terça-feira, 19 de julho de 2011

Pesquisa do IPEA revela que em períodos de crise gasto social do Governo Lula foi bem maior que nos anos FHC

Estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) sobre “15 anos de Gasto Social Federal – de 1995 a 2009, traça um retrato estatístico do Brasil em três momentos de crise na economia, ocasionada por fatores externos. A atitude de um governo em épocas de crise revela não só sua habilidade para governar, como também suas prioridades no exercício do poder que, por sua vez, ajudam a ver a linha ideológica de um governante.

Os resultados da pesquisa revelam que enquanto no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC) o gasto com políticas sociais caiu, acompanhando a queda no PIB, no governo Lula, os investimento sociais não são sacrificados pelo momento de instabilidade econômica.


Durante a crise de 2008-2009, os dados do IPEA revelam a firmeza da política social do governo Lula que não hesitou em tomar uma parcela maior do PIB para reduzir a desigualdade social no país. Esse fato responde em parte às críticas de que Lula apenas continuou governando da mesma forma que seu antecessor, esquecendo suas bandeiras de luta. Ele pode sim ter adotado o pragmatismo da gestão anterior, mas não abriu mão de investir no social, tirando, como de fato aconteceu, muitas famílias da pobreza.

Veja texto sobre o assunto de Mauricio Dias publicado pela Carta Capital, no qual ele também fala sobre a recepção externa do “modelo lulista” de governar que estaria, segundo alguns, chegando ao seu limite devido ao superaquecimento da economia. No entanto, está em jogo nesta questão duas percepções opostas, como ele aponta: aquele que vê nos limites do capitalismo formas de erradicar a desigualdade social e aquela que simplesmente condena os mais pobres ao fogo do inferno material.

As diferenças que contam
Por Mauricio Dias
 
Discursos do presidente prefaciados pelo mote “nunca antes na história deste país…” tornaram-se troça da imprensa com Lula e de Lula com a imprensa. Mas, afora essa curtição, bem ao gosto do coração corintiano do ex-operário metalúrgico, a frase expressava, em várias ocasiões, situações inéditas como a que pode ser extraída agora de um estudo recente do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) sobre “15 anos de Gasto Social Federal – de 1995 a 2009”.

O trabalho mostra como a política social praticada pelo petista na crise de 2009-2008, foi radicalmente oposta à prática dos governos tucanos nas crises de 1998-1997 e 2003-2002 (gráfico). Nos três momentos o País foi atingido por crises econômico-financeiras geradas muito além das fronteiras brasileiras.

Em 1998 e 2002, sob o governo de FHC, o Gasto Social Federal cai e acompanha a queda do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2008, O PIB despenca e o GSF acelera em sentido oposto. A decisão política é concretamente definida: não sacrificar o investimento social do governo.

Nos gastos sociais considerados pelo Ipea está incluído o dinheiro “efetivamente gasto nas políticas sociais no total de recursos mobilizados pelo governo federal” em meio à disputa dos vários interesses legítimos, de inúmeros agentes, em torno do dinheiro público.

Para alcançar esse objetivo, o Orçamento foi desmontado e remontado, e analisada ação por ação no que se refere à destinação social do dinheiro, entre 1995 e 2009.

Eis algumas constatações comparativas no período analisado:

• O GSF cresceu 3,7% do PIB e 146% em valores reais, acima da inflação (IPCA).
• De 1995 a 2002 (oito anos de FHC) o crescimento do GSF foi de 1,7% do PIB.
• De 2003 a 2009 (sete anos de Lula) o GSF foi aumentado em 2,7% do PIB.

A crise de 2008-2009 mostra a firmeza da política social lulista. Com a economia freada, o governo tomou uma parcela maior do PIB para o GSF. Um salto expressivo de 14,9% (2008) para 15,8% (2009). (Texto completo)


Reproduzido do Educação Política

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