sábado, 24 de julho de 2010

'Daria um cheque em branco para Dilma', diz Lula

Em Garanhuns, sua terra natal, presidente tenta expressar sua confiança na ex-ministra e diz que escolha para sucessão foi 'óbvia'

Andréia Sadi, enviada a Pernambuco

Em discurso de cerca de uma hora nesta sexta-feira, em Garanhuns (PE), sua terra natal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ter feito o “óbvio” ao indicar Dilma Rousseff (PT) como candidata à sua sucessão porque ela tinha “mais chances de fazer as coisas acontecerem”. No segundo ato de campanha ao lado da candidata – o primeiro foi há uma semana, no Rio –, o presidente tentou afirmar sua confiança na ex-ministra da Casa Civil ao dizer que daria um cheque em branco para ela.


Falando a um público de aproximadamente 3.000 pessoas, Lula fez referências à sua trajetória política, numa tentativa de credenciar a candidata para as eleições. “Hoje lembrei do que era Caetés quando nem Caetés era. Foi possível provar que mesmo quem estava no pau-de-arara pode ser presidente”, disse.

Ele lembrou também de sua experiência na campanha presidencial de 1989, quando foi derrotado por Fernando Collor de Mello. “A Marisa [Letícia, primeira-dama] me dizia para desistir, mas na vida não existe desistir enquanto estamos vivos”.

O presidente se disse feliz com o resultado da última pesquisa Vox Populi (em que Dilma aparece à frente do tucano José Serra, com 41% contra 33% das intenções de voto), divulgada nesta sexta-feira e afirmou que no Nordeste agora é proibido ouvir pé de serra, um tipo de forró da região. “Só pode pé de Dilma”, brincou.

Lula aproveitou o discurso ainda para tecer elogios ao ex-presidente da Câmara dos Deputados Severino Cavalcanti, atual prefeito de João Alfredo (PE) – que estava ao lado do presidente para manifestar apoio a Dilma Rousseff.

“A imprensa vai reclamar que citei você. Mas eu vou. A elite te elegeu pra pedir meu impeachment e a mesma elite te tirou depois. A elite brasileira é perversa, mas você não fez o jogo deles”, disse, em referência à eleição de Cavalcanti, então representante do chamado baixo clero da Casa, para o posto-chave.

Ele fez críticas à oposição e disse ter tomado chibatadas, sobretudo do Senado – que aprovou o fim da CPMF, fato lembrado por ele no discurso. “Mas não guardo mágoa”, disse.

No mesmo discurso, Lula fez referência ao impasse sobre a escolha do próximo técnico da seleção brasileira e se lançou candidato à vaga. ”Avisem o Teixeira [Ricardo Teixeira, presidente da CBF] que a partir de janeiro estou desempregado”, disse, seguido de aplausos efusivos da multidão

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