sábado, 7 de junho de 2014

Gringos, o Brasil é o melhor país do mundo, aprendam!

"Daí é que ando orgulhoso de ver na TV o rosto de TODOS os jogadores e membros de comissões técnicas de tantos países, que já desembarcaram no Brasil para a Copa, um ar de admiração, tranquilidade, felicidade e até de surpresa pelo que já encontraram."
"E olha que não viram nem 5% do que os espera."




Como jornalista não sou de viajar.

Sempre fui de estúdio, não de estádio.

Um âncora indoor, não outdoor.

Aliás, no Brasil, o primeiro de mídia esportiva eletrônica de rádio, a partir do estúdio.

Coisa do "Terceiro Tempo", que nasceu na Rádio Jovem Pan I AM em meio à Copa de 1982.

Estevam Sangirardi, meu amigo e dono do épico "Show de Rádio", deu belo e surpreendente "cano" na emissora na hora mais indevida do mundo, foi para a Rádio Bandeirantes e o pós-jogo da Pan virou um enorme buraco.

Ele foi tapado pelo "engenheiro" Antonio Augusto "Tuta" Amaral de Carvalho utilizando a equipe de rádio como material de construção e eu como argamassa.

Até relutei, quase pipocando.

Achava que o programa ia durar um mês, no máximo.

Mas Randal Juliano, experiente e arguto, cochichou um conselho em meu ouvido durante um "Jornal dos Esportes", bela criação (não mantida hoje em sua essência) do também saudoso jornalista Cândido Garcia.

"Mineiro, deixa de ser burro, esse programa nunca será a mesma coisa todo dia porque todo jogo é diferente. Assim, acredite, capriche e boa sorte", acalmou-me.

Randal Juliano Mattosinho acertou em cheio já 32 anos de vezes e hoje o nome "Terceiro Tempo" em programas esportivos pós-jogo no rádio e TV virou marca e sinônimo forte como Xerox, Viagra, Gillete e etc...

Enfim, não sou de viajar.

Mas já dei meus pulinhos por aí neste mundão de Deus.

Num deles, em Toronto, em 1986, fui cobrir a Macabíada Panamericana Juvenil naquela maravilhosa cidade canadense.

Ficamos, em grupos de três ou quatro garotos brasileiros poliglotas, em casas de famílias locais de judeus.

A competição dos macabeus sempre teve mais fundo religioso e de união de seus povos do que de competição esportiva.

E no primeiro café da manhã, em meio a tantos cereais à mesa, os simpáticos anfitriões Absalão e Rebecca quiseram saber de nós se o Brasil já tinha descoberto o... milho!

Sim, para eles, na maior sinceridade possível de quem achava que o Brasil era um "paiséco" folclórico, minúsculo ou até indígena de qualquer lugar do mundo, a pergunta não foi ofensiva.

E logo o Brasil, o celeiro do planeta, hein?

Já Mike Tyson, mesmo sendo talvez uma "toupeira", também foi um referencial da ainda completa desinformação do mundo sobre nosso país.

Tyson, logo depois de embolsar 60 mil dólares para participar do ótimo e fugaz programa esportivo de TV de Maradona, em 2006, em Buenos Aires, deu um pulo até São Paulo.

E foi com seu staff jantar no Barbacoa - Itaim Bibi.

Eu estava lá com amigos, Tyson parou o restaurante e o assédio foi inevitável.

Deu uma improvisada coletiva para comensais poliglotas e de um deles, eu, monoglota, quis saber o motivo de tantas risadas.

É que Mike Tyson era todo elogios para São Paulo, dizendo de sua surpresa, porque imaginava que o próprio aeroporto era cercado e dominado por leões, girafas, macacos, cobras, rinocerontes e zebras.

E que nas poucas cidades do Brasil, sem nenhum prédio, as mulheres andavam todas nuas pelas ruas como o sexo liberado porque "as índias eram de quem as quisesse".

Ignorante ou não, era a "informação" que Tyson tinha sobre nosso país.

E sabiam que muita gente ainda pensa assim no mundo?

Sim, mas e daí?

Daí é que ando orgulhoso de ver na TV o rosto de TODOS os jogadores e membros de comissões técnicas de tantos países, que já desembarcaram no Brasil para a Copa, um ar de admiração, tranquilidade, felicidade e até de surpresa pelo que já encontraram.

E olha que não viram nem 5% do que os espera.

Belos CTs, comida sem igual no mundo, hospitalidade de primeiro nível, shoppings monumentais, arquitetura ímpar, cidades verticais como nos EUA, nossos estádios lindos, mesmo que com saltos orçamentais, paisagens deslumbrantes e um povo bonito e acolhedor.

Gente, já ganhamos a Copa só no bom susto que nossos visitantes levaram no primeiro piscar de olhos.

Eles sacaram que estão no melhor lugar do mundo e voltarão para seus países tendo descoberto o Brasil como nossos novos Pedro Álvares Cabral e nunca mais falarão mal da gente.

Mesmo com tantas greves e bagunças oportunistas que serão abafadas pela bola, pela beleza e pelo amarelo de nosso moderno país.

Nenhum comentário: