sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Dilma diz que dinheiro do Brasil “não pode ser usado de qualquer jeito” pela Europa


Dilma diz que dinheiro do Brasil “não pode ser usado de qualquer jeito” pela Europa
Dilma afimar que o Brasil deve dar um novo aporto ao FMI e não ao Fundo Europeu de Estabilização (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Presidenta anuncia que fará contribuições a nações europeias em crise por meio do Fundo Monetário Internacional, considerado mais seguro

Por: Redação da Rede Brasil Atual

São Paulo – A presidenta da República, Dilma Rousseff, afastou nesta sexta-feira (4) qualquer possibilidade de o Brasil contribuir com o Fundo Europeu de Estabilização, criado para ajudar os países em crise. Ela apontou que o país dará novo aporte ao Fundo Monetário Internacional (FMI), uma forma de garantir a proteção brasileira no sistema global.


“Faço a contribuição para o FMI porque dinheiro brasileiro de reserva é dinheiro que você protege, foi tirado com suor do nosso povo, então, não pode ser usado de qualquer jeito. Aportamos no FMI pelo fato de que o fundo nos dá garantias”, disse em entrevista coletiva, após o encerramento da reunião da Cúpula do G20, em Cannes, na França.

Segundo a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, foram poucos os países que concordaram em dar verbas ao fundo europeu. Com isso, deve ficar para os próprios líderes europeus a tarefa de encontrar uma solução para a crise, que deve levar a recessão este ano e que afeta as demais nações.

O Brasil estuda como fazer o novo aporte ao FMI, no qual pode passar a figurar como um dos dez maiores investidores. O país pode condicionar a liberação de recursos a um aumento de sua cota no fundo, hoje concentrado em mais de 50% dos votos em Estados Unidos, União Europeia e Japão.

Durante a conversa com jornalistas, a presidenta cobrou uma mudança que reflita a nova correlação de forças do cenário global, uma posição compartilhada por outras nações emergentes, como China e Índia. “A crise afeta os emergentes de várias maneiras, por isso a gente considera a ampliação do Fundo Monetário importante para reduzir o risco sistêmico.” Dilma afirmou mais uma vez que a série de problemas nos países ricos pode acabar por afetar as nações em desenvolvimento caso a Europa não encontre uma saída rápida para a crise.

Outra questão sobre a qual não houve consenso diz respeito à taxação global sobre operações financeiras, cujos recursos seriam destinados a investimentos em questões sociais. “Tem países onde o serviço financeiro é a fonte principal de recursos. Eles são contra”, explicou a presidenta. 

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