quarta-feira, 21 de julho de 2010

Dilma defende educação como principal fator de inclusão social no Brasil

Luciana Lima - Agência Brasil

Brasília - A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, em entrevista ao Programa 3 a 1, da TV Brasil, defendeu a educação como principal fator para promover maior inclusão social no Brasil. Ela disse que o fortalecimento da educação precisa significar valorização financeira e social do professor.


“A educação será um dos fatores de maior inclusão daqui para frente. É com a educação de qualidade, que está baseada na valorização do professor, que está baseada em salários decentes para o professor e em formação continuada. O que eu acho é que o Brasil pode ser uma economia desenvolvida nesta década que começa em 2011. Para isso, quero ser presidente do Brasil”, disse Dilma na entrevista à TV Brasil. Foram três blocos nos quais ela falou sobre seu programa de governo e sobre questões que envolvem a campanha.

Dilma rechaçou a ideia de que no Brasil se investe em ensino superior público e não se investe tanto no ensino básico. “Essa é a questão mais falsa que este país já enfrentou. Essa coisa da gente fazer uma segregação entre ensino universitário e ensino fundamental não é verdadeira. Toda avaliação, como o Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica], mostrou que se tem um melhor nível da educação básica, quanto mais se contar com professores formados nas universidades e em alguns casos com pós-graduação. O Brasil, para dar qualidade ao ensino básico, precisa formar professores capacitados a ensinar nossas crianças e nossos jovens. Temos que exigir que os nossos professores tenham curso superior, incluindo pós-graduação e temos de pagá-lo muito melhor do que pagamos”, destacou.

A questão do salário dos professores, de acordo com Dilma, é crucial. “Não dá para falar da qualidade de educação e não dar formação continuada para os professores, não dar uma coisa que eu acho gravíssima, a valorização da profissão. Como é que um jovem que está estudando matemática vai ser professor se, por exemplo, no estado mais rico do país ele ganha R$1.800. Nós precisamos de professores de matemática, de física, de biologia e de química. Nós precisamos capacitar os nossos professores. O salto que nós podemos dar de agora para o futuro e nos transformar em uma país efetivamente desenvolvido passa por uma valorização social do professor. Nos temos que valorizar o status do professor na sociedade. Só tem um jeito de fazer isso: pagar salários adequados.”

A candidata do PT disse ainda que o piso nacional do magistério, que atualmente está em R$ 1.050, ainda é insuficiente e defendeu que o governo gaste dinheiro na formação do professor. “Aí vale ampliação das faculdades públicas. Muitos professores não têm como pagar ensino privado. O ProUni [Programa Universidade Para Todos] facilitou isso ao dar bolsa e tem que ter financiamento, mas tem que fortalecer o ensino universitário federal”, defendeu.

“Não se faz educação de qualidade só com laboratório, só com prédios melhores. Só se faz de um jeito, valorizando o professor. Primeiro, formando-o bem. Segundo, pagando bem para atrair as pessoas mais capacitas para começar a formar os jovens e as crianças deste país”.

Dilma ainda disse que pretende continuar a política de interiorização das universidade federais iniciada no governo Lula. “Acho que fizemos um esforço grande ao voltar a investir em faculdades federais e mais ao interiorizá-las. Porque não se pode admitir que o aluno, que não tem grandes recursos, fique mudando de uma cidade para a outra para estudar. Construir campus no interior deste país é fundamental para melhorar a qualidade do ensino”, acrescentou. 

Edição: João Carlos Rodrigues

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