Movimento sindical desmancha discurso do Governo do Estado
O movimento Sindical no RN tem desorganizado o discurso descomprometido do Governo com dados que a própria administração admite a existência, quando são convenientes para os gestores.
No dia 8 de julho deste ano, o governo assinou um documento que garantia o pagamento dos Planos de Carreira ao funcionalismo público sem prever qualquer condição para que isso fosse feito. No entanto, no momento de cumprir o acordo tentou desfazer o discurso anterior, dizendo que as categorias estavam com “amnésia coletiva”. Os Sindicatos, por sua vez, reagiram, veiculando para a população o documento assinado pelo próprio Governo como garantia do pagamento. A sociedade, então, entendeu quem, de fato, estava com amnésia.
Para provar que a Lei de Responsabilidade Fiscal não era empecilho para o pagamento, ao contrário do que o Governo afirma, também foram tomadas providências. Os estados que já desvincularam os aposentados e pensionistas da Folha de Pagamento de Pessoal, transferindo-os para a previdência foram mostrados, para provar a possibilidade de se fazer o mesmo no RN e, com isso, o Estado sair do limite prudencial da LRF. Foram apresentados documento legais, citados em nota técnica do Dieese para fundamentar a proposta das categorias.
No quesito arrecadação, há muito mais contradição do Governo, pois nunca se arrecadou tanto como agora e não há como alegar que os pagamentos não sejam feitos por falta de dinheiro. O que o Governo não quer, como o próprio secretário de Planejamento já afirmou, é fazer projeção, ou seja, assumir compromisso com os Sindicatos. Contra isso, os representantes das categorias mostraram os royalties recebidos pelo Governo e outras fontes de arrecadação do Estado.
Com todas essas contradições, há, no entanto, outra coisa que incomoda muito mais o Governo do Estado: as denúncias feitas contra o projeto do governo Rosalba, composto por exibições de obras grandiosas que ainda estão por vir, enquanto o funcionalismo público amarga a falta de compromisso dos gestores com as pessoas que garantem a manutenção da máquina pública.
Há outro ponto importante que tem sido mostrado constantemente pelos sindicatos: o endividamento público potiguar. A governadora contraiu um empréstimo de R$1 bilhão para obras no Estado, em nome do emprego. Emprego para pessoas que trabalham como peões, recebendo o salário mínimo, trabalhando 8 horas diárias, em condições que estimulam o esgotamento físico. Mas, é preciso que alguém faça as obras, o Estado precisa crescer. Alguém precisa ser o peão da história e essa tarefa, definitivamente, tem que ser das classes menos abastadas e excluídas dos planos do Governo. É a lógica da administração.
Após tantos desencontros de informação, a coordenadora geral do Sinte, Fátima Cardoso, questiona se o Governo também irá desqualificar institutos como o IBGE e a FGV quando o anúncio que for feito por eles agradar aos gestores. “Será que em tal situação os institutos de pesquisas também deverão ser desacreditados? Vamos esperar para ver. Pelo sim e pelo não, o movimento sindical não vai cair em provocação, vamos continuar respeitando as autoridades, discordando com fundamentação e vamos à vitória.”, diz a sindicalista.
Fonte: SINTE-RN
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