Marina diz que condena o uso do escândalo da Receita na campanha
A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, sugeriu ontem que o adversário José Serra (PSDB) tenta “se fazer de vítima” para ganhar votos com o escândalo da Receita.
Numa referência ao tucano, a senadora condenou a exploração do caso na campanha e insinuou que ele quer ganhar votos com a quebra do sigilo fiscal da filha.
“As eleições estão indo por um caminho que não interessa ao Brasil”, disse, em entrevista. “Interessa para alguém ganhar as eleições se fazendo de vítima para, de acordo com as circunstâncias, angariar a simpatia do eleitor”.
Evitando citar o nome de Serra, Marina defendeu que o escândalo seja tratado “da forma correta, mesmo que isso não renda votos e simpatia”. E disse não estar certa de sua motivação política, contrariando a tese tucana.
“Nós descobrimos que são milhares de pessoas que tiveram o sigilo violado”, afirmou. “Se isso teve finalidade política é grave, e se não teve, é gravíssimo”.
De acordo com a senadora, o envolvimento de filiados ao PT na violação de sigilos fiscais não é suficiente para comprovar uma tentativa de atingir o PSDB. “Só faz com que a gente exigia cada vez mais a investigação”, disse.
O objetivo de Marina ao criticar Serra é tentar esvaziar o escândalo que, segundo avaliação dos verdes, prejudica sua candidatura na reta final da campanha.
Para o PV, a exploração do caso na propaganda política e no noticiário reforça a polarização entre Dilma e Serra no momento em que a senadora tentava se apresentar como opção para um segundo turno contra a petista.
“Esta é uma briga que não nos convém”, disse um estrategista da campanha. “Uma candidatura de terceira via como a de Marina não tem como se beneficiar de uma troca de acusações entre os rivais.”
Os verdes decidiram ignorar o escândalo na propaganda de TV, por entender que o caso desvia a atenção das propostas de Marina. Ontem, ela falou em mobilização de voluntários e ecologia no programa eleitoral. (FOLHAPRESS)
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