Acordo de Teerã abre caminho para o diálogo
Jornal do Brasil - 25/05/2010
Carta reforça ação do Brasil e enfraquece sanções.
O governo do Irã entregou ontem à Agência Internacional de Energia Atômica, conforme o combinado, uma carta na qual formalmente aceita os termos do acordo em torno de seu programa nuclear, costurado com a intermediação do Brasil e da Turquia, há pouco mais de uma semana. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, saudou a decisão iraniana, que "abre caminho para uma solução negociada", e indicou que deveria ser avaliada pelo Conselho de Segurança. O documento é um gesto de boa vontade do regime de Ahmadinejad - a libertação do cineasta Jafar Panahi, em greve de fome desde sua prisão, sob acusação de prejudicar a imagem do país somados à reação do secretário-geral enfraquecem a pressão por novas sanções e deixam os EUA em crescente isolamento na gestão da crise.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, confirmou que Teerã apresentou segunda-feira uma carta à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre o acordo para troca de urânio intermediado pelo Brasil e pela Turquia na semana passada. Segundo Ban, se o documento for endossado pela AIEA, o acordo pode abrir caminho para uma solução negociada para o impasse nuclear iraniano. O acordo é a maior esperança para o Irã de evitar sanções propostas pelos EUA na ONU.
Se aceito e cumprido, o acordo pode servir como uma importante medida de construção de confiança e abrir as portas para uma solução negociada para a questão nuclear iraniana sublinhou Ban, após reunião com o diretor-geral a AIEA, Yukiya Amano.
O secretário-geral pediu que Teerã mostre maior transparência a respeito de seu programa nuclear e enfatizou a importância da completa cooperação do país com a AIEA e o completo consentimento com resoluções do Conselho de Segurança.
Rejeição
O governo americano desconsidera o acordo, dizendo que ele não atende às preocupações internacionais sobre a natureza do programa nuclear iraniano. A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse repetidas vezes não esperar que o Irã dê qualquer resposta séria às preocupações do Ocidente até que a ONU elabore sanções contra o país. Segunda-feira, os Estados Unidos também receberam uma cópia da carta iraniana enviada à AIEA. Em 13 parágrafos, o documento reitera que o Irã é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas e que inspetores da agência e da Turquia poderão acompanhar todo o processo de troca de urânio.
Em seu programa de rádio, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, elogiou a iniciativa iraniana, dizendo que a carta demonstra que Teerã já começou a cumprir o compromisso subscrito no acordo apesar da rejeição americana. A Turquia qualificou por sua vez a notícia de passo significativo.
Lula se reúne quinta-feira em Brasília com o premier turco para intensificar as negociações pelo diálogo, no mesmo dia em que Ban Ki-moon chega ao Rio para participar de um fórum da ONU. Segunda-feira, o chefe do governo turco tentou convencer o presidente francês Nicolas Sarkozy a apoiar o acordo.
Jornal do Brasil - 25/05/2010
Carta reforça ação do Brasil e enfraquece sanções.
O governo do Irã entregou ontem à Agência Internacional de Energia Atômica, conforme o combinado, uma carta na qual formalmente aceita os termos do acordo em torno de seu programa nuclear, costurado com a intermediação do Brasil e da Turquia, há pouco mais de uma semana. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, saudou a decisão iraniana, que "abre caminho para uma solução negociada", e indicou que deveria ser avaliada pelo Conselho de Segurança. O documento é um gesto de boa vontade do regime de Ahmadinejad - a libertação do cineasta Jafar Panahi, em greve de fome desde sua prisão, sob acusação de prejudicar a imagem do país somados à reação do secretário-geral enfraquecem a pressão por novas sanções e deixam os EUA em crescente isolamento na gestão da crise.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, confirmou que Teerã apresentou segunda-feira uma carta à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre o acordo para troca de urânio intermediado pelo Brasil e pela Turquia na semana passada. Segundo Ban, se o documento for endossado pela AIEA, o acordo pode abrir caminho para uma solução negociada para o impasse nuclear iraniano. O acordo é a maior esperança para o Irã de evitar sanções propostas pelos EUA na ONU.
Se aceito e cumprido, o acordo pode servir como uma importante medida de construção de confiança e abrir as portas para uma solução negociada para a questão nuclear iraniana sublinhou Ban, após reunião com o diretor-geral a AIEA, Yukiya Amano.
O secretário-geral pediu que Teerã mostre maior transparência a respeito de seu programa nuclear e enfatizou a importância da completa cooperação do país com a AIEA e o completo consentimento com resoluções do Conselho de Segurança.
Rejeição
O governo americano desconsidera o acordo, dizendo que ele não atende às preocupações internacionais sobre a natureza do programa nuclear iraniano. A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse repetidas vezes não esperar que o Irã dê qualquer resposta séria às preocupações do Ocidente até que a ONU elabore sanções contra o país. Segunda-feira, os Estados Unidos também receberam uma cópia da carta iraniana enviada à AIEA. Em 13 parágrafos, o documento reitera que o Irã é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas e que inspetores da agência e da Turquia poderão acompanhar todo o processo de troca de urânio.
Em seu programa de rádio, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, elogiou a iniciativa iraniana, dizendo que a carta demonstra que Teerã já começou a cumprir o compromisso subscrito no acordo apesar da rejeição americana. A Turquia qualificou por sua vez a notícia de passo significativo.
Lula se reúne quinta-feira em Brasília com o premier turco para intensificar as negociações pelo diálogo, no mesmo dia em que Ban Ki-moon chega ao Rio para participar de um fórum da ONU. Segunda-feira, o chefe do governo turco tentou convencer o presidente francês Nicolas Sarkozy a apoiar o acordo.
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