sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Metalúrgicos de SP em campanha consideram Serra inimigo número 1

Cerca de 5.500 trabalhadores metalúrgicos paralisaram suas atividades e se reuniram nesta quinta-feira (14), na zona leste da cidade de São Paulo, para realizar uma assembleia com vistas à campanha salarial da categoria. A manifestação foi uma iniciativa do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, filiado à Força Sindical.

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Representantes da CTB e da CGTB também estiveram presentes à reunião, que, além de tratar dos rumos da campanha salarial da categoria, também colocou em discussão a necessidade de os trabalhadores se mobilizarem em torno da disputa eleitoral pela Presidência da República.

O reajuste que vier a ser conquistado pelos metalúrgicos afetará cerca de 800 mil trabalhadores em todo o estado, segundo o presidente do Sindicato, Miguel Torres. Ele definiu a manifestação desta quinta-feira (14) como o primeiro passo efetivo da campanha e prometeu outra atividade semelhante para a próxima semana, mas na zona sul da cidade. Caso não haja a devida contrapartida do patronato, a categoria demonstrou nesta quinta-feira que está disposta a entrar em greve.

“Nossa data-base é somente em 1º de novembro, mas achamos por bem que era necessário começar a tratar desse assunto com a base o quanto antes. As negociações com o patronato estão muito ruins, pois eles vêm novamente com um discurso pessimista, ignorando o bom momento vivido pela economia do país”, explicou Miguel Torres, que atualmente também ocupa interinamente o cargo de presidente da Força Sindical.

João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, entende que o caminho adotado pelos metalúrgicos de São Paulo é correto. Ele entende que é preciso implementar uma série de mobilizações, com paralisações, para pressionar o empresariado nas negociações. “Temos este ano a vantagem de partir de um certo parâmetro, pois várias categorias já obtiveram bons reajuste, alguns bem acima da inflação, graças ao momento vivido pelo país”, comentou.

Dilma, Conclat e novas conquistas

João Batista Lemos, secretário de Relações Internacionais adjunto da CTB, definiu a assembleia como um ato de grande combatividade e destacou a unidade vista entre os trabalhadores presentes em torno do apoio à candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República.

Todos os dirigentes que fizeram uso da palavra destacaram a importância da batalha do segundo turno e o caráter decisivo que essa disputa terá para a classe trabalhadora. Novas conquistas como o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanas e a adoção do projeto elaborado pelas centrais sindicais na Conclat estarão em jogo no dia 31 de outubro. “Tudo isso passa pela vitória da Dilma”, afirmou Batista.

Nesse sentido, os metalúrgicos e dirigentes reunidos na assembleia tacharam José Serra como o inimigo número 1 dos trabalhadores e reforçaram que estarão juntos para impedir, nas urnas, sua vitória. “A unidade das centrais para levar a Agenda da Classe Trabalhadora adiante será fundamental”, alertou Batista.

Paulinho da Força, reeleito deputado federal com mais de 250 mil votos, lembrou em seu discurso de outro aspecto fundamental que estará em jogo na disputa presidencial: a forma como os projetos de interesse da classe trabalhadora irão tramitar em Brasília em 2011.

Apesar dos bons resultados obtidos pelos partidos que compõem atualmente a base aliada do governo Lula, Paulinho destacou que esse cenário pode ser facilmente alterado com a eventual vitória do candidato tucano. “Ainda não há uma maioria consolidada do ponto de vista programático”, disse, para em seguida lembrar que somente a eleição de Dilma poderá resultar em reais avanços para a classe trabalhadora.

Próximo ato

O ato da zona sul já está marcado para a próxima semana. Ele será realizado no dia 21 de outubro (quinta-feira), às 8h, no canteiro central da Avenida das Nações Unidas, altura do número 22.000, em frente à MWM.

Fernando Damasceno – Portal CTB

Retirado do Portal Vermelho

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