quinta-feira, 16 de junho de 2011

Escolas de Natal estão tendo que fazer calendário alternativo de aulas devido a greve

De acordo com matéria do jornal Diário de Natal, a greve na Capital do RN teve a adesão em torno de 50 a 60% dos professores. Entretanto, sabemos que boa parte do quadro de professores das escolas estaduais é composto por estagiários contratados (aqui,aqui), tornando-se difícil dizer o número exato de professores efetivos em greve.

Reproduzo abaixo matéria publicada no jornal  Diário de Natal: 


Escolas públicas fazem calendário alternativo de aulas

Com greve apenas parcial entre professores, programação leva alunos aos colégios 2 a 3 vezes por semana

Francisco Francerle // franciscofrancerle.rn@dabr.com.br

O s alunos da rede estadual ainda estão se adaptando ao calendário de greve implantado por muitas escolas de Natal que não paralisaram completamente as atividades. A programação alternativa de aulas leva os estudantes a comparecerem às unidades de ensino duas ou três vezes por semana, para evitar ida ao estabelecimento para assistir a apenas uma aula por dia. A reportagem do Diário de Natal percorreu ontem algumas escolas da Zona Norte e do Centro de Natal e constatou que, nos locais visitados, a greve teve a adesão em trono de 50 a 60% dos profissionais.


Na Escola Estadual 15 de Outubro, no bairro de Santarém, no turno da manhã, apenas quatro das 10 turmas do ensino fundamental estavam com professores. As crianças e adolescentes das demais turmas têm de ficar em casa porque não há professores substitutos. As mães e avós são as que mais reclamam, como é o caso de Francisca Oliveira, 54, avó de um aluno do 3º ano. Ela disse que seu neto passa o dia todo em casa jogando videogame, o que pode comprometer o aprendizado do menino, que já estava lendo e escrevendo. Outra mãe, Patrícia da Silva, 33, reclamou que estava pagando para alguém ficar com seus dois filhos em casa porque aproveitava a ida deles à escola no horário da tarde para poder fazer faxina em residências.

Em unidades de ensino da rede estadual situadas no Centro, a alternativa mais viável encontrada pelos diretores para minimizar os efeitos do movimento foi fazer o calendário de greve. No Atheneu Norte-rio-grandense, o aluno vem à escola duas vezes por semana e folga três. Já na escola Anísio Teixeira, onde a greve teve uma adesão menor, o aluno comparece três vezes para assistir aula. Para a diretora Genúbia Alves, a greve atinge cerca de 20% dos profissionais da escola, não chegando a comprometer o funcionamento, mas alguns alunos do turno noturno reclamaram da falta de professores.

Já no Atheneu, os prejuízos têm sido maiores. A diretora Marcelle Lucena, disse que, apesar do calendário minimizar os prejuízos dos alunos, ele só possibilita de três a quatro aulas nos dois dias. "O prejuízo para o aluno, principalmente do Ensino Médio, que se prepara para o vestibular, é inevitável e irreversível, até mesmo se a UFRN refizesse seu calendário em função de uma greve do Estado, o que é praticamente impossível", disse a diretora.

Apesar do anúncio do Gabinete Civil do Governo do Estado de que vai cortar o ponto dos professores, o Sinte/RN deliberou na assembleia de terça-feira novas ações para fortalecimento do movimento. Um novo encontro será realizado na próxima terça para a tomada de novas decisões sobre a mobilização. Os trabalhadores decidiram reunir o comando de greve ampliado na próxima segunda-feira, às 17h, e unificar a luta com as demais categorias do funcionalismo público estadual, que estão mobilizadas.

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