O número de mortos em um tiroteio em uma ilha norueguesa subiu para 80 na noite desta sexta-feira, informou a polícia do país.
A tragédia ocorreu quando, segundo relatos, um homem vestido de policial chegou à ilha de Utoeya, perto de Oslo, e começou a atirar contra jovens que participavam de um acampamento do Partido Trabalhista (do governo) no local. Havia cerca de 600 jovens no encontro; inicialmente, relatos deram conta de que o episódio resultara em cerca de dez mortes.
Mas um porta-voz da polícia norueguesa, Anders Frydenberg, confirmou por telefone à BBC que muitos outros corpos foram encontrados. Ele não soube explicar que armamentos o atirador pode ter usado para causar tantas mortes.
É o pior ataque ocorrido na Noruega desde a Segunda Guerra Mundial.
O ministro da Justiça do país, Knut Storberget, afirmou que o homem detido pelo tiroteio é de nacionalidade norueguesa. Ele também é suspeito de relação com o atentado a bomba ocorrido em Oslo um pouco antes.
O homem foi identificado pela polícia como Anders Behring Breivik, de 32 anos, que, segundo as autoridades, se diz um nacionalista e não tem nenhuma ligação conhecida com grupos islâmicos. A polícia está investigando a casa dele, no oeste de Oslo.
Em entrevista coletiva, Storberget e o premiê do país, Jens Stoltenberg, disseram que é cedo para especular os motivos da tragédia e que não se sabe se o atirador agiu sozinho.
A jovem Emma Christiansen, 16 anos, que participava do acampamento, disse à BBC ter visto o homem vestido de policial sendo abordado por um jovem e atirando contra ele. "Então, corri para dentro de casa. Foi assustador."
A polícia acredita que o mesmo homem esteja relacionado com o ataque a bomba no centro de Oslo, atingindo vários prédios do quartel-general do governo da Noruega. Ao menos sete pessoas morreram.
Há relatos de que o homem tenha sido visto em Oslo antes de seguir à ilha de Utoeya, onde explosivos não detonados foram encontrados pela polícia.
O chanceler da Noruega, Jonas Gahr Store, confirmou, em entrevista à BBC, que suspeita-se que o detido tenha ido ao acampamento depois de participar do atentado à capital norueguesa.
'Mais democracia'
Mas a motivação dos ataques ainda é desconhecida, segundo disseram os líderes noruegueses.
“Não sabemos quem nos atacou”, disse o premiê durante a entrevista coletiva. “A Noruega se unirá nesse momento de crise. Você (em referência aos idealizadores do ataque) não destruirá nossa democracia. Nossa resposta à violência será mais democracia.”
As autoridades não confirmaram se estão procurando por mais suspeitos, mas disseram que não tiveram conhecimento de nenhuma ameaça prévia relacionada aos atentados.
“Foi uma grande surpresa, não tínhamos nenhum indicativo de que isso ocorreria”, disse o chanceler Store à BBC.
O ministro da Justiça disse que a polícia está usando “todos os recursos disponíveis” para lidar com a crise e investigar os responsáveis.
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