terça-feira, 7 de junho de 2011

Os professores são os únicos profissionais que trabalham fiado, sem juros nem correção monetária.


Todos os anos é a mesma coisa, a Secretaria de Educação do Estado do RN contrata professores temporários como uma alternativa à realização de concurso público. E, o pior é que esses profissionais ficam mais de um ano para receber seus salários.

Em 2010, trabalharam através das horas suplementares 1.140 professores que até o mês de maio deste ano ainda não tinham recebido nenhum centavo. Além deles, outros 913 docentes contratados por processo seletivo, realizado em 2011, também estavam sem receber. Entretanto, o governo, pressionado pelos grevistas, se comprometeu a pagar a esses profissionais no mês passado (não sei se cumpriu, espero que sim).

Sabe por que isso acontece? Porque muitos gestores públicos, até os próprios professores, veem a profissão como uma espécie de "vocação missionária", um "sacerdócio", que exige sacrifícios.  É preciso mudar essa concepção,  até porque a carreira precisa ser atrativa para aproximar os melhores profissionais da profissão do magistério.

Na verdade, já estamos sentindo as consequências disso. Pois, de acordo com pesquisa realizada pela Fundação Carlos Chagas (FCC) em parceria com a Fundação Victor Civita (FVC) feita ano passado com estudantes de todo o país, apenas 2% dos pré-vestibulandos brasileiros optam pelos cursos de pedagogia ou por alguma licenciatura. 

Portanto, enquanto os governantes não investirem de verdade em educação, elevando os salários dos professores, reduzindo número de alunos por sala de aula, estabelecendo uma carga horária em sala de aula menor, que possibilite uma maior quantidade de horas para planejamento das aulas, garantindo os direitos dos docentes, essa situação só tende a se agravar.

É preciso urgentemente valorizar a profissão ou pagaremos um preço muito alto. 

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