segunda-feira, 24 de maio de 2010

BNDES estima R$ 1,3 tri de investimentos até 2013


Autor(es): Agencia O Globo/Henrique Gomes Batista
O Globo - 24/05/2010

Mapeamento inclui Olimpíadas e Copa, e constata que Brasil terá 54,6% a mais que o realizado de 2005 a 2008

Um mapeamento do BNDES indica que R$ 1,324 trilhão será investido no Brasil de 2010 a 2013. O estudo considera projetos em andamento e intenções de investimento da indústria, do setor de infraestrutura e, ainda, em projetos de edificações (grupo que inclui moradias e infraestrutura urbana e esportiva para a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016). Este valor é 54,6% superior ao investimento acumulado no país de 2005 a 2008, que somou R$ 856 bilhões.

E, considerando só os dados de indústria e infraestrutura (o levantamento sobre projetos de edificações só começou a ser feito agora), este foi o melhor resultado para um mapeamento de investimentos do BNDES desde antes da crise financeira internacional. Em agosto de 2008 — portanto, antes da eclosão da crise — o banco mapeou R$ 781 bilhões em projetos para o período de 2009 a 2012. Agora, serão R$ 859 bilhões em investimentos de infraestrutura e indústria de 2010 a 2013.

— Os números absolutos voltaram acima das expectativas de antes da crise. Os dados demonstram que o ciclo de investimento está vivo — afirmou Ernani Torres, superintendente de Pesquisa e Acompanhamento Econômico do banco.

Graças ao pré-sal, setor de petróleo deve receber R$ 340 bi O mapeamento inclui projetos que não serão necessariamente financiados pelo BNDES e também iniciativas públicas, como em saneamento. Na indústria, são levados em conta os setores de petróleo e gás, extrativa mineral, siderurgia, química, veículos, eletroeletrônica e papel e celulose — praticamente 70% dos investimentos da manufatura brasileira.

Em infraestrutura, estão energia elétrica, telecomunicações, saneamento, ferrovias, transporte ferroviário e portos — 98% do setor.

Na indústria, o destaque é petróleo e gás, graças ao pré-sal. Os investimentos nos quatro anos, incluindo o atual, devem chegar a R$ 340 bilhões.

No estudo de agosto de 2008, a previsão era de R$ 270 bilhões — e só aumenta, desde então.

O levantamento indica forte crescimento de investimento em papel e celulose, automotivo e químico. Mesmo setores com expectativa menor (extrativa mineral, com R$ 52 bilhões previstos contra R$ 72 bilhões de antes da crise) e siderurgia (R$ 51 bilhões, R$ 10 bilhões a menos que em agosto de 2008), estão em expansão.

Na infraestrutura, o destaque é para energia, que deve receber R$ 98 bilhões.

Embora a previsão seja inferior a de antes da crise (R$ 119 bilhões para os quatro anos seguintes), Fernando Puga, chefe de Acompanhamento Econômico e de Operações do banco, lembra que a queda se deve à troca de 2009, no primeiro levantamento, por 2013. Segundo ele, as previsões estão muito conservadoras e desconsideram as novas hidrelétricas. Situação semelhante ocorre no setor de telecomunicações, que terá de 10% a 20% mais investimentos com o Plano Nacional de Banda Larga: — Mas os principais destaques são os crescimentos previstos em ferrovias, muito influenciado pelo trem de alta velocidade entre Rio, São Paulo e Campinas, e no setor de portos.

Na área de edificações, os destaques são, além do Minha Casa, Minha Vida, investimentos para Copa e Olimpíadas, que devem chegar a R$ 59 bilhões entre este ano e 2013 — 80% deles oriundos dos cofres públicos.


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