Desde a descoberta das jazidas do présal, a coalizão eleitoral conservadora tentou barrar o debate e a aprovação de novos marcos regulatórios que pudessem dificultar o avanço das petroleiras mundiais sobre essas riquezas. Serra mais de uma vez advogou o adiamento da discussão para 2011, na esperança de que sua eventual vitória ampliasse a margem de manobra política para reverter a estratégia de soberania formulada pelo governo Lula.
A ofensiva conservadora foi derrotada primeiro na Câmara e, no dia 10 de junho, também no Senado. Com voto contrário dos DEMOs e do PSDB, base política do candidato José Serra, o poder Legislativo aprovou o projeto de lei que cria a Pré-Sal Petróleo S.A, empresa estatal que assumirá a gestão das maiores jazidas de petróleo descobertas no planeta nas últimas décadas. No último dia 2 de agosto, o Presidente Lula sancionou na criação da Pré-Sal Petróleo S.A. Mas eles não desistiram. O objetivo agora é sabotar a capitalização da Petrobras, passo financeiro indispensável para reunir os recursos que permitirão à empresa exercer o comando efetivo da pesquisa e exploração dos novos campo. Se a capitalização fracassa, a soberania aprovada democraticamente vira letra morta. Os interesses das petroleiras internacionais, então, poderão alegar ‘incapacidade financeira’ da estatal brasileira para exercer suas atribuições. Terão,sem dúvida, espaço na mídia para ecoar os tambores do entreguismo. Um aperitivo pode ser saboreado na manchete desta 5º feira da Folha de São Paulo, um jornalismo, como se sabe, acima de qualquer suspeita. Aspas para as letras garrafais da 1º página da Folha: ‘ Procurador pede apuração que pode contestar o pré-sal ‘. No texto, a estratégia escancarada assinala: '(este é)... o primeiro sinal de que o pré-sal pode ir aos tribunais’. Resumindo, passo 1: tumultuar o mercado para inibir a capitalização através da emisssão de ações pela Petrobras --o que requer um ambiente de segurança para os investidores ; passo 2: requerer a anulação da soberania em tribunais aliados; passo 3: continuar bombando Serra; se ele vencer, fica tudo mais fácil...
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