terça-feira, 17 de agosto de 2010

Aliados esqueceram José Serra no primeiro dia de horário eleitoral gratuito

Aliados de José Serra (PSDB) nas eleições proporcionais evitaram vincular-se ao candidato

Serra foi esquecido por boa parte da sua base partidária.

Aliados de José Serra (PSDB) nas eleições proporcionais evitaram vincular-se ao candidato à presidência no primeiro dia de horário eleitoral gratuito. A começar pelo coordenador político de sua candidatura e presidente nacional do PSDB, o senador Sérgio Guerra - candidato a deputado federal em Pernambuco -, Serra foi esquecido por boa parte da sua base partidária.


Na estreia do horário eleitoral gratuito, nesta segunda-feira (17), houve espaços específicos para os concorrentes à presidência e os candidatos das eleições proporcionais.

"O que posso dizer? Oposição aos projetos em favor de Pernambuco eu nunca farei", argumentou Guerra no Estado em que o governador, Eduardo Campos (PSB), lidera as pesquisas e promete dar a maior vitória estadual a Dilma. A popularidade de Lula em Pernambuco, sua terra natal, é elevada.

Em Minas Gerais, prevaleceu a lembrança do nome do candidato ao Senado, Aécio Neves (PSDB), nas aparições dos postulantes à Câmara Federal pela coligação "Somos Minas Gerais".

Concorrente ao governo mineiro, Antonio Anastasia recebeu idêntica deferência. Apenas um candidato se referiu a Serra: o deputado federal Bonifácio Andrada (PSDB). Em contraposição, os petistas se vincularam a Dilma. Segundo o Datafolha, a petista ultrapassou Serra nas intenções de voto em Minas: 41% contra 34%.

No Rio de Janeiro, onde Dilma melhorou seu desempenho nas últimas pesquisas, a maioria dos candidatos da base de Serra não o citou. O presidente do DEM, Rodrigo Maia (DEM), não só dispensou qualquer menção ao tucano, como também não pôs o ícone de campanha com o nome de Serra. Deu espaço ao nome do pai, o candidato ao Senado Cesar Maia (DEM).

A Bahia demonstrou mais lealdade ao tucano. Estrategista de Serra, o deputado federal Jutahy Magalhães focalizou a amizade com o ex-governador paulista. Mais discreto, o líder do PSDB na Câmara, João Almeida, priorizou o ataque à gestão da segurança pública no governo Jaques Wagner (PT), mas também pediu voto a Serra, no que foi acompanhado por Antonio Imbassahy, presidente estadual do partido.

No terreiro tucano, São Paulo, os partidos aliados ao PSDB - DEM e PPS - reproduziram a frase: "com Serra presidente". Aqueles que tinham pouco tempo, até mesmo para falar o próprio nome, não chegaram a citar o candidato. O nome do presidenciável do PSDB era visto ao fundo do cenário - recurso idêntico ao dos políticos tucanos.

Os candidatos proporcionais no Piauí defenderam o nome de Serra durante a propaganda eleitoral. Entretanto, os candidatos dos outros partidos da coligação, como DEM e PPS, "esqueceram" de citá-lo na TV. Os candidatos piauiense do PTB, que apoiam Serra nacionalmente, declararam apoio à candidata petista Dilma Rousseff.

Especialista em direito eleitoral ouvido pelo Terra afirma que o pedido de voto não é vetado. O que não pode ocorrer é invasão do espaço dos candidatos proporcionais pelos majoritários. A legislação preserva os espaços específicos. Em tese, Dilma poderia pedir voto para um deputado, mas estaria impedida de aparecer com um pedido de voto para si mesma.

Se os candidatos ao governo reduzirem o pedido de voto a Serra à discrição, no horário eleitoral desta quarta-feira, 18, pode se confirmar uma tendência de evitar confronto com a popularidade de Lula. Dilma abriu nove pontos sobre Serra no Datafolha e onze pontos na pesquisa Ibope.

Fonte: Terra

Nenhum comentário: