Brasil e Estados Unidos defendem salvo-conduto para Zelaya
Brasília - O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, reiterou a posição brasileira em defesa do salvo-conduto (permissão do governo para que transite livremente) do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya.
Segundo ele, esta também foi a posição defendida pelo governo norte-americano, manifestada nesta segunda-feira (14) durante a reunião que teve com o secretário-assistente de Estado para o Hemisfério Ocidental dos Estados Unidos, responsável pela América Latina, Arturo Valenzuela.
“O secretário se disse favorável ao salvo-conduto e [afirmou] que precisamos desbloquear essa situação”, disse Garcia após a reunião. “Manifestamos nossa preocupação de que o episódio de Honduras não venha a estabelecer um precedente que desestabilize a democracia na região, particularmente na América Central, onde o processo democrático é mais recente”, acrescentou.
Zelaya havia pedido, na semana passada, para deixar o país como "hóspede ilustre", mas o governo interino só aceitou a saída caso ele pedisse asilo político a outro país, condição rejeitada pelo líder deposto. Com a decisão de negar o salvo-conduto, Zelaya permanece na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde está hospedado desde o dia 21 de setembro.
De acordo com Garcia, a instalação de bases aéreas norte-americanas na Colômbia também foi abordada durante a reunião. “Transmitimos a posição do governo brasileiro, de que [as bases] não são um fator positivo para a região. O governo norte-americano precisa ter um diálogo mais direto com os países da região, para eliminar inclusive a guerra de informações”.
Foram abordados ainda os esforços dos dois países para amenizar os problemas no Oriente Médio, em especial a questão da Palestina e do Irã. “A Palestina é uma questão que tem irradiação negativa muito grande sobre o conjunto da humanidade, incidindo de forma perigosa sobre cenários”.
Sobre o Irã, Garcia disse que os dois governos concordam quanto à necessidade de o país se submeter às normas da Agência Internacional de Energia Nuclear, visando ao uso pacífico desse tipo de energia.
Garcia negou, novamente, que as relações com os EUA estivessem prejudicadas. “Eram boas já no governo Bush e tiveram um upgrade com o [Barack] Obama. É normal que os governos tenham apreciações distintas”, afirmou, em referência às advertências da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, aos países da América Latina que buscam se relacionar de forma mais próxima com o Irã.
Fonte: Agência Brasil
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