sábado, 20 de agosto de 2011

Governo chileno nega gratuidade no ensino superior

O governo chileno reafirmou nesta sexta-feira que não atenderá à exigência dos estudantes de estabelecer a gratuidade no ensino superior, um dia depois de uma manifestação que levou 50 mil pessoas às ruas. Os protestos no país já duram três meses.

“Respeito a educação gratuita nos lugares onde já foi concedida, mas quero dizer com responsabilidade que não podemos oferecer o ensino superior de graça para todos os chilenos”, declarou o ministro da educação Felipe Bulnes. “Esta seria uma política incorreta, já que os setores mais privilegiados não têm justificativa para deixar de pagar” para ter acesso às universidades, completou.


A principal exigência do movimento estudantil chileno é que seja estabelecido um sistema que possa garantir uma educação gratuita e de qualidade para todos. Nesta quinta-feira, os protestos levaram mais de 50 mil pessoas às ruas, apesar do frio e da forte chuva.

Apenas 40% dos jovens chilenos estão matriculados em colégios públicos gratuitos, enquanto a gratuidade não existe para o ensino superior. Para ter acesso às universidades, os estudantes com menos recursos precisam pedir créditos internos, para as instituições públicas, ou em bancos, para as particulares.

Em resposta às exigências do movimento, o governo sugeriu que os juros pagos nos bancos pelos estudantes das faculdades particulares passem de 5,6% para 2%, percentual cobrado pelas universidades públicas.

A sede de Santiago do Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef) foi ocupada na quarta-feira por cerca de vinte artistas locais que manifestaram seu apoio aos estudantes. Eles também alertaram as autoridades sobre trinta estudantes que iniciaram uma greve de fome há mais de um mês.

“Eles devem estar numa situação crítica por terem tomado uma decisão que põe em risco sua vida, sua integridade física e psicológica”, declarou o representante da Unicef no Chile, Gary Stahl.

Os estudantes pretendem fazer parte de uma greve nacional convocada para o dia 24 de agosto pela Central Unitária dos Trabalhadores, o maior sindicato do país.

Reproduzido do Mania Kids

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