sábado, 11 de dezembro de 2010

Amorim aponta 'perseguição' a fundador do WikiLeaks

Maria Angélica Oliveira Do G1, em São Paulo

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, apontou, nesta sexta-feira (10), uma “perseguição” ao fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, que foi preso nesta semana acusado de crimes sexuais.

Para Amorim, o processo contra Assange foi “desencavado” devido à divulgação de documentos confidenciais produzidos por embaixadas dos Estados Unidos.


Entre os documentos, há relatórios produzidos por embaixadas americanas no Brasil que citam a presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Itamaraty, o posicionamento brasileiro sobre assuntos internacionais e episódios como o processo de compra de caças pelo governo.

“Não há dúvida de que há uma perseguição. Não sei o que o rapaz fez ou não fez lá, não vou entrar no mérito disso, mas evidentemente que tudo disso foi desencavado – e não tenho nenhuma informação privilegiada – porque ele foi inconveniente. E eu sou a favor da total liberdade de informação. Se alguém feriu a lei de segurança lá dos Estados Unidos, é um problema dos Estados Unidos interno. Agora, a divulgação não pode ser cerceada”, afirmou o ministro.

Na quinta, o presidente Lula também criticou a prisão de Assange e prestou solidariedade ao WikiLeaks.

Fofoca e 'top secret'

Em entrevista nesta sexta, Amorim afirmou que os vazamentos dos documentos dos EUA que citam o Brasil não têm o poder de abalar a relação entre os dois países. “A maioria das coisas, ou são irrelevantes, ou eu já sabia, ou tem um valor às vezes de fofoca", disse.

Ele admitiu, no entanto, que a divulgação das mensagens das embaixadas tem até um certo "sabor", mas criticou a cobertura da imprensa, dizendo que a mídia têm tomado as informações divulgadas pelas embaixadas norte-americanas como algo "sacrossanto".

O ministro voltou a reduzir a importância dos documentos afirmando que não há, dentre o que foi divulgado até o momento, nada que seja "top secret", ou seja, de alta confidencialidade.

"É como uma coisa de família: ‘olha o que o seu priminho diz de você por fora’. Agora, ali não tem nenhum top secret. Top secret não está ali. Isto eu posso dizer a vocês". 

Retirado do Blog Aposentado Invocado

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