Na audiência pública “A crise do funcionamento do complexo hospitalar Walfredo Gurgel: desafios e soluções”, realizada na manhã desta quarta-feira, 14, o deputado Fernando Mineiro explicou algumas rubricas do projeto de empréstimo do Governo do Estado junto ao Bird.
Como o deputado já havia denunciado, apenas para consultoria, o Governo pretende destinar R$ 50 milhões (9% do total), enquanto saúde pública é contemplada com R$ 37 milhões. “É grande a distância entre as propostas para o Walfredo Gurgel discutidas na audiência e o que o Governo Rosalba propõe no PPA 2012-2015 e no empréstimo junto ao Bird”, declarou o parlamentar.
Audiência debateu Walfredo Gurgel
Com a presença de representantes de sindicatos, Tribunal de Contas do Estado, Ministério Público, Secretaria Estadual de Saúde e conselhos de saúde, a audiência sobre o maior hospital do RN debateu os principais problemas da instituição e propôs soluções para eles.
A baixa resolutividade de casos de baixa e média complexidade em outras unidades de saúde na região metropolitana e no interior foi apontada como uma das principais causas para a crise permanente que assola o Walfredo Gurgel. Má gestão, desvalorização dos funcionários e falta de condições de trabalho também foram relatadas pelos membros da mesa.
“O Walfredo Gurgel é vítima da atenção básica da saúde. Não é possível melhorar o Walfredo sem uma retaguarda de baixa e média complexidade. Os hospitais universitários precisam abrir as portas”, afirma o diretor do Hospital, Mozar Dias. Dentre as propostas apresentadas na audiência está a de uma maior interiorização dos serviços especializados.
O diretor ainda aponta para a necessidade de uma política de valorização dos recursos humanos. Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos, Geraldo Ferreira, a situação dos profissionais é dramática. “Um exemplo é o fato de que o banheiro dos funcionários é dividido com os pacientes”, relata.
A presidente do Conselho Regional de Enfermagem (Coren), Alzirene Carvalho, relata que o número de encaminhamentos da UPA de Natal para o Walfredo é altíssima. “Enquanto isso, o Centro Cirúrgico é ocupado por pacientes que deveriam estar na UTI”, conta.
“Melhorar assistência básica é mais importante do que construir hospitais”, destaca o diretor médico da instituição, João Batista Rabelo. Para ele, o Brasil vive um modelo antigo de gestão da saúde, enquanto a sociedade mudou muito.
Governo do Estado não precisa cumprir limite prudencial em relação ao Walfredo Gurgel
“Existe uma decisão judicial do Ministério Público que autoriza que o Estado tome todas as medidas necessárias para resolver os problemas do Walfredo Gurgel, como nomear servidores”, explica o procurador-geral do Ministério Público junto ao TCE, Tiago Martins Guterres.
Ele explica que o RN encontra-se no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal, mas que o Estado pode tomar ações não permitidas por essa lei em relação ao Walfredo Gurgel.
Principais problemas apontados:
Falta de resolutividade em hospitais regionais e locais
Alto número de encaminhamentos da UPA Natal
Centros cirúrgicos ocupados por pacientes que deveriam estar na UTI
Sala de recuperação de cirurgias super lotada
Gestores escolhidos por indicações políticas
Déficit e desqualificação do RH
Carga horária de trabalho excessiva
Escassez de recursos
Maior montante de recursos públicos para a iniciativa privada
Sugestões de melhorias:
Ampliação das atividades e leitos do Hospital Universitário Onofre Lopes
Construção de novas UPAs em Natal
Construção de um hospital de trauma na Região Metropolitana de Natal
Política de valorização do servidor
Nomeação de candidatos aprovados em concursos
Fonte: Assessoria do Mandato
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