quarta-feira, 7 de julho de 2010

Mesmo sob sanções internacionais, Irã anuncia entrada em operação de usina nuclear

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil 

Brasília – O chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, Ali-Akbar Salehi, anunciou hoje (7) que entre 23 de agosto e 22 de setembro - mês iraniano do Shahrivar – a Usina Nuclear de Bushehr estará em pleno funcionamento. A informação é da Irna, a agência oficial de notícias do Irã. Segundo Salehi, o último teste nuclear no local ocorreu nesta quarta-feira com “sucesso”.


“Hoje houve o último teste nuclear da usina antes de seu comissionamento e foi realizado com sucesso”, afirmou Salehi. “Nós completamos uma das fases mais importantes do 'ensaio quente', que é o teste final antes do lançamento da planta.”

Na semana passada, Salehi elogiou a participação de especialistas russos na cooperação das atividades da usina. “Estamos satisfeitos com a cooperação dos russos. Agora são 3 mil especialistas do país [Rússia] que trabalham na fábrica”, disse.

De acordo com a agência Irna, a usina tem capacidade instalada de mil megawatts (MW) e começou a ser construída em meados da década de 1970 pela Siemens da Alemanha. Mas o projeto foi abandonado no período da Revolução Islâmica, em 1979. Depois de um acordo de cooperação nuclear firmado em 1992, Irã e Rússia assinaram, em janeiro de 1995, contrato para concluir a construção da usina que, segundo informou a agência oficial da China, Xinhua, tem sido repetidamente adiada.

A entrada em operação de Bushehr ocorre em um momento delicado da política externa do Irã. O país está submetido a uma série de sanções impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas e pelos Estados Unidos, União Europeia e Canadá. Para parte da comunidade internacional, o programa nuclear iraniano prevê a produção de armas atômicas. O governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, sempre negou essa intenção. Segundo ele, o programa nuclear do país tem fins pacíficos e um dos objetivos é a produção de medicamentos. O Brasil apoia a busca por um acordo com Irã e condena as sanções internacionais.

Edição: Vinicius Doria

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