terça-feira, 25 de agosto de 2009

Dossiê Agripino Maia - Escândalo Rabo-de-Palha

Foto copiada do Blog do Ailton medeiros


Relembrando o "Dossiê Agripino" na Revista Caros Amigos

Em abril de 2008 a revista “Caros Amigos” publicou o Dossiê Agripino Maia, de Leo Arcoverde e a Raquel Souza, sobre as peripécias do senador José Agripino. Não vou reproduzir a matéria na íntegra, mas para quem quiser conhecer melhor o pontífice da moral e da ética do PIG basta ler aqui no Blog do Alisson, destacarei apenas o trecho que demonstra claramente a forma do senador fazer política .


Contextualização:


Em 1979 José Agripino, filho do governador biônico Tarcísio Maia, é empossado como prefeito biônico da capital do Rio Grande do Norte pelo PDS, ex-ARENA.

Terminado o mandato de prefeito, em 1982, José Agripino foi eleito governador pelo PDS ( na época, o mesmo partido do atual presidente do Senado, José Sarney) e teve como adversário Aluízio Alves. Foi muito importante para o seu êxito nessa eleição o voto vinculado – que o povo apelidou de “voto camarão”: o eleitor só podia votar em candidatos de um mesmo partido, sob pena de anular o voto . Na época o PDS tinha tudo, estrutura maior, poder, dinheiro. E isso favoreceu bastante à sua vitória.


"Escândalo Rabo-de-Palha"


Fonte: Revista Caros Amigos


(...)
José Agripino Maia toma posse em 15 de março de 1983 e, dali a dois anos, será flagrado numa reunião com auxiliares e 120 prefeitos, acertando o que constituiria a maior fraude eleitoral da história do Rio Grande do Norte.

Dessa vez, José Agripino queria eleger prefeita de Natal sua secretaria de Promoção Social, Wilma Maia, em 1985. Tinham como adversário o deputado estadual Garibaldi Alves Filho (PMDB), sobrinho de Aluízio e hoje presidente do Senado. O plano foi todo armado em quatro reuniões, no Centro de Convenções, Zona Sul de Natal.

José Agripino simplesmente instruiu os prefeitos a comprar títulos eleitorais, distribuir presentes, incentivar tumultos nos processos de votação e apuração e, ainda, usa veículos oficiais com placas frias para transportar eleitores do interior para a capital. O caso ficou conhecido como Escândalo Rabo-de-Palha, rótulo fornecido pelo próprio José Agripino, que ao final de uma reunião pediu:

- Não podemos deixar rabo-de-palha.

Caros Amigos reproduz aqui parte da conversa. Laudo do Instituto Nacional de Criminalística, da Polícia Federal, diz que a voz é do governador.

José Agripino -Os pobres estão indecisos. É em cima desse povo que você tem que atuar. Com uma feirazinha, com um enxoval, com umas coisinhas.

Iberê Ferreira de Souza (secretário) - O povo mais pobre que não se compromete, troca o voto por qualquer coisa. Botar o milho no bolso, porque sem milho não funciona.

Álvaro Alberto (financiador) - O meu jogo é aberto. Se é preciso comprar os títulos, vamos comprar. Te que gastar dinheiro, tem que chegar com o dinheiro.

O conceito de democracia de Agripino é peculiar, não é adequado a verbete de dicionário, serve apenas a ele e seus apaniguados:

- Vamos indicar ma área para vocês trabalharem e inclusive nas áreas modestas, de eleitores indecisos que são sensíveis a uma conversa e a uma negociação, que será feita por nós ou por eles. Democracia é isto!

O conceito de terrorista também:

- E aí eu quero fazer um lembrete: importante não é a quantidade de pessoal, é a qualidade das pessoas, porque, se a gente traz uma mocinha, como eu vi na eleição de 82, mocinhas inexperientes, elas ocupam uma função, não dão conta do recado e perdem fácil para o comunista, o terrorista, que vai se impor, intimidar e ganhar no grito.

(...)




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