quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sindicalistas rebatem acusações do secretário Paulo de Tarso


Sindicalistas rechaçam acusações de secretário

Líderes grevistas negam interesses políticos e consideram "absurdas" afirmações de Paulo de Tarso Fernandes a O Poti

Allan Darlyson // allandarlyson.rn@dabr.com.br

As críticas do secretário-chefe do Gabinete Civil do Estado, Paulo de Tarso Fernandes, aos servidores grevistas, na entrevista publicada em O Poti/Diário de Natal do último domingo, foram rebatidas ontem, por líderes sindicais. Eles consideraram "absurdas" as acusações do secretário de que as greves são radicalmente políticas. Os servidores grevistas frisaram que o objetivo das greves é a conquista de melhorias para as classes trabalhistas.


O vice-presidente do Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação (Sinte-RN), José Teixeira, rechaçou a análise feita por Paulo de Tarso sobre as facções que disputam o comando do sindicato. "Na verdade, ele (Paulo de Tarso) até entra em uma seara que não é dele, quando diz que há uma briga política no sindicato. Isso não é da conta do governo. Nossos conflitos internos são problemas da gente", declarou.

Teixeira também rebateu a teoria do secretário de que a greve é uma disputa de facções do PT para exibir o desgaste do governo como troféu. "Não queremos o desgaste do governo. Isso não nos interessa. Se o governo cumprisse a lei do piso nacional e o nosso plano de carreira, que também está previsto em lei, não haveria greve. É política sim. Mas, é política em defesa da educação. Não é partidária", afirmou.

De acordo com o vice-presidente do Sinte-RN, Paulo de Tarso também cometeu um equívoco ao dizer que a greve na educação é parcial. "Queremos que o governo faça uma pesquisa para saber o que a categoria pensa e quer do governo. O governo se contradiz quando afirma que só há 50% em greve, mas que há 300 mil alunos prejudicados. Há 90% dos professores em greve. Não há normalidade no ano letivo do Rio Grande do Norte", enfatizou.

O vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis do estado (Sinpol-RN), Djair Oliveira, também repudiou as afirmações do secretário. "O que a gente espera do governo é diálogo. Nossa greve não tem a ver com nenhum partido político. A greve é um direito constitucional e vamos fazer greve sempre que o direito do trabalhador for desrespeitado. Estamos buscando melhorias para a categoria e para o serviço de segurança pública", declarou.

Já o presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Indireta (Sinai), Santino Arruda, disse que vê nas palavras do secretário a tentativa de desviar o foco do debate mais uma vez. "Paulo de Tarso sabe que as greves não são políticas. Ele tanta mudar o foco do assunto. Dizer que a greve é política é bobagem. É ignorar a luta dos servidores por melhorias. A lei nos garante o reajuste. O governo vai ter que pagar", enfatizou.

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