sexta-feira, 23 de julho de 2010

Sabatina do portal R7 com a candidata Dilma Rousseff (PT)

Dilma: oposição é incapaz de ampliar o Bolsa Família

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, disse hoje que a oposição não é capaz de aumentar o alcance do programa Bolsa Família, como vem prometendo. Segundo ela, isso foi demonstrado na administração de programas sociais de São Paulo.


“Eu disse que é impossível que ele [o candidato da oposição] faça isso [duplicar o Bolsa Família]. Ele tinha três programas sociais em São Paulo no período que foi governador. O Renda Cidadã, que era o principal deles, reduziu-se. Não se ampliou”, disse, durante sabatina do Portal R7.

Segundo ela, o estado de São Paulo tem 1,1 milhão de pessoas que recebem o Bolsa Família, porém esse número deveria alcançar 1,4 milhão. “Nós não conseguimos cadastrar. Eles foram governantes do município e não conseguiram cadastrar 300 mil pessoas.”

Dilma disse que há uma diferença entre dizer e fazer. “Quando eles [a oposição] puderam mais, eles eram governo, fizeram menos. Nós, quando pudemos mais, fizemos mais. E fizemos isso na pior época. Quando a gente fez o [programa] Bolsa Família percebemos que tinha inflação em descontrole, uma dívida com o FMI [Fundo Monetário Internacional] e, além disso, não tínhamos dinheiro para nada.”

Os programas sociais do governo Lula, ressaltou ela, não são um anexo ou plataforma de eleição. Dilma voltou a lamentar as práticas políticas e a falta de propostas da oposição. “Eu espero que não seja uma guerra, espero que seja uma luta democrática”, disse.

Salário mínimo

Dilma assumiu o compromisso de manter a atual política de reajuste do salário mínimo, que já garantiu aos trabalhadores e aposentados aumento real de mais de 70% durante o governo Lula. Segundo ela, a valorização do salário mínimo, a geração recorde de empregos formais e as políticas sociais foram responsáveis pela saída de mais de 24 milhões de brasileiros da linha de pobreza e a ascensão de 31 milhões de pessoas para a classe média.

A candidata do PT elogiou o papel das Forças Armadas no país hoje e disse que em muitos locais são eles que garantem o sentimento de nacionalidade e até são responsáveis pela saúde e a educação de qualidade. Segundo ela, os militares podem cumprir também um papel importante na estratégia e na indústria de defesa.

A petista voltou a afirmar que o aborto deve ser tratado pelo aspecto da saúde pública e que não defende a prática. Segundo ela, o aborto é uma violência contra a mulher e que não conhece nenhuma mulher que defenda o aborto como prática. Segundo ela, nos casos previstos em lei, o Estado tem que garantir um tratamento adequado para as mulheres que precisam passar por esse procedimento. Ela disse novamente que defende que os direitos civis dos casais heterossexuais sejam estendidos para os casais homossexuais.



Dilma desconversa sobre apoio de Collor e diz que ex-presidente não é “ex-inimigo”

Petista foi questionada sobre alianças políticas durante sabatina do R7


A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, disse nesta quinta-feira (22), durante sabatina do portal R7 em parceria com a Record News, que o ex-presidente Fernando Collor não é “ex-inimigo”, mas sim um “ex-adversário”. Dilma foi questionada por internautas sobre a aliança com o senador alagoano, que disputa o governo do Estado.

- Ele [Collor] não era ex-inimigo, era ex-adversário. Tinha posições completamente diferentes das nossas. Se mudou de posição, é bem vindo. O que não podemos é ter uma relação dúbia de a quem nós servimos. Nós servimos aos 190 milhões de brasileiros.

A candidata desconversou ao ser questionada se a inclusão de seu nome no jingle da campanha de Collor a constrangia.

- Essa não é a questão fundamental. A questão fundamental é o que nós fizemos. [...] Mas quem governa no país é quem foi eleito. [...] E esse projeto é aberto para quem quiser nos apoiar. Agora, nos nossos termos.


Dilma promete “aumento razoável” para aposentados em 2011

Aumento da arrecadação de impostos ajuda a "pagar a conta" do reajuste dos benefícios


Os aposentados que ganham até um salário mínimo (R$ 510) poderão contar com um “aumento razoável em 2011, devido ao aumento da arrecadação de impostos com a formalização de microempreendedores. 

- Como eu acho que nós vamos crescer bastante em 2011, 2012 e 2013 ele [aposentado] pode contar com um aumento razoável. Quanto mais a gente amplia a base de arrecadação, mais alimenta o crédito e isso incentiva a formalização das empresas.

Dilma citou a criação do MEI (Microempreendedor Individual), programa de incentivo à formalização de microempreendedores e a criação do Super Simples – que prevê a simplificação na arrecadação de impostos das pequenas empresas.

Para se adequar ao programa, o trabalhador pode ter só um empregado e para se formalizar, terá que pagar R$ 51,15 por mês – valor correspondente a 3% de previdência e 8% do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) sobre o salário mínimo por mês.

Dados da Receita Federal demonstram que nos o PIS/Cofins foram os tributos que lideraram a contribuição de recursos federais. Esses dois tributos responderam por 33,83% – pouco mais de um terço – dos R$ 32,3 bilhões de recursos administrados pela Receita Federal arrecadados a mais entre janeiro e maio deste ano em relação a 2009.



Dilma diz que Serra é “bem intencionado” e se diz surpresa com críticas do adversário

Em sabatina do portal R7, candidata petista admitiu não conhecer bem o tucano


“Uma pessoa bem intencionada”. Foi assim que Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência, se referiu ao seu adversário do PSDB, José Serra, ao ser questionada sobre as qualidades do concorrente, durante sabatina do portal R7 em parceria com a Record News. Apesar do elogio comedido, Dilma alfinetou o adversário e disse que se assusta, às vezes, com as críticas do concorrente. 

- Sem dúvidas, todas as pessoas têm qualidades.[..]. Acho que ele tem sido, ao longo da vida pública, uma pessoa bem intencionada. Eu não conheço ele muito bem, conheço razoavelmente bem.

Durante uma hora e meia, a candidata petista respondeu às perguntas dos entrevistadores Christina Lemos, da TV Record, Eduardo Ribeiro, da Record News, Gisele Silva, editora de Brasil do R7, e do blogueiro Marco Antônio Araújo, do blog O Provocador. Ela também respondeu às perguntas dos internautas, transmitidas à ex-ministra em tempo real.

Para a candidata, a principal diferença entre ela e o ex-governador de São Paulo é a “preocupação social”.

- [A diferença entre Serra e a Dilma] É o processo de transformação do Brasil. O centro da transformação são os 190 milhões de brasileiros. Ele foi ministro duas vezes no FHC [ex- presidente Fernando Henrique Cardoso], não vi um processo de desenvolvimento de inclusão social dos 190 milhões de brasileiros.

Sobre as críticas que vem recebendo dos rivais, sobretudo em relação às declarações do deputado federal Indio da Costa (DEM-RJ), Dilma disse ter ficado “assustada”, mas afirmou que os ataques são “coisas da guerra”. Na última semana, o vice da chapa tucana a acusou de envolvimento com a guerrilha colombiana e com o narcotráfico.

- Me assustei muito com isso que acontece. [...] Meus adversários, tem dia que eles falam: “ela é uma mulher de ferro, rígida, dura”. Nos outros dias eles falam: “eles falam q ela é uma pessoa manipulável”. Mas eu acho que é da guerra. Mas eu espero que seja menos uma guerra e mais uma luta democrática e civilizada.

Saias justas

Durante o bate-papo, Dilma desconversou sobre dois temas: a aliança com o ex-presidente Fernando Collor, que disputa o governo de Alagoas, e a composição dos ministérios, em caso de vitória. Sobre Collor, a petista disse que não é possível governar sozinho, e que todos os aliados são bem vindos, desde que aceitem os "termos" do PT.

- Esse projeto é aberto para quem quiser nos apoiar. Agora, nos nossos termos.

Sobre os ministérios, a petista evitou adiantar se o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci teria lugar garantido em sua gestão - ele é um dos coordenadores de sua campanha -, mas descartou a participação de José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil que deixou o governo em meio aos escândalos do mensalão, em 2005.

- Eu tenho grande respeito pelo Zé Dirceu, mas ele não está no cerne do meu governo.

Temas polêmicos

Dilma também foi questionada sobre questões polêmicas, como a legalização das drogas, o aborto e a casamento gay. Sobre o aborto, a petista voltou a afirmar que trata-se de uma "questão de saúde pública". Já em relação à liberalização da maconha, a presidenciável disse ser contra, e demonstrou ainda ser favorável à maiores restrições ao consumo de álcool.

Ela também afirmou ser favorável à união civil entre pessoas do mesmo sexo mas, evitou responder se seria madrinha de um casal de amigos gays, em tom bem humorado. 

- Isso ainda não em questão.

A presidenciável petista também negou que irá liberar invasões de terra no caso de ser eleita. O MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) chegou a afirmar que um possível governo da petista seria favorável aos interesse do movimento.

- Eu não pretendo ter nenhuma complacência com a ilegalidade, mas não dou pancada.

Economia e programas sociais

Ao longo da sabatina, a candidata do PT também defendeu a redução dos juros dos bancos, e afirmou que eles devem diminuir à medida que o endividamento do brasileiro for recuando.

Já em relação ao reajuste dos aposentados, Dilma afirmou que aqueles que ganham até um salário mínimo (R$ 510) poderão contar com um “aumento razoável em 2011, devido ao aumento da arrecadação de impostos com a formalização de microempreendedores.

- Como eu acho que nós vamos crescer bastante em 2011, 2012 e 2013 ele [aposentado] pode contar com um aumento razoável. Quanto mais a gente amplia a base de arrecadação, mais alimenta o crédito e isso incentiva a formalização das empresas.

A candidata - que em diversos momentos citou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva - também elogiou o programa Minha Casa, Minha Vida; falou sobre os benefícios do programa Bolsa Família, e disse que sua meta é que toda a população de baixa renda chegue à classe média.


Dilma quer que toda a população de baixa renda chegue à classe média

Programa Bolsa Família, segundo a candidata, vai ajudar na inclusão social

Gustavo Gantois, do R7

Em sabatina promovida pelo R7, a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, afirmou que pretende incluir camadas mais pobres da sociedade na classe média. Segunda ela, hoje, 60% da população pertence às classes A, B ou C.

Queremos chegar a 100%. Isso significa que o Brasil tem de crescer de forma acelerada. E uma das maneiras principais de tirar o brasileiro da situação de pobreza extrema é apostar na educação, da creche à pós-graduação.

Dilma também disse que o Bolsa Família é um dos principais mecanismos para o governo atingir esse objetivo. A candidata afirmou que, quando chegou ao governo, a parcela carente da população era de 77 milhões de brasileiros e que conseguiu reduzir em 24 milhões. A petista citou outros programas do governo que ajudaram a reduzir a pobreza, como a agricultura familiar. 

- Ela [agricultura familiar] foi responsável pelo maior resgate da família no campo. Hoje as famílias têm crédito, tratores, colheitadeiras. Essa é uma das portas de saída.

Outra saída do programa Bolsa Família, citada por Dilma, foi a geração de emprego recorde que o Brasil registrou nos últimos oito anos. Desde 2003, foram criados mais quase 14 milhões de postos de trabalho.

- Hoje saiu a taxa de desemprego, de 7%, a mais baixa da história.

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