por Luiz Carlos Azenha
Em um outro texto desta mesma página eu escrevi sobre o que vejo na conjuntura econômica internacional.
Agora vamos ao detalhamento do que penso sobre o Partido Verde, que se estende a uma parcela considerável dos ambientalistas brasileiros.
Eles se concentram na defesa da Amazônia, da biodiversidade e do desenvolvimento sustentável — até aí somos parceiros.
Porém, por que eles não se dedicam, prioritariamente, a atacar os problemas ambientais que afetam grandes populações, como os 20 milhões de habitantes da região metropolitana de São Paulo?
Para além do fato de que o PV, em São Paulo, é linha-auxiliar do PSDB — assim como no Rio de Janeiro — há um problema de fundo.
Nenhuma solução ambiental em São Paulo é possível sem a despoluição do rio Tietê e afluentes, que cortam a metrópole.
Qualquer política agressiva para enfrentar o problema requereria o aumento dos impostos e, provavelmente, a adoção e cumprimento de normas rígidas que incidiriam na margem de lucro dos grandes financiadores da aliança… PSDB/PV.
Por outro lado, qualquer solução para os córregos e a várzea do rio Tietê exigiria uma reforma urbana, com a garantia de um estoque de terras suficiente para atender à demanda de milhares de famílias que hoje ocupam terrenos em áreas alagáveis/e ou de mananciais.
Além de exigir dinheiro, ou seja, mais impostos, essa reforma incidiria sobre os interesses dos grandes grupos imobiliários e de construção civil que, para todos os efeitos, legislam sobre a ocupação urbana em São Paulo.
Estes grupos são, por sua vez, os grandes financiadores da mídia escrita — Folha, Estadão, editora Abril –, com seus empreendimentos imobiliários que não param de surgir em uma cidade absolutamente saturada e completamente desorganizada.
A quem serve a “desorganização”? À especulação imobiliária.
Um verdadeiro Partido Verde deveria denunciar estes conluios que degradam a vida humana na metrópole. Mas, em vez disso, o PV prega que troquemos o plástico por sacolas de pano no Pão de Açúcar.
Retirado do Vi o Mundo
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