segunda-feira, 10 de maio de 2010

SP tem o pior acompanhamento sobre a saúde no Bolsa Família

Dados do Ministério do Desenvolvimento dizem que, na capital, prefeitura monitora apenas 21% das famílias beneficiadas


Lisandra Paraguassú – O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA


Um levantamento feito pelo Ministério do Desenvolvimento Social a pedido do Estado mostra que em 18 cidades com mais de 500 mil habitantes o acompanhamento sobre as contrapartidas de saúde do Bolsa Família é feito em menos de 50% das famílias beneficiadas. A situação pior ocorre em São Paulo.

Os municípios devem verificar o cumprimento de consultas de pré-natal para gestantes e a vacinação de menores de seis anos. No entanto, na cidade mais rica do País, São Paulo: apenas 21,2% dos beneficiários responde pelas contrapartidas.

Desde o ano passado, o governo paulistano vem sendo cobrado por cadastrar apenas a metade das famílias que poderiam estar no programa.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o cadastro paulistano deveria prever 327 mil famílias abaixo da linha da pobreza, mas a capital tem apenas 170 mil.

No caso das contrapartidas de saúde, o acompanhamento não é feito porque a prefeitura também deixa a desejar em outros programas, o Saúde da Família e os Agentes Comunitários de Saúde.

Apenas 1/3 da população paulistana é coberta pelos programas, o que dificulta a verificação dos cartões de vacinação e pré-natal e o fluxo de informações. “Esse é o principal problema na área de saúde. Sem o PSF ou os agentes comunitários os municípios não conseguem chegar na população mais pobre”, explica a secretária de renda e cidadania do MDS, Lúcia Modesto.

Outras cidades, no entanto, conseguem se sair um pouco melhor mesmo com uma cobertura quase nula do PSF. É o caso do Rio de Janeiro, onde o PSF atende apenas 9% da população e as contrapartidas de saúde de 35,6% dos beneficiários são verificados. O município faz um uso maior dos postos de saúde,

Em resposta por e-mail, a Secretaria de Assistência Social do município de São Paulo afirma que há um problema de “retorno da rede de saúde” porque o sistema de informações dos postos são diferentes e não se reconhecem, mas que o município está desenvolvendo um sistema único, informou o órgão.

A prefeitura ainda questiona o porcentual informado pelo ministério, mas não informa qual seria o correto. Apenas explica que as famílias são convocadas por carta a comparecerem às unidades básicas de saúde, mas “muitas não respondem à convocação”.



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