Logo na entrada, a escola municipal José Ezequiel Souza, em Taubaté, mostra o estilo da instituição que obteve a maior nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) entre as públicas comuns de São Paulo. Sobre a mesa da recepção, paira um livro com o título “CONTROLE DE ENTRADA E SAÍDA DE ALUNOS” – assim mesmo, em maiúsculas. Na parede, uma faixa de dois metros com um recado aos pais começa com a frase “Fale sempre bem da escola”.
Em entrevista ao iG, a diretora, Maria Aparecida Franco Moreira, já havia demonstrado o estilo linha dura e causou polêmica entre leitores indignados com a “postura ditatorial” e defensores da cultura do “respeito”. Para os estudantes, a questão é mais simples: “Eles são bem rigorosos, mas é para o nosso bem”, diz Flávia Stefanie Euzébio da Silva, 17 anos, aluna de uma das seis salas de 3º ano do ensino médio, todas à noite e com mais de 40 matriculados cada.
Metade dos alunos no ensino médio estuda na instituição desde o fundamental, o restante vem de outras unidades municipais, selecionados pelas melhores notas no último ano. Matheus do Nascimento Silveira, de 16 anos, está entre os que tiveram que se adaptar. “Estranhei quando vim para cá. Como muitos, eu trabalho, chego cansado e tenho que me trocar, colocar uniforme e seguir as regras”, diz, ponderando que vale a pena. “Fica aqui quem quer, quem não gosta vai para outra escola, só que não tem o mesmo nível dos professores e a mesma chance nos vestibulares”, argumenta.
Foto: Edu Cesar/Fotoarena Ampliar
Faixa na porta da escola com recado para pais
Cidoca, como é chamada a diretora, mostra em sua sala outros comprovantes de apoio. Entre os vários troféus expostos, um deles é o de melhor escola na opinião pública, segundo votação feita entre representantes de vários setores da sociedade na região. Outro é um clipe com cartas de pais sobre a mesa. Todos os alunos que faltaram na última aula da terça-feira passada tiveram de pedir aos pais que mandassem uma explicação. Em uma delas, a mãe pede desculpas pelo fato do filho não ter avisado que precisava sair e agradece a atenção e preocupação da direção.
Em entrevista ao iG, a diretora, Maria Aparecida Franco Moreira, já havia demonstrado o estilo linha dura e causou polêmica entre leitores indignados com a “postura ditatorial” e defensores da cultura do “respeito”. Para os estudantes, a questão é mais simples: “Eles são bem rigorosos, mas é para o nosso bem”, diz Flávia Stefanie Euzébio da Silva, 17 anos, aluna de uma das seis salas de 3º ano do ensino médio, todas à noite e com mais de 40 matriculados cada.
Metade dos alunos no ensino médio estuda na instituição desde o fundamental, o restante vem de outras unidades municipais, selecionados pelas melhores notas no último ano. Matheus do Nascimento Silveira, de 16 anos, está entre os que tiveram que se adaptar. “Estranhei quando vim para cá. Como muitos, eu trabalho, chego cansado e tenho que me trocar, colocar uniforme e seguir as regras”, diz, ponderando que vale a pena. “Fica aqui quem quer, quem não gosta vai para outra escola, só que não tem o mesmo nível dos professores e a mesma chance nos vestibulares”, argumenta.
Foto: Edu Cesar/Fotoarena Ampliar
Faixa na porta da escola com recado para pais
Cidoca, como é chamada a diretora, mostra em sua sala outros comprovantes de apoio. Entre os vários troféus expostos, um deles é o de melhor escola na opinião pública, segundo votação feita entre representantes de vários setores da sociedade na região. Outro é um clipe com cartas de pais sobre a mesa. Todos os alunos que faltaram na última aula da terça-feira passada tiveram de pedir aos pais que mandassem uma explicação. Em uma delas, a mãe pede desculpas pelo fato do filho não ter avisado que precisava sair e agradece a atenção e preocupação da direção.
Silêncio profundo
Na quinta-feira, dia da visita da reportagem do iG, os alunos fizeram prova de física. Todos. “Na semana de prova, cada professor prepara sua avaliação e o que estiver na sala aplica. Assim a gente evita de eles contarem como foi um para o outro em conversa de corredor. Às 7h (da noite) vai começar. Você vai ouvir o silêncio profundo”, disse. E assim foi.
“Isso não acontece da noite para o dia. Esse respeito a gente ganha ao longo dos anos de trabalho”, afirma. “Taubaté inteira estuda aqui, muitos chegam com comportamento irregular, mas eu converso, chamo o responsável e resolvo”. Nos casos mais extremos, quando não há diálogo com os adolescentes e os familiares não respondem, o conselho tutelar é acionado. “Infelizmente”, completa ela.
Pelos corredores, o aviso de proibição de celular é repetido em várias paredes. Uma dos três vices-diretoras, Sonia Maria da Silva Junqueira, diz que se o professor pegar, só devolve para o pai. “Mas os alunos logo aprendem e não dão bobeira.” Para ela, que também atua como docente em outra escola, a diferença da José Ezequiel é a certeza de consequências. “Aqui o aluno sabe que se fizer algo errado, algo vai acontecer. Não é punição, é educação”, defende.
Outro vice, José Nilton dos Santos, que mantém em lugar de destaque uma foto de uma turma de alunos o abraçando, afirma que a linha dura “é o que funciona”. “Os alunos se acostumam. Às vezes, um me pede alguma coisa e eu respondo que, se quiser, pode pedir para a Cidoca. Eles nem vão, já sabem que ela não vai deixar.”
Um exemplo é o tal livro de registro de saída. Alunos que estão com dor de cabeça ou muito cansados podem pedir para ir embora uma vez por mês. A direção liga para os pais avisando e libera. Mais que isso, só se for por doença ou se um responsável vier buscar. “Outro dia uma aluna pediu para ir embora. O professor liberou. Quando chegou ao livro de registros, a funcionária disse ‘ué, mas você já saiu este mês’. Ela conferiu, pediu desculpas e voltou para a aula”, conta a diretora.
Na quinta-feira, dia da visita da reportagem do iG, os alunos fizeram prova de física. Todos. “Na semana de prova, cada professor prepara sua avaliação e o que estiver na sala aplica. Assim a gente evita de eles contarem como foi um para o outro em conversa de corredor. Às 7h (da noite) vai começar. Você vai ouvir o silêncio profundo”, disse. E assim foi.
“Isso não acontece da noite para o dia. Esse respeito a gente ganha ao longo dos anos de trabalho”, afirma. “Taubaté inteira estuda aqui, muitos chegam com comportamento irregular, mas eu converso, chamo o responsável e resolvo”. Nos casos mais extremos, quando não há diálogo com os adolescentes e os familiares não respondem, o conselho tutelar é acionado. “Infelizmente”, completa ela.
Pelos corredores, o aviso de proibição de celular é repetido em várias paredes. Uma dos três vices-diretoras, Sonia Maria da Silva Junqueira, diz que se o professor pegar, só devolve para o pai. “Mas os alunos logo aprendem e não dão bobeira.” Para ela, que também atua como docente em outra escola, a diferença da José Ezequiel é a certeza de consequências. “Aqui o aluno sabe que se fizer algo errado, algo vai acontecer. Não é punição, é educação”, defende.
Outro vice, José Nilton dos Santos, que mantém em lugar de destaque uma foto de uma turma de alunos o abraçando, afirma que a linha dura “é o que funciona”. “Os alunos se acostumam. Às vezes, um me pede alguma coisa e eu respondo que, se quiser, pode pedir para a Cidoca. Eles nem vão, já sabem que ela não vai deixar.”
Um exemplo é o tal livro de registro de saída. Alunos que estão com dor de cabeça ou muito cansados podem pedir para ir embora uma vez por mês. A direção liga para os pais avisando e libera. Mais que isso, só se for por doença ou se um responsável vier buscar. “Outro dia uma aluna pediu para ir embora. O professor liberou. Quando chegou ao livro de registros, a funcionária disse ‘ué, mas você já saiu este mês’. Ela conferiu, pediu desculpas e voltou para a aula”, conta a diretora.
IG
Reproduzido do Blog Professor Ivanilson
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