segunda-feira, 3 de outubro de 2011

“Façam o que eu digo, não o que eu faço”

Ghosn, da Nissan-Renault, com Dilma: ninguém quer perder o mercado brasileiro

Outro dia a gente escreveu aqui que, apertando na importação de veículos prontos, as montadoras não iam fugir daqui. Não iam e não vão.

O presidente mundial da Nissan-Renault, Carlos Ghosn, deu uma declaração que mostra como essa história de que o aumento do IPI vai tornar o Brasil pouco atraente para as grandes montadoras de automóveis é uma furada.
Ele, que tem de conhecer como são as regras em toda a parte do mundo, disse que o índice de 65% de nacionalização para que o veículo não pague a alíquota é baixo se comparado ao de outros países que recebem investimentos das montadoras globais. A China, por exemplo, exige uma taxa de nacionalização de peças e partes de 90% e a Índia, de 95%.

Ah é, né? Façam o que eu disse, mas não façam o que eu faço, parece ser a filosofia dos que dizem que defender que a indústria e o emprego fiquem aqui. Eles, a gente até entendem. Não dá para entender são os brasileiros que acham que o país deve ser o negócio da China para os outros e não para o Brasil.

Ghosn, que foi anunciar a expansão da fábrica da Renault no Paraná e a implantação de uma unidade da Nissan no Rio de Janeiro, ao afirmar que, para o grupo, “ a estratégia não considera o número atual de 3,6 milhões de carros vendidos por ano no país, mas cerca de 4,5 milhões ao ano daqui a cinco anos”, mostra que ninguém, muito menos os chineses, vão querer ficar de fora deste imenso mercado.

O Brasil, finalmente, passou a jogar com o que ele tem: seu tamanho e seu potencial de crescimento.
 

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