Jornada para planejamento de aulas, política de fronteiras e estrutura para proteção ao meio ambiente
Nesta semana, a coluna Conversa com a Presidenta, publicada em diversos jornais no Brasil e no exterior, aborda temas como o aumento da carga horária dos professores para planejamento de aulas, a política para as fronteiras e a estrutura do governo para a proteção ambiental. O primeiro questionamento é do professor de Filosofia de Marataízes (ES), Maurílio Gonçalves: “A senhora [presidenta Dilma] é a favor do aumento da carga horária de planejamento de aulas para os professores, o que, automaticamente, reduz o tempo do professor em sala?”
A presidenta Dilma Rousseff explicou que o principal objetivo do governo é promover a boa formação a todos os estudantes e, justamente para melhorar a qualidade do ensino, os professores têm direito a um terço da jornada em hora-atividade, ou seja, fora da sala de aula. Esse direito – continua a presidenta – foi garantido pela mesma lei que instituiu o piso nacional do magistério, em 2008. “Foi uma iniciativa mais do que acertada”, concluiu a presidenta.
“Para ser bem desenvolvido, o trabalho do professor precisa de tempo de preparação, estudo, planejamento, seleção de materiais adequados, participação em decisões colegiadas e formação continuada. A sala de aula proporciona um bom ambiente de aprendizagem quando a tarefa anterior é bem cumprida. Se, por um lado, o tempo com os alunos é menor, por outro, a qualidade e o aproveitamento são muito maiores. Para um melhor desempenho, o professor tem também que contar com um salário adequado. O governo federal apoia estados e municípios para a correta aplicação da lei do piso nacional, que atualmente estabelece o valor de R$ 1.187,00 para os professores da educação básica, de nível médio, e que cumprem jornada de 40 horas semanais. Vamos destinar recursos por meio do Fundeb, com o objetivo de complementação, para estados e municípios que comprovem dificuldade de cumprir o que dispõe a lei.”
Cláudio Soares de Azevedo, policial aposentado de Curitiba (PR), perguntou qual é a política do governo para proteção das fronteiras ao tráfico de drogas. Em sua resposta, Dilma Rousseff lembrou que há duas semanas lançou o Plano Estratégico de Fronteiras, juntamente com os Ministérios da Justiça e da Defesa. Segundo a presidenta, o plano, que já vinha sendo estudado há meses, permitirá, pela primeira vez, uma atuação integrada das forças da Defesa – Exército, Marinha e Aeronáutica – com os órgãos de segurança ligados à Justiça – departamentos de Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Secretaria Nacional de Segurança Pública e Força Nacional de Segurança. A presidenta garantiu, ainda, que na próxima fase também serão incorporados os órgãos de segurança dos 11 estados e de municípios das fronteiras, além de parceria com os dez países vizinhos.
“O objetivo é somar esforços para enfrentar de maneira efetiva o tráfico de drogas e também outros crimes fronteiriços, como o tráfico de armas, os delitos ambientais e o contrabando. A integração de esforços é necessária, pois o Brasil tem quase 17 mil km de fronteiras. O plano tem dois eixos principais: a Operação Sentinela, coordenada pelo Ministério da Justiça, que tem foco em ações de inteligência e é de caráter permanente; e a Operação Ágata, sob a coordenação da Defesa, que vai aumentar a presença das forças em pontos específicos das fronteiras. O acompanhamento e a coordenação das ações do plano são realizados a partir do Centro de Operações Conjuntas (COC), instalado no Ministério da Defesa, em Brasília”, disse.
Já Gaspar Lourenço da Silva, funcionário público de Posse (GO), levantou as seguintes questões: “Por que no Brasil temos dois órgãos para cuidar do meio ambiente, Ibama e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)? Por que o Ibama não cuida de tudo? Assim, reduziriam gastos e despesas.”
Gaspar – respondeu a presidenta – as tarefas foram divididas justamente para se dar mais eficácia à execução da política ambiental. Ela lembrou que desde a criação do Ibama, em 1989, o órgão tinha que dar conta de praticamente tudo que fosse relativo ao meio ambiente. Em 2007, o Instituto Chico Mendes foi criado com o objetivo específico de cuidar das Unidades de Conservação (UCs). O novo órgão propõe e implanta as UCs, administra, protege, monitora e fiscaliza essas áreas, exercendo inclusive o poder de polícia ambiental, e é responsável também por fomentar e executar programas de pesquisas. Sua missão é proteger e conservar a nossa rica biodiversidade, frisou a presidenta.
“Com essa separação, o Ibama ficou liberado para concentrar sua atuação nas atividades de licenciamento ambiental, de controle da qualidade ambiental, autorização de uso dos recursos naturais e sua fiscalização, de monitoramento e controle ambiental. Temos um patrimônio natural inestimável, que precisa ser defendido e valorizado em benefício das gerações atuais e futuras. As duas instituições, sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente, são essenciais para a execução dessas tarefas”, esclareceu.
Fonte: Blog do Planalto
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