terça-feira, 17 de agosto de 2010

Michel Temer lamentou o tom empregado por Indio da Costa no debate

Michel Temer lamenta tom de Indio da Costa em debate de vices

Cauteloso nas respostas por conta da última pesquisa Ibope que mostra Dilma 11 pontos à frente de Serra, o candidato a vice na chapa petista Michel Temer (PMDB) lamentou o tom empregado pelo deputado federal Indio da Costa (DEM) durante o debate dos candidatos a vice realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo, nesta terça-feira (17).

"Fiz todos os elogios possíveis ao Indio, acho ele um bom rapaz, uma boa figura. Claro que vez ou outra se tentou reduzir um pouco o nível do debate. Eu não entro no nível das reduções dos debates", afirmou.


Ele disse que não sabia que havia relação direta entre a postura de Indio e a queda nas pesquisas do presidenciável Serra. "Algumas acusações de natureza pessoal à Dilma eu registrei que achava ser um exagero, como tentar ligá-la ao narcotráfico. Isso não ajuda o eleitorado, não é que baixou o nível, mas não se deve dizer esse tipo de coisa".

Temer afirmou acreditar que o horário eleitoral gratuito, que se iniciou hoje, pode esclarecer ainda mais o eleitorado. O deputado disse que sua coligação está cautelosa e que irá esperar até o dia das eleições para poder comemorar algo.

Sobre o racha existente no PMDB, Temer disse: "unimos mais de 90% em torno da campanha de Dilma. Há ainda um ou outro problema em relação às alianças estaduais". E completou afirmando que estas coligações, que apoiam partidos diferentes da chapa principal, apoiam a aliança nacional entre PT e PMDB. "Neste sentido o partido está unido".

Muito Brasil pela frente

O debate entre os candidatos a vice não previa perguntas diretas entre os convidados. Ao final do evento, o Terra questionou Temer sobre qual pergunta ele faria aos seus adversários caso tivesse oportunidade. "Eu perguntaria o que eles pensam em fazer pelo País, é a pergunta que o eleitorado faria", disse.

Temer disse que será um vice discreto, mas lembra que não será omisso: “O que se quer de um vice é que ele possa colaborar com o governo”. Ele ressaltou as realizações dos últimos anos do governo Lula. Segundo ele, houve decisões importantes como o pagamento da dívida externa junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e as melhorias na saúde, como o atendimento integral a cerca de 145 milhões de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

Para Temer, o Brasil assumiu uma postura de “pensar grande” e mudou sua imagem no cenário internacional. “O estrangeiro não é mais visto como o país do futuro, mas já é do presente”, afirmou.

“Você não resolve todos os problemas do país de uma única vez. A proposta da nossa coligação é para o Brasil continuar mudando, ou seja, tem muito Brasil pela frente”, disse.

Para isso, Temer elogiou a competência da candidata Dilma, que está mais do que preparada para realizar as mudanças. “Aprendi a admirá-la. É uma pessoa extremamente determinada e aplicada. Ela participou nos últimos sete anos do governo Lula. Ela tem uma visão do Brasil extraordinária e foi o braço direito do governo”.

Questão Agrária e trem-bala

Perguntado sobre ocupações de terra, Temer foi enfático: “O que está fora da lei não será tolerado pela nossa coligação. Aquilo que está fora do sistema legal não será tolerado”. Porém, ele ressaltou que deve haver diálogo com os movimentos sociais. “O presidente Lula conseguiu pacificar os movimentos sociais. Vamos para as eleições com todos os setores sociais tranqüilizados.”

Questionado se o governo deve priorizar o trem de alta velocidade ou obras de metrô, Temer foi enfático: “Uma coisa não inviabiliza a outra”. Segundo ele, as obras para implantação de novos trechos de metrô devem ser mantidas, pois aliviam o trânsito de veículos nas ruas das metrópoles. “O Brasil começa a pensar grande. Depois da realização desse primeiro trecho [do trem de alta velocidade], devemos estudar a possibilidade de expansão a outros estados.”

Protógenes: partidos não têm ligação com narcotráfico

Candidato do PCdoB à Câmara dos deputados, o delegado Protógenes Queiroz marcou presença no debate entre os candidatos a vice-presidente. Ao final do confronto, Protógenes acusou Índio de "desrespeitar o histórico do peemedebista, do PT e de Lula, ao acusar o Partido dos Trabalhadores de manter relações com o narcotrático". Para ele, essa relação é uma "falácia".

Durante o debate, Índio da Costa afirmou que é "mais do que sabido" que o PT mantém relações com as FARC e que esta, por sua vez, é mantida pelo narcotráfico. Protógenes declarou que "não consta no histórico do PSDB, DEM, ou PT, qualquer relação com o narcotráfico(...). Eu investiguei , entre 1998 e 1999, e o Hildebrando Pascoal (do ex-PFL) tinha ligação com o narcotráfico internacional", nem por isso houve acusações ao partido.

Para o delegado, que é candidato a cargo eletivo pela primeira vez, "falta maturidade em conhecer mais a realidade política brasileira". E completou: "há 11 anos investiguei grandes organizações criminosas que envolviam políticos, como Paulo Maluf, Armando Melão e Celso Pitta". Protógenes inclui também na lista o banqueiro Daniel Dantas, para depois afirmar que as "acusações têm que ser sustentadas com provas".

Protógenes disse ter se decepcionado com a performance de Guilherme Leal no debate: "confesso que esperava mais dele, tendo em vista que é um empresário que começou com uma empresa muito pequena, que hoje é a Natura que conhecemos", resumiu.

Com agências

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