quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

As famílias mais ricas possuem um patrimônio igual a 40% do PIB do Brasil

As 5 mil famílias mais ricas do Brasil possuem um patrimônio equivalente a 40% do PIB do país. Em números de 2010, equivale a R$1,65 trilhão – média de R$294 milhões por família. O estudo foi realizado em 2004 pelo economista Márcio Pochmann, atual presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e atualizado este ano.

O estudo serviu de base para um novo projeto de taxar grandes fortunas. A proposta é a da deputada Jandira Feghali (foto), do PCdoB/RJ e foi encampada pela CUT, que já a apresentou à Dilma Rousseff.

O texto prevê a criação de nove faixas de riqueza em que os contribuintes ficariam obrigados a pagar esta contribuição. Só paga quem tiver patrimônio acima de R$4 milhões. Começa pagando anualmente 0,4% sobre o patrimônio, vai subindo até 2,1% para fortunas de R$150 milhões ou mais. Tem muita gente com tanta grana?

Em 2008, eram 997 contribuintes do Imposto de Renda com patrimônio superior a R$100 milhões. Considerando-se que quanto mais dinheiro, mais fácil escondê-lo, fica transparente que muita gente tem dinheiro de sobra no Brasil. E na velocidade em que estamos criando milionários, a cada dia o bolo aumenta. Está na hora de dividir.

A questão é: vai tirar esse dinheiro dos ricaços para fazer o quê? Para o governo distribuir para outros ricaços, amigos dos amigos? É aí que está o coração do projeto da deputada.

Por que não seria um novo imposto – que vai para o cofre geral do governo – e sim uma contribuição, que tem destino específico. A ideia é que toda a grana arrecadada vá, integralmente, para a Saúde, para o SUS.

Segundo Jandira, a expectativa de arrecadação anual é de quase R$14 bilhões.

É muitíssimo mais justo que a CPMF, que para bancar a saúde tirava dinheiro igualmente de bilionários e proletários. Quem tem muito que ajude quem tem pouco. Para mim ainda é pouco.

Porque segundo a Organização Mundial da Saúde, o gasto público do Brasil com saúde é de US$385 por ano; a média do mundo é US$524 por ano (dados de 2008).


Diferença grande – está explicada a desgraceira na nossa saúde? Está. Um estudo da Dieese conclui que para o Brasil chegar à média mundial (que já não é aquela beleza), teríamos de investir quase R$50 bilhões a mais por ano.

Isso que dá ter população grande. Uma família que tem R$294 milhões de patrimônio pode abrir mão de bem mais que 2,1% disso ao ano. Não é pedir muito, aliás, não é pedir; nos cabe é exigir.

Clique aqui para ler “Taxar 997 milionários levantaria R$10 bilhões para a saúde pública”
 

Nenhum comentário: