Imagens gravadas na casa da promotora Deborah Guerner, do Ministério Público do Distrito Federal, mostram como era escondido parte do dinheiro que alimentou o esquema de corrupção do mensalão do DEM no Distrito Federal. Nas gravações, exibidas ontem à noite pelo Jornal Nacional, Veja aqui o vídeo, o marido de Deborah, Jorge Guerner, aparece demonstrando como faria para enganar a polícia, se houvesse flagrante na residência. A promotora, o marido e o ex-procuradorgeral de Justiça Leonardo Bandarra - que também aparece no vídeo - foram denunciados à Justiça Federal pelo envolvimento no escândalo do ex governador do DEM, José Roberto Arruda.
Com dois maços de dinheiro, um em cada mão, Jorge explica que guardaria o dinheiro no cofre dentro da casa para despistar uma eventual ação policial. Na residência, havia outro cofre, enterrado no quintal, onde estava guardado um maior volume de dinheiro, fruto da corrupção.
Vou botar esse num cofre e esse no outro. Se eles (polícias) acharem, o que acontece? Eles acham que a gente só tem esse dinheiro e não procuram mais - disse Jorge, no vídeo.
As imagens foram gravadas em junho pelo sistema de segurança interno da própria casa.As fitas foram apreendidas pela Polícia Federal com autorização judicial. Numa das cenas, Leonardo Bandarra chega de moto na casa dos Guerner e só tira o capacete quando está dentro da residência. Segundo o Ministério Público Federal, ele não queria ser identificado ao entrar.
Na casa, que fica no bairro Lago Sul, o grupo se reunia para discutir a atuação no esquema de Durval Barbosa, que foi secretário do ex-governador José Roberto Arruda, preso sob a acusação de chefiar o esquema de corrupção. Durval era réu em vários processos e relatou, ao depor no MP, que pagava a Bandarra e a Deborah para receber informações privilegiadas sobre seus processos.
Deborah chegou a mostrar a Durval uma ordem de busca e apreensão expedida contra ele, em maio de 2008. O grupo pediu R$ 1 milhão a Durval. Em depoimento, Durval disse que pediu a Arruda ajuda para pagar a propina. Segundo relato do próprio Durval, a comissão teria sido paga em duas vezes. A partir de então, contou o ex-assessor de Arruda, os integrantes do MP do Distrito Federal teriam passado a cobrar um "mensalão" de R$ 300 mil.
Segundo o Ministério Público, Durval obtinha esse dinheiro do esquema de Arruda. Com o escândalo, Arruda que era cotadoc omo o vice do ex- candidato a presidência, José Serra (PSDB), além de ser preso, acabou renunciando ao cargo. Nas investigações da chamada Operação Caixa de Pandora, a PF descobriu as ligações com Bandarra. Ele foi afastado do cargo e é alvo de investigação disciplinar do Conselho Nacional do Ministério Público. Também é investigado pelos colegas do MP no Distrito Federal.
Retirado do Blog do Saraiva
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