sábado, 1 de maio de 2010

Para Marina, alta de juro foi "responsável e necessária"

Agora tudo mudou!!! O nosso programa é de esquerda (sempre soube disso), mas no lançamento do programa da Dilma fomos atacados de estarmos ressuscitando o estadismo... Achei foi bom!! Enquanto nós saímos do centro e fomos mais para esquerda a Marina saiu de lá e foi prá direita.. Mais foi com tudo. O Gabeira tem que chamá-la e dizer: companheira Marina fostes com muito apressada... Dê meia volta e venha mais aqui para o centro.... Ah! Mas, logo o Gabeira que apóia o DEM, Cesar Maia e Serra... Isso me faz lembrar uma assertiva minha que disse na semana passada: Marina endireitou.



Por Marli Lima, no jornal Valor Econômico


A senadora licenciada Marina Silva, pré-candidata do PV à Presidência, elogiou ontem a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa Selic em 0,75 ponto percentual. "Foi uma decisão responsável e necessária", disse ela, pouco antes de encontrar-se com empresários em Curitiba. A mesma opinião foi dada por Guilherme Leal, sócio da empresa Natura e cotado para ser o vice de Marina. "Talvez não tivesse outro caminho, mas é um caminho perigoso", afirmou ele.

A opinião de ambos não foi compartilhada pelo anfitrião, o presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Rodrigo Rocha Loures. "Controlar a inflação com juros e política recessiva não é o caminho", reclamou o empresário, ao ser questionado sobre o assunto. Mas, ao apresentar a senadora logo depois a uma plateia formada por industriais e estudantes, Loures elogiou a ministra por ser "sábia e amorosa".

Marina veio ao Paraná pela primeira vez como pré-candidata e, depois de cumprir agenda que incluiu também encontro com evangélicos e universitários, participa hoje de encontro do partido em Londrina, Norte do Estado, quando falará com representantes dos mesmos segmentos. "Aqui é a terra do meu amigo [Roberto] Requião", disse, sobre o ex-governador do PMDB, que deixou o cargo para participar das eleições.

Ao falar com jornalistas, a senadora criticou a postura do governo na licitação da usina de Belo Monte. "Cada projeto parece que é caso de vida ou morte", comentou, reforçando que falta política de desenvolvimento energético que acompanhe o crescimento do país. Também opinou sobre a criação de mais ministérios que, segundo ela, significa "empilhar a estrutura sem cuidado com a gestão".

Por diversas vezes, Marina lamentou a saída do deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) da disputa. "Foi feita uma operação de guerra para inviabilizar a candidatura dele. Acho que perdeu o Brasil e perdeu a democracia", afirmou, sem dizer se poderia ser ou não beneficiada. "Prefiro correr o risco de ser avaliada entre muitos do que fechar o leque entre poucos." Sobre seu programa de governo, ela citou que vai trabalhar com o tripé meta da inflação, superávit primário e câmbio flutuante.

A senadora acrescentou que o PV terá candidatura própria ao governo em diversos Estados, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais. No Paraná, o suplente de vereador de Curitiba Paulo Salamuni (ex-vereador pelo PMDB) foi indicado para concorrer ao governo do Estado e o economista Rubens Hering, que nunca exerceu mandato, deve disputar o Senado.

Na palestra a empresários, Marina citou trechos bíblicos, falou de desenvolvimento sustentável e foi aplaudida quando disse que, apesar de não entender de futebol, sabe quando é gol. Também disse que, "se para ganhar votos é preciso abrir mão do que é certo e justo, é melhor abrir mão do voto". Ainda sobre a decisão do Copom, ela ressaltou que "temos interesse em ter taxa de juro baixa, mas ninguém deseja ter inflação alta".

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