo equivalia a R$ 520.



A preocupação maior será com a Previdência, analisa Pessoa, que avalia em 18,5 milhões o número de aposentados e pensionistas com rendimentos vinculados ao mínimo.



Outro impacto negativo, lembra Pessoa, deve ocorrer nas prefeituras e Estados mais pobres, onde a maioria dos servidores recebe salário mínimo. O reajuste terá reflexo maior nas finanças públicas, o que pode resultar em redução de investimentos em ativos como escolas e hospitais públicos.

Lula entrega mais 608 apartamentos em favelas do Rio

Jornal do Brasil - 23/12/2009

RIO DE JANEIRO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou nesta terça-feira o conjunto habitacional Itaoca, no Complexo do Alemão (Zona Norte). A construção integra as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na comunidade, que terá investimentos de R$ 623 milhões.

Somente no conjunto Itaoca, que conta com 192 apartamentos de dois quartos, sala, cozinha e banheiro – além de um computador em cada um com internet gratuira – foram aplicados R$ 10,2 milhões.

O presidente chegou acompanhado da ministra-chefe da Casa civil, Dilma Rousseff, do governador do Rio, Sergio Cabral, e do prefeito Eduardo Paes. Cercado pelos moradores da comunidade, Lula destacou que as obras são fruto de uma parceria entre as três esferas de governo e que vão continuar:

– Quando presidente, governador e prefeito tranalham juntos as coisas andam na velocidade de um fórmula 1 e não de fusquinha.

Lula afirmou que a Copa do Mundo de 2016 não terá problemas de segurança:

– Esse povo aqui é apaixonado por futebol. Quem vier para cá vai viver tranquilamente a melhor Copa do Mundo. (...) E nós vamos trabalhar para cuidar da segurança.

O governador Sérgio Cabral também destacou os benefícios das obras do PAC e anunciou que a população local, em breve, vai contar com uma universidade pública.

Para a professora Neide Lima, que vive no Alemão há cerca de 30 anos, elogiou a construção de moradias, mas lembrou outros problemas

– Temos que ir a um hospital longe e muitas vezes dormir na fila. E sem saúde, sem moradia com condições mínimas e sem emprego a violência aumenta.

Em Manguinhos, também com Cabral, Paes e os ministros da Igualdade Racial, Edson Santos, e das Cidades, Márcio Fortes, Lula inaugurou um conjunto habitacional com 416 apartamentos.

O investimento foi de R$ 53,2 milhões. Os prédios de quatro andares vão abrigar cerca de 2 mil pessoas. Funcionarão ali centros de geração de renda, de apoio jurídico e de referência da juventude, com investimentos de R$ 14,7 milhões.

Também foi construída uma biblioteca com salas climatizadas e informatizadas, ao valor de R$ 4,9 milhões, que receberá mais R$ 3,7 milhões para compra de equipamentos.

Os moradores do conjunto habitacional ganharam ainda uma rede gratuita de internet sem fio. No total, segundo dados do Ministério das Cidades, estão sendo investidos R$ 368 milhões em obras do PAC em Manguinhos. Em todo o estado do Rio, são R$ 6,2 bilhões. (Com Agência Brasil)

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Lula é povo e o povo é Lula

Jaques Wagner (PT) lidera na Bahia

Datafolha eleições - 2010

Jaques Wagner (PT) lidera disputa pelo governo do estado


O atual governador do Estado da Bahia, Jaques Wagner (PT) lidera as quatro situações de voto para governador, apresentadas aos moradores do estado da Bahia, com vantagem que varia de quinze a vinte e nove pontos percentuais sobre o segundo colocado. É o que revela pesquisa Datafolha realizada entre os dias 14 e 18 de dezembro de 2009, com 1.055 brasileiros de 16 anos ou mais, residentes no Estado da Bahia. A margem de erro para o total da amostra é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro de um intervalo de confiança de 95%.(Veja na íntegra).







Fonte: http://datafolha.folha.uol.com.br/po/ver_po.php?session=926

Discurso de Lula durante o Prêmio Brasil Olímpico 2009



http://video.globo.com/Videos/Player/Esportes/0,,GIM1179812-7824-LULA+RELEMBRA+COM+HUMOR+O+DIA+DA+ESCOLHA+DO+RIO+PARA+SEDE+DOS+JOGOS+DE,00.html

A outra face do poder


Por Delfim Netto


Duas circunstâncias em que os fados estiveram fortemente empenhados em ajudar e uma terceira na qual deu extraordinária demonstração de competência explicam por que o presidente Lula entra no último ano de seu segundo mandato no auge do prestígio planetário e com índices domésticos de aprovação inebriantes.

É o sucesso da economia que elevou o seu governo ao patamar de popularidade que tanto perturba o raciocínio dos partidos da oposição. Eles têm realmente motivos de angústia, quando vai se consolidando a expectativa de que a economia não vai crescer menos do que 5% (com risco de pular além de 6%) no ano das eleições gerais que vão desenhar a nova face do poder nacional.

Antes da crise das finanças mundiais, ainda era aceitável o argumento de que tudo dependeu de sorte. O Brasil foi empurrado pelo vento de cauda proporcionado pela rápida expansão da economia mundial a partir de 2002, que elevou os preços das exportações agrícolas e dos minérios. Isso permitiu eliminar a restrição externa em seis anos, graças ao aumento do valor dos saldos do comércio (sem fazer nenhum esforço exportador e com uma política cambial deplorável).

Tudo bem que se tratou de um bônus que recebemos do exterior, mas o resultado só aconteceu porque nossa agricultura soube responder ao aumento da demanda mundial, graças aos enormes ganhos de produtividade proporcionados pelas pesquisas da Embrapa e à disposição dos empresários do setor. Foi o trabalho do nosso agropecuarista, mais a perseverança do governo na melhora da política agrícola e das pesquisas, que permitiu ao Brasil aproveitar “a maré de sorte que acompanha Lula”...

Da mesma forma, no caso das exportações de minérios, não há por que atribuir aos fados o sucesso brasileiro, porque nos preparamos durante muitos anos para atender ao aumento da demanda mundial. E o fizemos com eficiência, de sorte a bater os competidores na hora de saciar a gula chinesa, sem faltar aos demais clientes.

O segundo bônus que recebemos nesse período abençoado dos deuses é a descoberta do pré-sal: a confirmação da existência das enormes reservas de petróleo submarino, ao alcance de nossa capacidade de extração. O significado disso é simplesmente poder garantir que o Brasil se libertou da dupla ameaça ao seu desenvolvimento: o suprimento de energia e as interrupções causadas pelas crises do balanço de pagamentos.

A terceira circunstância a que me referi no início foi a forma como o governo (e particularmente o presidente Lula) deu a volta por cima na crise financeira, surpreendendo o mundo (e o próprio Brasil) pela rapidez com que a nossa economia se livrou da recessão. Diante da tempestade que varreu os mercados de trabalho e impediu o crescimento da economia mundial, a performance brasileira foi altamente competente, extraordinária, mesmo. A principal façanha foi que se evitou no Brasil a tragédia do desemprego nos termos em que ela atingiu os demais países.

Num ano em que fábricas fecharam e milhões de postos de trabalho foram suprimidos nos países industrializados (sem poupar os emergentes), o Brasil fez a diferença. O acerto das políticas do governo reduziu ao mínimo o período recessivo, ao estimular a produção e facilitar o crédito ao consumo. O apelo direto do presidente convenceu o trabalhador de que, se ele não parasse de consumir, seu emprego estaria mais garantido. Funcionou. O brasileiro não parou de comprar e hoje o emprego retornou praticamente aos níveis em que se encontrava antes da crise. Esta foi a ação decisiva. Na medida em que se manteve o ritmo do emprego, sustentou-se o salário real, que é o que garante a demanda privada interna e ajuda a manter o nível de renda.

A economia brasileira chega ao fim do ano com um PIB ligeiramente positivo em relação a 2008 (que foi de grande crescimento) e, mais importante, com uma expansão já contratada de 5%, no mínimo, para 2010. Adquirimos musculatura para um crescimento maior e estável nos próximos anos, com inflação controlada e um nível bastante confortável de reservas (239,5 bilhões de dólares em 1º de dezembro de 2009).

Há tensões que precisarão ser administradas com mais sabedoria durante este ano eleitoral, quando o governo terá de reduzir a sua demanda para permitir que a demanda privada volte ao papel que cumpria anteriormente. E não pode retardar mais as ações capazes de fazer voltar o câmbio a níveis de equilíbrio, de sorte a impedir a destruição do setor industrial exportador, que já está se processando.

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=2&a2=5&i=5747

Para Dilma a proposta dos EUA é ridícula

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) classificou nesta segunda-feira (21) Climacomo "ridícula" a proposta norte-americana de destinar US$ 30 bilhões nos próximos três anos para que os países em desenvolvimento possam combater os efeitos das mudanças climáticas no planeta.

O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou na semana passada que o acordo entre seu país, China, Índia e a África do Sul vai proporcionar US$ 30 bilhões ao longo dos próximo três anos aos países em desenvolvimento.

A proposta indica que os Estados Unidos vão contribuir com US$ 3,6 bilhões no período de três anos, de 2010 até 2012. No mesmo período, o Japão vai contribuir com US$ 11 bilhões e, a União Europeia, com US$ 10,6 bilhões.

"Esse dinheiro é absolutamente ridículo para as necessidades dos países em desenvolvimento", afirmou a ministra, em coletiva, no Rio.

Ela acrescentou que o Brasil vai manter, "aconteça o que acontecer", a meta de redução de emissões traçada para o futuro próximo. Segundo ela, o país prevê emitir entre 36% e 39% menos do total que foi lançado em 2005.

Fonte: PT

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Pesquisa Datafolha - espontânea: Dilma 12% x Serra 8%

Do Escrevinhador

Voto espontâneo: o número que atormenta Serra

(...)

A dez meses da eleição, qual o número mais importante numa pesquisa? Aquele que indica a intenção espontânea de voto.

Vocês prestaram atenção ao voto espontâne no último "DataFolha"? Talvez, não. Até porque os números ficaram escondidos. Eu só achei no blog do Fernando Rodrigues (que, apesar de trabalhar na "Folha", não briga com os fatos) - http://uolpolitica.blog.uol.com.br/.

(...)


Volto eu.

Deixem Lula de lado, provisioriamente.

Reparem que - mesmo assim - a soma de votos em "Dilma", no "candidato do PT" e no "candidato do Lula" bate em 12%.

Serra tem 8%. Se somarmos os votos em "Aécio" e "Alckmin", teríamos os mesmos 12%.

Serra é o líder na pesquisa estimulada. Mas na espontânea ele patina.

Tudo isso sem levar em conta que Lula hoje teria 20% dos votos!

Hoje, esse é o número que atormenta Serra. E pode fazer com que ele desista da candidatura presidencial. Ainda mais sabendo que, se perder para Dilma, Alckmin (ou Ciro, com apoio do PT) pode asumir o governo paulista.

Seria o fim para ele.

Serra só será candidato se tiver coragem para desafiar o destino. Pra ele,é tudo ou nada.

Os números indicam que há grande chance de a liderança de Serra se esfarelar. "Tudo" pode virar "nada" antes de a Copa do Mundo chegar.

Quem conhece Serra sabe que ele não é dado a correr esses riscos.

Veremos em breve.

Aécio pode ser chamado de volta em março. E ainda há FHC, a espreitar o Brasil de algum lugar do passado. Quem sabe ele não se anima a empunhar a bandeira tucana, se Serra também desistir. Seria divertido...

Aliás, pergunta: FHC não é citado na pesquisa? Teve menos de1%? Ou ficou embolado com Eymael ali entre os "outros"?

(Leia na íntegra aqui)

Concursos: confira 5,5 mil vagas com salários de até R$ 19 mil

Do Portal Terra


Inscrições para concursos públicos promovidos em todas as regiões do País oferecem cerca de 5,5 mil vagas, com salários até R$ 19 mil. Há oportunidades para profissionais que possuam desde apenas o ensino fundamental até o superior.


O Terra selecionou 11 processos seletivos que têm inscrições abertas e informa, além da remuneração e número de vagas, requisitos, prazo e local para inscrição.


» Confira a relação dos concursos públicos ( Aqui )


Fonte: http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=200912211130_RED_78626591


domingo, 20 de dezembro de 2009

LULA, do discurso na COP 15
















"...não pensem que estão dando uma esmola, porque o dinheiro que vai ser colocado na mesa é o pagamento pela emissão de gás de efeito estufa feita durante dois séculos, por quem teve o privilégio de se industrializar primeiro; não é uma barganha de quem tem dinheiro e quem não tem dinheiro. É um compromisso mais sério."


(Presidente Lula, em discurso de improviso na COP 15, na 6º feira, dia 18, quando foi aplaudido quatro vezes, em 15 minutos, ao criticar os países ricos)

Sobre a pesquisa Datafolha

Blog Os Amigos do Presidente Lula


Datafolha deixa Serra em pânico


Pesquisa há 10 meses das eleições, é bastante imprecisa, e nem sequer pode ser encarada como um retrato real do momento (pois o momento não é o da eleição). As pesquisas honestas são úteis para aferir tendências, e orientar rumos. Para por aí.

O Datafolha é do grupo Folha, Paulista, demo-tucano até o pescoço, a ponto de publicar uma ficha falsa de Dilma. Então se a pesquisa não foi manipulada já está bom demais para Dilma. Se foi manipulada, a coisa está muito mais feia para Serra do que é divulgado. Mas vamos as tendências.

Dois números são de causar pânico em José Serra:

1) Dilma 18% x 8% Serra, na espontânea

A pesquisa espontânea é aquela em que o pesquisado apenas é perguntado em quem irá votar, sem apresentar nenhum nome à pessoa.

Por isso é considerada a pesquisa mais importante, longe das eleições. Quem responde, quase sempre, é porque está decidido em votar naquele nome. É a escolha do eleitor, e não um "X" numa lista de múltipla escolha. A pesquisa espontânea é o voto cristalizado, que dificilmente mudará.

Na espontânea responderam:

- Lula: 20%
- Dilma: 8%
- Serra: 8%
- Aécio: 3%
- Candidato indicado pelo Lula: 3

Serra e Dilma já aparecem empatados, e muita gente ainda diz que prefere votar em Lula, ignorando o fato de que ele não será candidato.

Além disso, ao somarmos os 3% de "Candidato indicado pelo Lula" aos 8% de Dilma, são 11% dela contra 8% de Serra.

Se essa vantagem já é preocupante para Serra, a coisa piora quando o eleitor é perguntado: "E excluindo Lula, já que ele não será candidato?"

- Dilma: 10%
- Serra: 8%
- "Candidato do Lula": 8%

Muitos eleitores não respondem Dilma, porque ainda não sabem que é ela a candidata de Lula, então a soma dá 18% para Dilma e 8% para Serra. Este é o verdadeiro voto cristalizado, do eleitor que dificilmente mudará seu voto. É claro que ainda tem 74% de votos não cristalizados em disputa. Mas a vantagem na largada já está muito melhor para Dilma.

Qualquer pessoa que entende de pesquisa, sabe que qualitativamente essa situação é muito, mas muito boa para Dilma, e muito ruim para Serra.

2) Em São Paulo Serra só tem 47%

Agora os números são na pesquisa induzida.

São Paulo, que é o quartel general de Serra, onde ele nasceu e disputou todas as eleições, onde ele detém a máquina estadual e municipal (através de seu pupilo Kassab), detém o apoio de toda a imprensa local, só tem 47% de intenção de votos.

Vai ser ruim de povo assim, até lá na mooca!!!

Dilma, que não é paulista, é mineira e teve boa parte de sua vida profissional no Rio Grande do Sul, nunca disputou nenhuma eleição em São Paulo, é novata para o eleitorado, já tem 18% das intenções de voto dos paulistas.

47% é muito pouco para Serra em São Paulo. Um governador presidenciável com alta aprovação teria acima de 60%, no mínimo. O número é preocupante até para o plano B de Serra: tentar a reeleição como governador.

Há outros números na pesquisa que animam Dilma e causam pânico em Serra: na Bahia (o quarto maior eleitorado do Brasil) Dilma é confirmada na frente, com 34% contra 30% de Serra.

A Folha não divulgou os números detalhados de Estados com grande eleitorado, como Minas Gerais e Rio de Janeiro. Seria interessante sabermos a evolução dos números.

Também não divulgou a situação no Rio Grande do Sul, onde Serra conta com o apoio de Yeda Crusius (PSDB/RS). Também não divulgou no Distrito Federal, se limitando a informar que a rejeição à Serra disparou após o mensalão do DEM. Há suspeitas que Dilma também já esteja na frente nestes dois estados.

Adeus EUA. Boa-tarde, Brasil!

Anabella Rosemberg, Copenhague, De blog do jornal francês Libération, com tradução de Caia Fittipaldi



É verdade que, sendo eu argentina, o que aqui escrevo parecerá meio esquisito. Paciência. Acabamos de assistir, no quadro da total degringolada das negociações sobre o clima em Copenhague, ao fracasso final de uma superpotência (os EUA) e à vigorosa entrada em cena de uma nação (Brasil) que esperava impaciente para ocupar seu lugar.

Os discursos de Obama e Lula foram muito mais que discursos sobre as questões que se esperava que nossos chefes de Estado devessem resolver em Copenhague. Esses dois discursos, em minha opinião, marcarão para sempre a longa e tortuosa história do declínio do império norte-americano.

Recusar-se a negociar é o primeiro sinal de fraqueza dos “poderosos”. Hoje, Obama não deu qualquer sinal de qualquer flexibilidade possível, nos três temas que pôs sobre a mesa. E isso, depois de ter cuidadosamente evitado assumir que os EUA são os principais responsáveis históricos pela acumulação na atmosfera, de gases de efeito estufa.

Quanto a Lula... tudo é liderança, vontade, desejo, ambição. Evidentemente Lula não é perfeito – mas a questão não é essa. O que interessa é que Lula mostrou aos olhos do mundo que seu país está pronto para jogar o jogo dos grandes, na quadra principal.

Assistimos na 6ª-feira em Copenhague, já disse, ao fracasso de uma superpotência encarquilhada, curvada sobre ela mesma, afogada em instituições anacrônicas, sufocada por lobbies impressionantes, sitiada por mídias que condenam os cidadãos à ignorância e ao medo do próximo, e os fazem sufocar de medo do futuro.

É chegada a hora da potência descomplexada e abertamente ambiciosa e desejante do Presidente Lula. Lula não se assusta ante a tarefa de assumir o comando de um barco quase completamente naufragado.

Acordo de Copenhague é aceito pela ONU, mas não tem unanimidade

Do Blog do Planalto

19 de dezembro de 2009


A 15a. Conferência da ONU sobre Clima terminou oficialmente neste sábado (19/12), com a elaboração do “Acordo de Copenhague” após negociação entre líderes dos países do grupo Basic (Brasil, África do Sul, Índia e China) e dos Estados Unidos e da União Européia, realizada na noite de sexta-feira (18/12). O acordo foi aceito oficialmente pela ONU mas não teve aprovação unânime – em seu anexo haverá lista com os países contrários ao acordo.


O primeiro-ministro dinamarquês Lars Løkke Rasmussen se mostrou satisfeito com desfecho, mas seu otimismo não é compartilhado por outros líderes. O presidente Lula deixou clara sua frustração no discurso que fez na sessão plenária da conferência.


De acordo com o texto, os países ricos se comprometeram a doar US$ 30 bilhões nos próximos três anos (até 2012) para um fundo de luta contra o aquecimento global. O valor é menor do que os US$ 16,6 bilhões anuais que o Brasil deverá gastar para atingir sua meta de redução nas emissões de gases do efeito estufa.


O “Acordo de Copenhague” diz ainda que os países desenvolvidos se comprometeram em cortar 80% de suas emissões até 2050. Já para 2020, eles apresentaram uma proposta de reduzir até 20% das emissões, o que está abaixo do recomendado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que sugere uma redução entre 25% e 40% até 2020.


Principais pontos do Acordo de Copenhague:



  • O acordo é de caráter não vinculativo, mas uma proposta adjunta ao acordo pede para que seja fixado um acordo legalmente vinculante até o fim do próximo ano.


  • Considera o aumento limite de temperatura de dois graus Celsius, porém não especifica qual deve ser o corte de emissões necessário para alcançar essa meta.


  • Estabelece uma contribuição anual de US$ 10 bilhões entre 2010 e 2012 para que os países mais vulneráveis combatam os efeitos da mudança climática, e US$ 100 bilhões anuais a partir de 2020 para a mitigação e adaptação. Parte do dinheiro, US$ 25,2 bilhões, virá de EUA, UE e Japão. Pela proposta apresentada, os EUA vão contribuir com US$ 3,6 bilhões no período de três anos, 2010-12. No mesmo período, o Japão vai contribuir com US$ 11 bilhões e a União Europeia com US$ 10,6 bilhões.


  • O texto do acordo também estabelece que os países deverão providenciar “informações nacionais” sobre de que forma estão combatendo o aquecimento global, por meio de “consultas internacionais e análises feitas sob padrões claramente definidos”.


  • O texto diz: “Os países desenvolvidos deverão promover de maneira adequada (…) recursos financeiros , tecnologia e capacitação para que se implemente a adaptação dos países em desenvolvimento”.


  • Detalhes dos planos de mitigação estão em dois anexos do Acordo de Copenhague, um com os objetivos do mundo desenvolvido e outro com os compromissos voluntários de importantes países em desenvolvimento, como o Brasil.


  • O acordo “reconhece a importância de reduzir as emissões produzidas pelo desmatamento e degradação das florestas” e concorda promover “incentivos positivos” para financiar tais ações com recursos do mundo desenvolvido.


  • Mercado de Carbono: “Decidimos seguir vários enfoques, incluindo as oportunidades de usar is mercados para melhorar a relação custo-rendimento e para promover ações de mitigação.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Lula entusiasmou os poucos otimistas em Copenhague


Críticos elogiam Lula e falam em "decepção" sobre Obama


LÚCIA MÜZELL, do Terra



Direto de Copenhague


Um discursou logo após o outro no plenário da Conferência do Clima de Copenhague, na Dinamarca, mas os resultados das falas dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Barack Obama foram diametralmente opostos nos corredores do Bella Center, onde acontece o evento. Enquanto Lula entusiasmou os poucos otimistas que ainda restam no centro de conferências, Obama foi alvo de críticas e decepcionou os que esperavam que ele pudesse mudar o rumo das negociações na reta final.


As diferenças já puderam ser vistas durante os pronunciamentos: Lula teve quatro vezes o discurso interrompido por aplausos, enquanto Obama nenhuma vez - apesar de as palavras do americano serem as mais aguardado de todo o evento. Ao final dos discursos, mais uma vez as palmas enfáticas para o brasileiro se distanciaram dos aplausos meramente protocolares dispensados ao americano.


"O Lula mandou muito bem e abriu a porta para quem sabe as negociações tomarem outro rumo", disse Paulo Adário, um dos coordenadores do Greenpeace Brasil. Adário elogiou a postura de vanguarda que o Brasil assumiu, ao oferecer contribuição financeira para o Fundo Global de Mudanças Climáticas para os países pobres. "A gente sabe que o Brasil não é mais nenhum Haiti e vínhamos cobrando isso há anos do presidente. Ele fez o que a gente esperava dele."


O coordenador da ONG Vitae Civilis, Rubens Harry Born, destacou que a fala improvisada de Lula fez toda a diferença. "Ele foi ele mesmo, falou com o coração e passou uma mensagem muito legal de comprometimento. Acho que essa postura pode ter efeitos nas negociações", afirmou Born.


O francês Fabrice Bourger, membro da delegação do seu país, achou que o país deu um exemplo "sem precedentes" e que o discurso de Lula o aproxima ainda mais dos europeus. "Foi constrangedor para os outros países. Mas, sinceramente, nós não esperávamos outra coisa de Lula", afirmou Bourger. "Ele se destaca de todos os outros líderes com essa posição aberta ao diálogo, sem perder a firmeza e a determinação."


Obama: "mico da história"



Já as palavras em relação a Obama foram bem diferentes. "Arrogante", "estúpido", "burocrático" e autor de um "mico histórico" são apenas algumas das definições empregadas nos corredores da COP-15.


"Uma parte, foi de palavras da boca para a fora (como a frase de que "não se pode mais perder tempo" para salvar planeta). E a outra, um verdadeiro absurdo. Foi um mico histórico", disse Born. Para o coordenador da Vitae Civilis, Obama só reforçou o discurso intransigente que os Estados Unidos vinham defendendo na Cúpula do Clima e não trouxe nenhuma novidade. E ainda usou como desculpa para a falta de ação um argumento que todos os países democráticos poderiam utilizar, se quisessem: o de que não pode fazer nada sem a aprovação prévia do Congresso de seu país.


Adário, do Greenpeace, foi ainda mais duro. "A postura do Obama naquele púlpito foi socialmente arrogante e politicamente estúpida. Não está nem perto de assumir a posição de liderança que as pessoas esperavam dele", afirmou, destacando que as três condições impostas pelo americano para que assine um acordo - transparência, verificação das ações e metas de redução baixas - devem manter as negociações travadas.


Também a ausência de especificações sobre quanto os Estados Unidos estarão dispostos a contribuir para fundo internacional de financiamento decepcionaram. Obama garantiu apenas que o país vai entrar com recursos, mas não detalhou nem quanto, nem quando. Bourger, negociador francês, preferiu não se estender nos comentários, mas não escondeu a decepção. "Acho que os esforços da Europa não foram suficientes para mudar nem um milímetro da posição americana.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Brasil, política externa

Brasil e Estados Unidos defendem salvo-conduto para Zelaya

Por: Pedro Peduzzi

Publicado em 14/12/2009

Brasília - O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, reiterou a posição brasileira em defesa do salvo-conduto (permissão do governo para que transite livremente) do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya.

Segundo ele, esta também foi a posição defendida pelo governo norte-americano, manifestada nesta segunda-feira (14) durante a reunião que teve com o secretário-assistente de Estado para o Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos, responsável pela América Latina, Arturo Valenzuela.

“O secretário se disse favorável ao salvo-conduto e [afirmou] que precisamos desbloquear essa situação”, disse Garcia após a reunião. “Manifestamos nossa preocupação de que o episódio de Honduras não venha a estabelecer um precedente que desestabilize a democracia na região, particularmente na América Central, onde o processo democrático é mais recente”, acrescentou.

Zelaya havia pedido, na semana passada, para deixar o país como "hóspede ilustre", mas o governo interino só aceitou a saída caso ele pedisse asilo político a outro país, condição rejeitada pelo líder deposto. Com a decisão de negar o salvo-conduto, Zelaya permanece na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde está hospedado desde o dia 21 de setembro.

De acordo com Garcia, a instalação de bases aéreas norte-americanas na Colômbia também foi abordada durante a reunião. “Transmitimos a posição do governo brasileiro, de que [as bases] não são um fator positivo para a região. O governo norte-americano precisa ter um diálogo mais direto com os países da região, para eliminar inclusive a guerra de informações”.

Foram abordados ainda os esforços dos dois países para amenizar os problemas no Oriente Médio, em especial a questão da Palestina e do Irã. “A Palestina é uma questão que tem irradiação negativa muito grande sobre o conjunto da humanidade, incidindo de forma perigosa sobre cenários”.

Sobre o Irã, Garcia disse que os dois governos concordam quanto à necessidade de o país se submeter às normas da Agência Internacional de Energia Nuclear, visando ao uso pacífico desse tipo de energia.

Garcia negou, novamente, que as relações com os EUA estivessem prejudicadas. “Eram boas já no governo Bush e tiveram um upgrade com o [Barack] Obama. É normal que os governos tenham apreciações distintas”, afirmou, em referência às advertências da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, aos países da América Latina que buscam se relacionar de forma mais próxima com o Irã.

Fonte: Agência Brasil