terça-feira, 11 de agosto de 2009

VAMOS REFLETIR UM POUCO SOBRE A MÍDIA?

Autor: Professor Claudionor de Melo da Silva

A postura que devemos adotar em relação aos conteúdos veiculados pela televisão, deve ser uma postura crítica. Esse olhar atento sobre a televisão, deve ser levado em consideração em toda programação que é oferecida a nós telespectadores. É necessário antes de mais nada, dizer que existem programas na TV aberta brasileira, com conteúdos enriquecedores na formação do indivíduo proporcionando a reflexão, o debate, a consciência crítica e o conhecimento, como exemplos, podemos mencionar dois, Provocações e Observatório da Imprensa (veiculados respectivamente na TV Cultura e TV Brasil). Entretanto, na maioria das vezes em sua grade de programação a TV aberta, proporciona um menu de programas que estão voltados para interesses ideológico-econômicos de uma pequena classe, ou simplesmente criar um conceito inexistente, sendo usado para isso, as vezes o setor jornalístico, o do esporte, os programas de entretenimento, as novelas, dentre outros.

No jornalismo, podemos mencionar a idéia da bala perdida que aparentemente é um acontecimento fortuito. Será? Não seria o medo de realmente apontar os verdadeiros culpados? E como represália sofrer atentados ou perder verbas de publicidade do governo? E com isso não é melhor dizer que foi uma bala perdida? Por outro lado a polícia “já identificou o problema e deu a resposta a população (bala perdida)”.

No início do primeiro mandato do atual governo (Lula), uma grande emissora, (Globo) “entrou” de corpo e alma em uma campanha junto ao governo federal, enviando seus repórteres aos lugares inóspitos no interior do Brasil (especificamente ao interior da Bahia e Minas Gerais), mostrando a miséria e a fome daquela gente, querendo com isso, mostrar ao público que a ação do governo fazia sentido. Porém, mais tarde a ajuda econômica que a emissora pretendia para sanar naquele momento sua situação financeira lhe foi negada, imediatamente esta “baseada” em estudos da Associação de Endocrinologista do Brasil, ela (Globo) passou a dizer que o problema do Brasil não era fome e sim obesidade. Quando pleiteava recursos governamentais mostrou-se uma realidade, quando lhe foi negado, então o problema já era outro, ou seja, agora o importante era desmoralizar o governo em sua ação (o caso aqui não é defender o governo de A ou B, mas constatar a manipulação de informação que as vezes se dá na mídia eletrônica).

Seria mais honesto afirmar que, devido suas dimensões enormes, o Brasil se deparava com quadros contraditórios, onde poderia-se encontrar pessoas com tendência genética e por uma alimentação inadequada estar acima do peso, por outro lado, outra parte da população brasileira não tinha o que comer.

Os Realytis shows evidenciam a descontração, a brincadeira, porém, a televisão dessa maneira mais uma vez vende a idéia que a fama, a notoriedade o dinheiro é algo que pode ser atingido nesta sociedade sem problema algum, sem falarmos no apelo comercial intrínseco nesse tipo de programa.

Os programas de auditórios tripudiam o indivíduo, diante de suas necessidades nas brincadeiras em que estes são submetidos, no entanto, a solidariedade é que supostamente aparece aos olhos do senso comum.

Ultimamente na campanha realizada para a copa do mundo ser realizada no Brasil em 2014, vimos um “esforço” dos mais variados setores, e como não poderia deixar de ser, da televisão brasileira, esta fazia campanha de mobilização da população por meio de pessoas famosas, depoimentos e entrevistas dentre outros procedimentos. No entanto, algo nos chama atenção nesses depoimentos e entrevistas, quando especialistas ou simplesmente anônimos, afirmam que o serviço de transporte público melhorará, o atendimento nos hospitais idem, teremos saneamento e habitação para a população depois da realizado a Copa do Mundo. Ficam dois questionamentos. Para resolver os problemas sociais, de infraestrutura é só sediar uma copa do mundo? Ou mais uma vez somos levados a acreditar no que a mídia e um pequeno segmento brasileiro quer?

Enfim, não se quer aqui também culpar ou atribuir todos os problemas a televisão. Esta tem sua importância na comunicação, na informação e como também na educação. Entretanto, não podemos assisti-la sem refletir, analisar e criticar sua programação e informação veiculada. Destarte, reflita um pouco, só assim você terá seu próprio ponto de vista, e não o ponto de vista de outrem, e você pensando que é seu.

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