Os patriotas realmente preocupados com a soberania nacional deveriam ficar mais atentos com o processo acelerado de desnacionalização do campo brasileiro. Em artigo recente, o jornal Valor Econômico registrou que “o agronegócio brasileiro tem passado por um profundo processo de ‘estrangeirização’ nos últimos sete anos”. Segundo estudo inédito do Banco Central, de 2002 a 2008 as atividades ligadas ao campo receberam US$ 46,9 bilhões em investimentos diretos estrangeiros (IED). O valor equivale a 29,5% do IED total líquido ingressado no país no período.
Ainda segundo o jornal, que não pode ser acusado de nacionalista ou de ser inimigo dos barões do agronegócio, “o movimento de ‘internacionalização’ das cadeias produtivas nacionais tem respaldo no avanço da concentração da posse da terra em mãos de poucos brasileiros e na atração cada vez maior de estrangeiros para esse tipo de investimento”. A gula do capital externo se dá por vários motivos: potencial do campo nacional na produção de commodities e matérias-primas para os biocombustíveis; especulação imobiliária; mão de obra barata e até escrava, entre outros.
3,6 milhões de hectares em mãos alienígenas
O cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) alerta que, nos onze estados responsáveis por 90% dos registros de aquisições, há 1.396 municípios com comunicado oficial de terras compradas por estrangeiros - 124 dessas cidades têm metade das áreas de médias e grandes propriedades em nome de estrangeiros. No total, há 3,6 milhões de hectares em mãos alienígenas nas regiões Sul e Centro-Oeste, além de São Paulo, Minas, Bahia, Pará, Tocantins e Amazonas. A previsão é de que a “invasão estrangeira” aumente ainda mais neste ano.
Numa reveladora entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, em setembro último, o lobista André Pessoa, sócio da influente consultoria Agroconsult, explicou as razões desta recente gula. A crise mundial teria atiçado a agressividade das multinacionais. “O investidor coloca dinheiro em terra pensando em reserva de valor. Desde a crise, ele está com mais apetite. O mundo busca investir em coisas mais concretas, mais próximas da produção”. A região mais cobiçada seria conhecida como Mapito, formada por Maranhão, Piauí e Tocantins. “A terra é mais barata, com projetos de infra-estrutura e logística já definidos para os próximos anos”, orientou o especialista.
Regras duras na defesa da soberania
O jornal Valor afirma que “o Incra está preocupado com o avanço do capital estrangeiro. ‘A terra é um meio de produção finito. Há forte disputa pela terra, que foi acirrada pelas crises mundiais de energia e de alimentos’, avalia o presidente do Incra, Rolf Hackbart. O estudo do BC aponta que o movimento de ‘internacionalização’ ajudou a elevar a produção doméstica no curto prazo, mas aumentou a concentração agroindustrial e reduziu o valor da produção agrícola no período. ‘A concentração elevada está associada aos investimentos estrangeiros’, diz Hackbart”.
Para o presidente do Incra, “é preciso corrigir a legislação para termos regras para aquisição de terras por estrangeiros. Não é xenofobia, mas defesa da nossa soberania sobre o uso das terras”, argumentou. Ainda de acordo com o jornal, o Palácio do Planalto já avalia alterar as regras para restringir o capital externo no campo brasileiro. Apesar da gritaria das multinacionais, a idéia é manter a obrigatoriedade da autorização do Conselho de Defesa Nacional para arrendamento e aquisição de áreas situadas ao longo da faixa de 150 quilômetros das fronteiras.
O falso discurso nacionalista dos ruralistas
É bom realmente o governo Lula tomar medidas urgentes sobre o tema. No final de dezembro, a multinacional Bunge adquiriu cinco das seis usinas do Grupo Moema. O negócio rendeu US$ 1,5 bilhão e encerrou a participação no setor do grupo nacional, que era controlado pelas tradicionais famílias Biaggi e Junqueira. As cinco usinas processam 13,5 milhões de toneladas de cana por ano e, agora, vão ampliar a presença da multinacional estadunidense no setor. Ela já controlava a Usina Santa Juliana, no Triangulo Mineiro, onde processa 2 milhões de toneladas do produto.
Os atrasados latifundiários, que exploram trabalho escravo e infantil, contratam jagunços e hoje se travestem de “modernos” barões do agronegócio, não têm qualquer compromisso com a soberania nacional. Para defender os seus interesses, eles até utilizam a retórica nacionalista. Na recente instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito contra o MST, eles usaram como umas de suas justificativas a “ingerência externa” no campo brasileiro. É pura balela. Eles estão preocupados é com o seu lucrativo negócio. A “invasão estrangeira” não os incomoda.
Fonte: Blog do Miro
Ainda segundo o jornal, que não pode ser acusado de nacionalista ou de ser inimigo dos barões do agronegócio, “o movimento de ‘internacionalização’ das cadeias produtivas nacionais tem respaldo no avanço da concentração da posse da terra em mãos de poucos brasileiros e na atração cada vez maior de estrangeiros para esse tipo de investimento”. A gula do capital externo se dá por vários motivos: potencial do campo nacional na produção de commodities e matérias-primas para os biocombustíveis; especulação imobiliária; mão de obra barata e até escrava, entre outros.
3,6 milhões de hectares em mãos alienígenas
O cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) alerta que, nos onze estados responsáveis por 90% dos registros de aquisições, há 1.396 municípios com comunicado oficial de terras compradas por estrangeiros - 124 dessas cidades têm metade das áreas de médias e grandes propriedades em nome de estrangeiros. No total, há 3,6 milhões de hectares em mãos alienígenas nas regiões Sul e Centro-Oeste, além de São Paulo, Minas, Bahia, Pará, Tocantins e Amazonas. A previsão é de que a “invasão estrangeira” aumente ainda mais neste ano.
Numa reveladora entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, em setembro último, o lobista André Pessoa, sócio da influente consultoria Agroconsult, explicou as razões desta recente gula. A crise mundial teria atiçado a agressividade das multinacionais. “O investidor coloca dinheiro em terra pensando em reserva de valor. Desde a crise, ele está com mais apetite. O mundo busca investir em coisas mais concretas, mais próximas da produção”. A região mais cobiçada seria conhecida como Mapito, formada por Maranhão, Piauí e Tocantins. “A terra é mais barata, com projetos de infra-estrutura e logística já definidos para os próximos anos”, orientou o especialista.
Regras duras na defesa da soberania
O jornal Valor afirma que “o Incra está preocupado com o avanço do capital estrangeiro. ‘A terra é um meio de produção finito. Há forte disputa pela terra, que foi acirrada pelas crises mundiais de energia e de alimentos’, avalia o presidente do Incra, Rolf Hackbart. O estudo do BC aponta que o movimento de ‘internacionalização’ ajudou a elevar a produção doméstica no curto prazo, mas aumentou a concentração agroindustrial e reduziu o valor da produção agrícola no período. ‘A concentração elevada está associada aos investimentos estrangeiros’, diz Hackbart”.
Para o presidente do Incra, “é preciso corrigir a legislação para termos regras para aquisição de terras por estrangeiros. Não é xenofobia, mas defesa da nossa soberania sobre o uso das terras”, argumentou. Ainda de acordo com o jornal, o Palácio do Planalto já avalia alterar as regras para restringir o capital externo no campo brasileiro. Apesar da gritaria das multinacionais, a idéia é manter a obrigatoriedade da autorização do Conselho de Defesa Nacional para arrendamento e aquisição de áreas situadas ao longo da faixa de 150 quilômetros das fronteiras.
O falso discurso nacionalista dos ruralistas
É bom realmente o governo Lula tomar medidas urgentes sobre o tema. No final de dezembro, a multinacional Bunge adquiriu cinco das seis usinas do Grupo Moema. O negócio rendeu US$ 1,5 bilhão e encerrou a participação no setor do grupo nacional, que era controlado pelas tradicionais famílias Biaggi e Junqueira. As cinco usinas processam 13,5 milhões de toneladas de cana por ano e, agora, vão ampliar a presença da multinacional estadunidense no setor. Ela já controlava a Usina Santa Juliana, no Triangulo Mineiro, onde processa 2 milhões de toneladas do produto.
Os atrasados latifundiários, que exploram trabalho escravo e infantil, contratam jagunços e hoje se travestem de “modernos” barões do agronegócio, não têm qualquer compromisso com a soberania nacional. Para defender os seus interesses, eles até utilizam a retórica nacionalista. Na recente instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito contra o MST, eles usaram como umas de suas justificativas a “ingerência externa” no campo brasileiro. É pura balela. Eles estão preocupados é com o seu lucrativo negócio. A “invasão estrangeira” não os incomoda.
Fonte: Blog do Miro
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