quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O PSDB vai dizer a verdade?

Do Luís Favre



O PSDB vai comparar "sem mentir e sem descontextualizar"? Então "a briga é boa", como diz FHC


“Se o lulismo quiser comparar, sem mentir e sem descontextualizar, a briga é boa”, escreveu FHC dias atrás.

Hoje, em resposta ao Ministro Paulo Bernardo, o líder dos tucanos no Senado, Arthur Virgílio (AM) declarou “Eles é que devem fazer uma Carta ao Povo Brasileiro para explicar se vão manter essa política fiscal irresponsável. Os gastos correntes já cresceram nesses anos de governo Lula 75%, enquanto a economia não deve crescer mais que 25%.”

“Sem mentir e sem descontextualizar” o Banco Santander mostrou com dados incontestáveis que a política fiscal do governo Serra é semelhante à do governo federal.

Ambos estariam praticando uma “política fiscal irresponsável”, senador Virgílio?

Segundo o jornal VALOR, “A exemplo do que ocorre com a União, o aumento dos gastos correntes (como pessoal e custeio da máquina) respondem pela maior parte da expansão total das despesas não financeiras, diz o estudo, assinado pelo economista-chefe do Santander, Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central (BC). No caso de São Paulo, os gastos correntes responderam por cerca de 63% do crescimento total de dispêndios entre 2006 e 2009, percentual não muito diferente dos pouco mais de 69% observados no governo federal.”

Como se vê, os números “sem mentir” e “sem descontextualizar”, acabam com a lenda propalada pelos tucanos e afins sobre os gastos públicos.

O chefe do Santander, ex-diretor do BC na época tucana está longe do petismo. Mas conhece os números. ‘ “A realidade fria dos números é que o desempenho fiscal do Estado de São Paulo é muito parecido com o do governo federal ” , diz Schwartsman. Segundo ele, a análise das finanças paulistas não corrobora a hipótese de que a atual administração colocou em prática um regime fiscal em que o investimento prevalece sobre o gasto corrente.’

Mas se retirado do calculo os gastos com o INSS, o que permite contextualizar e comparar corretamente, já que os Estados não têm esse gasto, a constatação de Schwartzman é límpida: “Sem os dispêndios do INSS, as despesas correntes do governo federal cresceram de 9,2% do PIB em 2006 para 9,9% do PIB em 2009, uma alta mais moderada que a observada em São Paulo – de 7,8% para 9,1% do PIB.”

Que tal agora aprofundar a comparação e verificar nos gastos de custeio e com a máquina? Quantos são os cargos de livre provimento,ou seja sem concurso público, na máquina estadual e suas empresas, comparados com os do governo federal? O famoso aparelhamento, que junto com a lenda sobre o gasto público, se configura no principal argumento dos tucanos e afins, contra o governo Lula?


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