quarta-feira, 21 de abril de 2010

Padre Carlos Antônio, uma vida para Deus

Católicos lamentam morte precoce do padre e amigo Carlos Pessôa


Do Jornal da Cidade de Bauru

Da Redação


Morreu ao meio-dia de ontem, aos 47 anos, vítima de uma hepatite C, o padre Carlos Pessôa, que durante 10 anos foi pároco da Paróquia São Benedito, em Bauru. Em 2004 ele foi transferido para a Igreja de Santa Luzia, em Duartina, onde continuou seu trabalho por mais seis anos. Às 10h de hoje será celebrada missa de corpo presente na igreja de São Benedito, em Bauru. O enterro será em Lajes (RN), sua cidade natal.

Muito conhecido por suas missas carismáticas e de cura, padre Carlos perdeu o baço em um acidente de trânsito em 1995, e em consequência teve que se submeter a uma transfusão de sangue. Durante este procedimento, contraiu o vírus da hepatite C.

O pároco, que nasceu na cidade de Lajes, no Rio Grande do Norte (RN), cursou filosofia e teologia na Faculdade do Rio de Janeiro. Foi ordenado sacerdote em setembro de 1990, na cidade de Nápoles, na Itália, e em seguida veio para Bauru, onde atuou por 10 anos até ser transferido para Duartina.

Além de padre e amigo dos fiéis, ele também foi escritor. Entre suas obras estão os livros “Tempo de rezar”, “Sementes de esperança” e “Chamas da oração”, entre outros.

O padre ficou conhecido por onde passava por arrebanhar fieis trazendo-os de volta para o convívio da igreja católica. “Ele é um iluminado de Deus que arrebanhou as pessoas que estavam afastadas da igreja. Ele era muito carismático e amigo de todos”, relata a coordenadora de liturgia da Igreja de Santa Luzia, Lourdes Reis.

Cristina Fernandes, que foi ministra da eucaristia por quatro anos ao lado de padre Carlos, se emociona ao falar da trajetória dele na cidade de Duartina. “Ele foi uma pessoa maravilhosa, um amigo dos fiéis. Mesmo doente, ele nunca deixou de fazer o seu trabalho. Deu tudo de si para conseguir cumprir todas as celebrações”, frisa, emocionada.

Cristina também confessou que o padre algumas vezes chegou a tomar medicação durante a missa, mas que mesmo doente, nunca deixou de atender os fieis. “Ele tinha um carinho especial pelos idosos. Transmitia muita paz em suas orações e isso a gente nunca mais vai ter”, lamenta.

Padre Carlos foi fiel à sua missão até o último momento. Ele celebrava missas de renovação carismática e de cura, que começaram a diminuir de frequência com o agravamento de sua doença.

No período em que foi pároco em Duartina, realizou ações como as que formaram o grupo de coroinhas e a Pastoral da Adoração ao Santíssimo Sacramento. O padre atendia também a paróquia de Lucianópolis.

Padre Carlos chegou ao Hospital da Unimed de Bauru no último dia 14 para fazer exames de rotina. Permaneceu internado até o dia seguinte, quando manifestou os primeiros sinais de agravamento da hepatite C e foi encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital. “Meu marido esteve com ele no hospital. Ele não reclamava de nada”, relata Cristina Fernandes.

Ao meio-dia de ontem, ele faleceu. O corpo chegou à paróquia de Santa Luzia para ser velado por volta das 18h10, onde os fieis o aguardavam. Emocionados, se organizaram em duas filas para prestar a última homenagem ao sacerdote. “O padre Carlos era uma pessoa de Deus, maravilhosa. Nós saímos do trabalho e viemos prestar a última homenagem a ele”, enfatizou Renata Reis, ao lado de Isabel Aparecida e Maria Claudiana Reis, moradoras de Duartina e admiradoras do trabalho do padre. Às 20h de ontem foi realizada, na mesma paróquia, uma missa de corpo presente.

O corpo do padre Carlos Pessôa deve chegar a Bauru na manhã de hoje e será encaminhado à Paróquia de São Benedito. Às 10h será celebrada missa de corpo presente na igreja. Depois, ele será levado para a cidade de Lajes, onde será sepultado.


Fonte: http://www.jcnet.com.br/detalhe_geral.php?codigo=181209

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