sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Salário e demagogia

Editorial
Salário e demagogia


Sem citar as baixarias e o denuncismo que tomaram conta da reta final desta campanha à presidência da República, uma das últimas cartadas do marketing eleitoral da campanha de José Serra (PSDB) é a promessa de aumentar o salário mínimo para R$ 600 no ano que vem.

A “proposta” tem sido amplamente divulgada nos programas de rádio e televisão do candidato tucano. É uma tentativa desesperada de atingir o eleitor mais pobre, um dos pontos fracos de Serra.


Tanto desespero tem razão de ser. Apesar do apoio maciço da imprensa, com denúncias requentadas semanalmente, as pesquisas eleitorais mostram que Dilma Rousseff (PT) vence no primeiro turno. Segundo o Datafolha divulgou na quinta-feira, a petista tem 51% das intenções de voto, contra 27% de Serra.

Antes de apresentar uma promessa para aumentar o salário mínimo, José Serra deveria levar em conta a forma como a questão foi tratada nos dois governos FHC, onde foi ministro do Planejamento e da Saúde.

O mínimo, de 1995 (início da “Era FHC”) até a posse de Lula em 2003, passou de R$ 70 (abril de 95) para R$ 200. Observando-se os valores em relação ao dólar, o valor passou de US$ 80 para US$ 64. Ou seja, não houve aumento no poder de compra do trabalhador.

De 2003 até aqui, o valor passou a R$ 510, ou cerca de US$ 300. A previsão para o ano que vem é de R$ 539.

Além disso, acordo fechado entre o governo e centrais sindicais estabelece o crescimento do PIB e a inflação como bases para a política de valorização permanente do salário mínimo.

Não é difícil entender, portanto, a rejeição dos trabalhadores e centrais sindicais à candidatura da oposição que, mais uma vez, não vai conseguir enganar a população com promessas desesperadas.

Retirado do Visão Oeste

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