terça-feira, 4 de outubro de 2011

Ministro da Educação defende carga menor de conteúdo no ensino médio

Do G1

'Currículo precisa ser mais sensato', disse Haddad no Senado.
Para ele, Brasil teve avanços tímidos de qualidade do ensino médio.

O ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu nesta terça-feira (5), em audiência na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado, em Brasília, uma redução da carga de conteúdos do ensino médio. “Temos de caminhar na direção de um currículo mais sensato e menos sobrecarregado”, afirmou. O ministro destacou que enquanto o ensino fundamental respondeu aos estímulos governamentais, mas o ensino médio os avanços têm sido mais tímidos do ponto de vista da qualidade.


O ministro disse também que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não serve para avaliar a qualidade das escolas. Segundo ele, a matriz do Enem é mais leve do que um vestibular tradicional, mas ainda é mais pesada do que deveria ser o currículo do ensino médio. Haddad defendeu um aumento do índice mínimo de participação para a nota ser considerada. Atualmente, a participação mínima de 2% dos estudantes permite à escola ter sua nota do Enem computada.

Para Haddad, a comparação feita com base nos dados do Enem é "injusta", uma vez que há variáveis que não são consideradas nas notas divulgadas. Ele disse, por exemplo, que as escolas particulares investem de três a dez vezes mais por aluno do que as públicas. Em sua avaliação, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é mais apropriado para avaliar as escolas de ensino médio no Brasil.

Haddad disse ainda que o ranking de desempenho das escolas no Enem provoca distorções. Na edição de 2010, somente 13 escolas públicas apareceram entre as cem melhores . “A escola pública recebe todo mundo, não há seleção . É o quilombola, o filho do pescador, o indígena, o negro e o pobre”, destacou. “Já a escola particular recebe filhos da classe média alta, a escola particular ainda conta com os recursos da ordem de 3 a 10 vezes aqueles com que a escola pública conta.”

O ministro disse ser a favor de aulas em tempo integral para o ensino médio das escolas públicas. “Com o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), nos vamos estar com o ensino médio integral à mão. Assim que aprovarmos o Pronatec, o Brasil começa a implantar, rapidamente, o ensino médio de tempo integral, ou com educação profissional ou com outras alternativas de formação do jovem.”

(*) Com informações da Agência Brasil e da Agência Senado

Fonte: G1

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