quinta-feira, 13 de agosto de 2009

A crise no senado - tabuleiro do PIG

O bate-boca entre os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Tasso Jereissati (PSDB-CE), no dia 06/08, serviu para mostrar que os caciques políticos estavam indo para o “tudo ou nada”. Eles discutiram após o peemedebista ter lido a representação de seu partido contra o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM). Arthur Virgílio é acusado de ter mantido por 18 meses um servidor de seu gabinete estudando na Espanha com salários e até horas extras pagos pelo Senado. O valor total das despesas é de 210,6 mil reais. Pesam também denúncias contra Jereissati, acusado de quebra de decoro por usar créditos de passagens aéreas para abastecer seu jatinho, tudo pago pelo Senado. Isso o PIG finge que não ver.


Os lances seguintes foram para conter os ânimos e o clima de denúncias. Primeiro, o presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque, arquivou o processo para cassação de Arthur Virgílio. Depois o senador Tasso Jereissati fez um pedido de desculpas pelo “barraco” entre ele e Renan. O PIG não gostou e jogou mais lenha na fogueira. A partir daí começou a surgir boatos de um eventual acordo para preservar o líder tucano, Arthur Virgílio (AM), do andamento do processo no Conselho de Ética. Não duvido que fosse verdade. Os dois lados têm muito a perder.


Hoje, O PMDB entrou com recurso contra o arquivamento da representação protocolada no Conselho de Ética pelo partido contra o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). Entretanto a oposição já havia apresentado 11 recursos contra o arquivamento de denúncias sobre o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).


Além disso, o Jornal da Globo revelou a existência de outros 468 atos secretos. É muito estranho que só agora tenha aparecido essa nova remessa de atos secreto, quando o senadores já estavam buscando “acordos” para a crise. E, principalmente, vazados para a Globo. Até porque, sobre a maior parte deles, segundo o diretor-geral do Senado, Haroldo Tajra, não há garantia de que são realmente secretos. Ele cita como exemplo os atos que autorizam a criação do Interlegis e a construção de um prédio de dois andares da Secretaria de Telecomunicações. Não dá para esconder dois prédios.


Isso parece mais notícia plantada. Pois, o Senador Arthur Virgílio, como sempre, saiu acusando sem provas, disse que o surgimento de mais 468 atos secretos pode ser uma manobra para que ninguém seja punido. Álvaro Dias (PSDB-PR), outro vidente, acredita que ainda podem surgir informações sobre outros atos secretos.


Mais rápido que o “The Flash”, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI), primeiro-secretário da Casa, disse já ter identificado o responsável. Foi o ex-diretor de Recursos Humanos, Ralph Siqueira.

Segundo Ralph esses atos já tinham sido divulgados internamente e estavam com outros, descobertos em junho.


A quem interessa essas novas denúncias? Todos nós sabemos que a descoberta de atos secretos deu início à crise no Senado e apenas quem caiu foi o ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia (que embora o PIG não divulgue é primo do senador José Agripino Maia DEM-RN, que amarelou - leia aqui) e o ex-diretor de Recursos Humanos João Carlos Zoghbi.

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