DAIENE CARDOSO - Agência Estado
A preferência pela continuidade indicada nas pesquisas de intenção de voto nas eleições majoritárias deve se refletir na composição da nova Câmara dos Deputados, aponta levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar do Congresso (Diap). Segundo o Diap, o índice de renovação da Casa deve ficar em torno de 40%, contra 47% da última eleição. O PT é o partido com maior chance de eleger deputados federais, seguido por PMDB e PSDB.
O Diap analisou as chances dos 5.965 candidatos para as 513 vagas na Câmara e considerou o desempenho individual dos candidatos, a popularidade do partido nas últimas cinco eleições, os recursos, as coligações e a vinculação a candidatos majoritários, o apoio governamental e as pesquisas eleitorais. A metodologia considera que os 407 deputados que concorrem à reeleição são competitivos, mas a expectativa é de que entre 270 e 300 permaneçam no cargo. Ou seja, a Câmara deve contar com mais de 200 novatos em 2011.
O PT aparece em primeiro lugar no ranking de chances de eleger deputados federais: dos 371 candidatos nos 26 Estados e no Distrito Federal (DF), 139 deles têm possibilidades de serem eleitos. Bahia, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo devem contribuir com o maior número de deputados petistas no Congresso.
"Na Bahia, o governador (Jaques Wagner) deve ganhar no primeiro turno e a Dilma (Rousseff) deve ficar em primeiro", disse o coordenador da pesquisa, Antônio Augusto de Queiroz. "O PT - que hoje tem seis cadeiras na Casa, deve aumentar em mais três", acrescentou. Já o PMDB, coligado ao PT, aparece em segundo lugar no ranking geral, com chances de eleger 119 dos 422 candidatos.
O PSDB se mantém estável e aparece em terceiro no ranking, com possibilidade de eleger 87 dos 323 candidatos. Em todo o País, os tucanos só lideram em São Paulo, onde podem eleger uma bancada de 16 a 20 deputados, seguidos do PT (de 15 a 18 representantes). De acordo com o coordenador da pesquisa, o DEM deve encolher em números absolutos e o PPS deve perder, proporcionalmente, o maior número de cadeiras.
Na avaliação de Queiroz, o eleitor que opta pela continuidade na eleição majoritária estende o raciocínio para o parlamento. "É considerado o conjunto do governo, o eleitor acha que esse grupo (de candidatos da base do governo) vai dar continuidade ao projeto", analisou.
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