BRASÍLIA. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o Brasil se aproxima de uma situação de pleno emprego, mas melhor do que na década de 1970, quando o país vivia sob ditadura militar. Para ele, a situação está cada vez mais confortável e será crucial para continuar fazendo a economia brasileira girar, o setor produtivo realizar novas contratações e o bem-estar da população aumentar.
— Eu entrei no sindicalismo em 1969. Na década de 70 nós tínhamos pleno emprego e nenhuma liberdade política. Hoje nós estamos criando uma situação de emprego confortável e temos total liberdade política. Se o Brasil continuar assim, eu penso que nós daremos um salto de qualidade extraordinário para ser um dos países do mundo com o menor índice de desemprego — disse Lula.
Os comentários foram feitos no programa semanal de rádio “Café com o presidente”, no qual Lula citou os últimos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Em abril, foram criados 305 mil empregos com carteira assinada, elevando o saldo entre admissões e desligamentos do ano para 962 mil postos. O presidente manteve a projeção de que serão abertas em 2010 dois milhões de vagas.
— Nós queremos que o Brasil tenha pleno emprego, nós queremos que o Brasil tenha uma situação confortável, que as pessoas possam viver bem. Nós, há muito tempo, não temos uma situação dessas — avaliou Lula.
Pleno emprego é um conceito econômico que designa um ambiente favorável à geração de vagas. Não se trata de desemprego zero, pois há sempre uma taxa de desocupação residual na economia, como no caso de jovens que estão em busca do primeiro emprego, por exemplo.
A taxa de desemprego no Brasil nas seis maiores regiões metropolitanas do país ficou em 7,4% em março, no melhor resultado para este mês desde 2002, quando começou a atual série histórica do IBGE. Ela chegou a 13,1% em abril de 2004.
O presidente salientou que a crise financeira global que explodiu em 2008 provocou retração do número de empregados em várias partes do mundo tanto naquele período quanto ao longo de 2009, mas não no Brasil.
— Por isso eu estou feliz e vamos continuar trabalhando para a economia continuar crescendo, a inflação controlada, porque o Brasil não vai jogar fora as oportunidades do século XXI — concluiu Lula.
Mercado aumenta projeção do PIB para 6,46% e vê inflação de 5,67% Com a economia aquecida, o mercado financeiro não para de elevar suas previsões para o comportamento da inflação e do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos pelo país) este ano. Segundo a pesquisa Focus, do Banco Central (BC), os economistas preveem que a inflação pelo IPCA fechará 2010 em 5,67%, acima dos 5,54% da semana anterior, no 18º aumento seguido das estimativas.
Para 2011, as previsões continuam em 4,80%. O centro da meta de inflação perseguida pelo governo para este e para o próximo ano é de 4,50%.
Já as estimativas para o PIB de 2010 subiram, pela décima semana seguida, de 6,30% para 6,46%. Com inflação em alta e a economia aquecida, a aposta é que a taxa básica de juros Selic — hoje em 9,50% ao ano — vai continuar sendo elevada pelo Banco Central. Pela mediana do mercado, ela fecharia 2010 a 11,75% e 2011 a 11,50%.
Segundo dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, a média diária das exportações brasileiras em maio está em US$ 822,4 milhões — a mais alta do ano e 8,5% maior que a registrada em abril. No mês, as vendas externas do país acumulam US$ 12,33 bilhões e as importações, US$ 10,32 bilhões, o que resulta num superávit de US$ 2,01 bilhões. A melhora nas exportações foi principalmente graças ao reajuste nos preços do minério de ferro, que começa a aparecer agora nas estatísticas.
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