FALTAM SETE DIAS
MÍDIA DEMOTUCANA SAI DO ARMÁRIO E ASSUME:
O MAL a EVITAR É A DEMOCRACIA
A sete dias das eleições, o jornal O Estado de São Paulo adota a sugestão feita pelo Presidente Lula que, em recente entrevista ao Portal Terra, aconselhou a mídia demotucana a assumir honestamente a defesa de seu candidato nas eleições, sem insistir na patética simulação de uma eqüidistância jornalística ausente das páginas do noticiário. A retardada coragem do jornal paulista é digna de registro. Não tanto pelo impacto residual neste pleito, mas pelo efeito espelho capaz de desmascarar simulacros equivalentes, ou piores –caso da Folha, por exemplo, que insiste em evocar a condição ‘jornalística ‘ de uma pauta em intercurso explícito com a propaganda demotucana.
Há, como se sabe, uma longa fila de outros veículos agarrados ao armário das dissimulações nesse momento. Nisso se diferencia a família Mesquita ao publicar o editorial deste domingo, para dizer que, sim, sempre teve candidato na disputa sucessória de 2010. A diferença com veículos como Carta Maior, por exemplo, que registrou seu apoio a Dilma Rousseff logo no início da corrida eleitoral, não é, todavia, apenas de escala temporal. A verdade é que no caso do jornal da família Mesquita –mas também da Folha, Globo etc-- persiste uma dissimulação de fundo mesmo quando se admite o engajamento. ‘O Mal a Evitar’ , titulo do manifesto de apoio a Serra publicado pelo Estadão, vem se juntar a uma longa lista de apoios antecedentes do mesmo gênero, expressos com a mesma ressalva mitigatória pela mídia demotucana em diferentes momentos históricos. Incluem-se nessa modalidade de ‘ação preventiva e profilática’ o apoio dado pelas convicções liberais do Estadão, por exemplo, ao sangrento golpe desfechado em 1973 pelo General Augusto Pinochet contra o governo democraticamente eleito do socialista Salvador Allende, no Chile. Ou o da família Frias à ação repressiva do aparelho policial paralelo no regime militar. Sua cumplicidade histórica com um poder ilimitado, e sanguinolento, empresta aromas de cinismo, para dizer o mínimo, à soberba que exala das 'advertências' típicas de filho mimado da elite inscritas no estilo juvenil mal-educado de seu editorial deste domingo --'Todo poder tem limite'. ‘Mal a evitar’’, na complacente escala de valores democráticos dos Frias & Mesquitas, terá sido, igualmente, seu apoio à derrubada do governo de João Goulart pelo golpe de 64. Por uma dessas finas ironias da história, o Estadão seria uma das vítimas da ditadura que ajudou a instaurar em defesa das 'instituições ameaçadas'. Infelizmente, como se vê neste pleito, o revés foi contabilizado na rubrica dos acidentes de percurso dos autonomeados tutores da democracia, cujos editoriais tomam de assalto as primeiras páginas sempre que a cidadania amplia seus limites ou argui os da mídia conservadora. Foi assim em 64; repete-se agora. Ontem, como hoje, na concepção que ombreia os veículos da chamada grande imprensa, o ‘mal a evitar’ --e o poder a limitar-- será sempre a própria democracia quando passa a ser entendida como espaço daqueles que nunca tiveram espaço na economia e na sociedade. É disso que se trata, admite o editorial dos Mesquitas, quando explicita a necessidade de ceifar pela raiz o 'mal exemplo' que Lula representa para a massa ‘hipnotizada’ (preconceito emprestado de Caetano Veloso), ao afrontar aqueles que, historicamente, sempre foram e assim pretendem continuar, tutores inquestionáveis das finalidades e limites da democracia brasileira.
Há, como se sabe, uma longa fila de outros veículos agarrados ao armário das dissimulações nesse momento. Nisso se diferencia a família Mesquita ao publicar o editorial deste domingo, para dizer que, sim, sempre teve candidato na disputa sucessória de 2010. A diferença com veículos como Carta Maior, por exemplo, que registrou seu apoio a Dilma Rousseff logo no início da corrida eleitoral, não é, todavia, apenas de escala temporal. A verdade é que no caso do jornal da família Mesquita –mas também da Folha, Globo etc-- persiste uma dissimulação de fundo mesmo quando se admite o engajamento. ‘O Mal a Evitar’ , titulo do manifesto de apoio a Serra publicado pelo Estadão, vem se juntar a uma longa lista de apoios antecedentes do mesmo gênero, expressos com a mesma ressalva mitigatória pela mídia demotucana em diferentes momentos históricos. Incluem-se nessa modalidade de ‘ação preventiva e profilática’ o apoio dado pelas convicções liberais do Estadão, por exemplo, ao sangrento golpe desfechado em 1973 pelo General Augusto Pinochet contra o governo democraticamente eleito do socialista Salvador Allende, no Chile. Ou o da família Frias à ação repressiva do aparelho policial paralelo no regime militar. Sua cumplicidade histórica com um poder ilimitado, e sanguinolento, empresta aromas de cinismo, para dizer o mínimo, à soberba que exala das 'advertências' típicas de filho mimado da elite inscritas no estilo juvenil mal-educado de seu editorial deste domingo --'Todo poder tem limite'. ‘Mal a evitar’’, na complacente escala de valores democráticos dos Frias & Mesquitas, terá sido, igualmente, seu apoio à derrubada do governo de João Goulart pelo golpe de 64. Por uma dessas finas ironias da história, o Estadão seria uma das vítimas da ditadura que ajudou a instaurar em defesa das 'instituições ameaçadas'. Infelizmente, como se vê neste pleito, o revés foi contabilizado na rubrica dos acidentes de percurso dos autonomeados tutores da democracia, cujos editoriais tomam de assalto as primeiras páginas sempre que a cidadania amplia seus limites ou argui os da mídia conservadora. Foi assim em 64; repete-se agora. Ontem, como hoje, na concepção que ombreia os veículos da chamada grande imprensa, o ‘mal a evitar’ --e o poder a limitar-- será sempre a própria democracia quando passa a ser entendida como espaço daqueles que nunca tiveram espaço na economia e na sociedade. É disso que se trata, admite o editorial dos Mesquitas, quando explicita a necessidade de ceifar pela raiz o 'mal exemplo' que Lula representa para a massa ‘hipnotizada’ (preconceito emprestado de Caetano Veloso), ao afrontar aqueles que, historicamente, sempre foram e assim pretendem continuar, tutores inquestionáveis das finalidades e limites da democracia brasileira.
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